Opinião: Por que ser fanboy (ou fangirl) não é um bom negócio?

Antes ler, uma observação: O site XboxMania é um portal colaborativo, este artigo expressa a opinião do autor, não sendo necessariamente a visão de toda a equipe do site.

Opinião é como água em uma panela no fogo, o conteúdo ali dentro se agita conforme você sobe a temperatura, e quando atinge um certo ponto de ebulição, ele evapora, não sobrando muita coisa para se discutir ou se aproveitar (se atingir mil graus então, não sobra nem panela).

Discussões políticas são um grande exemplo, ferramentas de mídia social viraram verdadeiras arenas de gladiadores prontos para matar ou morrer pelos seus candidatos, e no final, o que se tira dali é pouco relevante pra você formar uma opinião construtiva pra sua vida, sua comunidade, pro seu intelecto.

ferramentas de mídia social viraram verdadeiras arenas de gladiadores…

Seres humanos são assim, nosso espírito social é tribal, alguns de nossos ancestrais precisavam aniquilar inimigos e depois beber seu sangue em rituais, comendo sua carne e deixando o miúdo para as crianças. E fica claro que esse tipo de comportamento selvagem, de maneira prática, não é lá muito saudável na modernidade.

Mas o que esse monte de baboseira que eu escrevi tem haver com games? Bom, é que games também são gatilhos para criação de tribos, um ambiente mais do que fértil para todo tipo de “ISMO”. Desde a época dos 8 e 16 bits, a discussão sobre Sega e Nintendo já levantava grupinhos divididos, e isso ganhou proporções de guerra com o advento da Internet e a cada vez mais acirrada guerra de consoles. No brasil, esse modelo é também muito evidente, o alto custo para se adquirir um aparelho faz com que muitas pessoas defendam aquilo que compraram com unhas e dentes, até como maneira de afirmar que a sua escolha foi a mais assertiva.

A verdade é que esse comportamento, aparentemente inofensivo dentro do contexto dos jogos, é nocivo para você e para toda a comunidade apaixonada pela décima arte.

Agora eu listo alguns motivos para você não ser militante de uma marca, e porque isso não é um bom negócio para você:

 

Alguns dos jargões mais conhecidos entre os istas dos games são “Xbox não tem jogo”, “Nintendo é pra criança” e “Playstation só tem filminho”, sério, simplificar as plataformas nesses jargões te fazem realmente acreditar nisso, e vai te fazer criar asco com coisas absolutamente legais dentro de cada plataforma.

Hoje em dia temos cinco plataformas principais (pc, mobile, xbox, switch e playstation), cada uma tem seus méritos e encantos, reconhecer que cada uma tem suas vantagens é não se limitar, deixar o preconceito de lado é um ótimo começo para apreciar suas obras.

reconhecer que cada plataforma tem suas vantagens é não se limitar…

Comportamentos tóxicos em comunidades de fanboys são muito mais comuns do que em grupos diversos. A própria natureza tribal os colocam em extremos fora do âmbito dos games, a maioria de certa forma é mais agressiva e preconceituosa, tendendo a criticar pessoas diferentes mesmo da própria comunidade. Um caso notório aconteceu no Brasil recentemente, onde um grupo de fanboys bem conhecido foi cancelado pelas principais redes depois de uma postagem racista, que culminou em uma série de outras exposições, exaltando ainda mais a natureza agressiva dessas comunidades.

Ambientes tóxicos são terreno fértil para fanboys

Discussões intermináveis e sem resolução nenhuma, horas e horas em grupos de games defendendo corporações que não te pagam 1 centavo, tempo gasto bolando memes desnecessários. Bom, essa é a realidade da maioria das pessoas que passam horas defendendo uma marca na internet. Acabam perdendo tempo demais pra se dedicar ao hobby favorito, ou pior, afetando diretamente sua vida profissional.

Ser fanboy é perder tempo de vida com discussões desnecessárias

A figura mais notória quando se conhece um fanboy é a de uma pessoa tacanha, de poucos amigos, enfurnada em um quarto escuro e dedicando seu tempo ao amor por sua plataforma e ao ódio a concorrência. Essa não é uma regra, e não gosto de generalizações, mas é notório que uma pessoa que briga por marcas de videogame na internet não tendem a ser muito populares fora dele.

Claro que não sou ninguém pra ditar o estilo de vida de cada um, mas cultivar hábitos saudáveis que não envolvam brigas e discussões compulsivas é uma boa saída.

 

Existe um velho ditado que diz: “pau que bate em chico, bate em francisco”. Ser fanático por algo é virar alvo de chateações, e isso tende a ser um gatilho para infelicidade. Imagine como deve ser duro para um “Caixista” ter que aceitar que o modelo de negócios proposto pela Microsoft envolve ceder exclusivos para outras plataformas, ou então aquele fã da Sony que teve que se fervilhar de explicações para explicar que o vídeo do Killzone 2 na E3 foi só uma CG promocional.

 Ser fanático por algo é virar alvo de chateações

E a vida é assim, é muito mais fácil você ter conversas sadias e proveitosas sobre tudo, e saber reconhecer as virtudes e fraquezas do que gosta, do que defendê-las a todo custo como se você fosse parte de uma seita. Não digo que devemos ser neutros em tudo, pois isso é impossível, mas como tudo na vida, equilíbrio é muito importante.

 

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