Análise – Song of Iron

Lançamento
31/08/2021
Desenvolvido por
Resting Relic
Publicado por
Resting Relic

Nos últimos 20 anos eu percebo que a curiosidade da população em cima da mitologia nórdica cresceu exponencialmente. Como consequência, ou até mesmo como agente causador, o número de produtos que exploram a cultura viking começou a aumentar demasiadamente.

Ao longo das últimas décadas, várias obras, em diferentes mídias, abordaram esse conteúdo. A série Vikings, os filmes Beowulf, Como treinar seu Dragão, a trilogia de filmes do Thor e etc.Nos games não foi muito diferente, com God of War, que saiu para Playstation 4, como principal destaque entre aqueles títulos que abordaram o assunto.

Song of Iron se banha no tema, mergulhando na ambientação mitológica nórdica, para contextualizar um game com elementos de souls-like com um tempero de plataforma, em um título totalmente sidescroll. 

Talvez, após ler o que escrevi acima, fique a pergunta: “Souls-like e plataforma em título sidescroll, sai alguma coisa que presta?” Eu respondo essa pergunta nas linhas que se seguem.

O quão bom pode ser um Souls-like em sidescroll?

Abraçando o old school

Aqueles que já eram gamers na gloriosa era 16 bits, devem lembrar como os jogos eram mais simples em apresentar o seu roteiro. Pouco texto e cutscenes, isso quando havia, e você poderia sair para explorar o mundo sem perder muito tempo em contexto. 

Longe de mim dizer que jogos mais complexos são chatos. Mas assim como há momentos para jogá-los, às vezes queremos algo mais plug and play, quando desejamos só sentar e jogar, com foco total no gameplay.

Esse é o primeiro grande aspecto de Song of Iron. Em poucos minutos você já foi apresentado à história, motivação e ao tutorial de comandos: como se esquivar, defender, correr e combater.

Em poucos tempo, o jogador já entende a premissa base dos níveis do jogo. Neste game as fases são percorridas, quase sempre exigindo exploração, com um grande desafio a ser vencido no final. Simples e funcional o suficiente para ser divertido. Just like old times.

No final de cada fase sempre haverá um Boss ou um desafio maior a ser superado

Agradável aos olhos e ouvidos

Song of Iron é um título indie e visivelmente de recursos parcos, o que não é problema nenhum, quem é um pouco mais ligado à indústria de games sabe que dinheiro não é necessariamente sinônimo de qualidade. Contudo, saber que determinado título saiu do papel com pouco dinheiro faz com que as nossas expectativas sejam mais moderadas, principalmente quando a escolha do estúdio é por um 3d mais realista.

Nesse sentido, o título surpreende positivamente. Há várias camadas na tela, oferecendo uma melhor noção de profundidade e de uma ambientação mais viva.

Os planos de fundo são quase sempre muito bonitos, e sempre há alguma ação que indica os acontecimentos futuros. Um exército inimigo chegando no horizonte indica que no futuro enfrentaremos soldados em demasia, por exemplo.

A falta de definição no rosto do personagem principal é compensada por detalhamento nas roupas e na movimentação. Claro, há ressalvas, não a animação para pegar armas e escudos caídos no chão, quando você os pega as armas simplesmente aparecem nas mãos do protagonista. Além disso, muitas vezes durante o jogo – eu chuto que uns 35% – o jogo se passa em ambientações escuras onde só conseguimos discernir as sombras dos personagens. Acredito que isso se deve a falta de recursos e nem de longe são aspectos grandes que atrapalham a jogabilidade, mas não poderiam deixar de serem notados.

Soldados inimigos ao longe, no horizonte, indicam que teremos muitos combates a frente

A trilha sonora não é tão viciante e gostosa de ouvir quanto a de Desperados 3, como falei em minha análise do jogo, mas é muito boa e condizente com a ambientação e o momento de cada fase. Ela empolga em momentos de ação, e cria um clima apreensivo quando se faz necessário, um trabalho competente do diretor de áudio.

Fácil de aprender, difícil de dominar.

Em termos de gameplay, Song of Iron tem três vertentes: exploração, plataforma e batalha, nesta ordem de importância. Cada uma tem suas qualidades e defeitos e pesos diferentes dentro do todo que é o game. Logo, vamos avaliá-las separadamente.

O tutorial, do início do game, não é completo. Por exemplo, ele não cita que o jogo usa mecânicas de estamina, algo que faz diferença no decorrer da aventura. Outro ponto que não é informado é que em determinados momentos será necessário explorar a fase para prosseguir.

Em determinados momentos haverá paredes intransponíveis. Sem nada informando o que deve ser feito para avançar. E aí, se o jogador não tiver lido esta análise, ou for desatento, vai ficar sem saber o que fazer. Nessas horas se faz necessário voltar, procurar trechos ainda não explorados, e localizar pedras com símbolos mágicos.

Esses símbolos podem estar escondidos ao decorrer da fase. Para achá-los é preciso explorar os ambientes com cuidado.

Os símbolos a serem achados, normalmente estarão descritos na barreira inicial, mas nem sempre, sendo necessário um pouco de idas e vindas para achar algum segredo em alguma parte do amiente. Contudo, vale ressaltar que o procedimento é bem orgânico, e a gente acaba incorporando o que fazer após uma ou duas dessas barreiras pelo caminho. Porém, na minha opinião, seria ainda melhor, se isso fosse explicado previamente, e não deixado para descobrir por conta própria.

Quando falamos de elementos de plataforma, falamos do calcanhar de aquiles do jogo. Não que seja horrível, mas não é bom. A precisão dos movimentos de salto não são perfeitos, há um pequeno atraso que, em determinadas partes, fazem da jogabilidade um dos principais desafios de Song of Iron.

Felizmente, são poucos os momentos em que o game tende para esse lado. Além do mais, creio que é um dos aspectos que será corrigido em updates futuros. Ficamos no aguardo.

E por último, a joia da coroa de Song of Iron: Os combates. Uma das coisas mais legais desse título é a opcionalidade de lutar, ou não. A maior parte das batalhas podem ser evitadas, embora incentivadas, uma vez que quanto mais você luta, mais habilidade você tem para enfrentar os chefes.

Em Song of Iron, enfrentaremos diversos tipos de inimigos, cada um exige uma estratégia diferente

A progressão também é um ponto muito legal, pois não há uma árvore de habilidades, recurso que tem sido usado à exaustão em diversos títulos. Existem algumas poucas habilidades extras aprendidas durante a campanha e nenhuma faz uma diferença gritante no combate. O que há, é uma melhora da habilidade do jogador, à medida que ganha experiência com as lutas.

Dentro das lutas podemos aparar golpes com o escudo, desviar de duas formas diferentes, golpear de forma rápida e fraca, ou de forma mais lenta e poderosa, arremessar as armas, atirar flechas, chutar e sair socando quando for necessário. O grande destaque é que tudo isso consome recursos, estamina, flechas, os escudos se danificam. 

Defender com escudo, por exemplo, é um recurso limitado pela quantidade de golpes que o equipamento suporta. Além disso, nem um personagem, tanto o protagonista quantos os inimigos, incluindo os chefes, são esponjas de golpes, ou seja, não suportam muito dano.

Todo mundo pode morrer com poucos golpes em Song of Iron, inclusive o protagonista

Matar, assim como morrer, é muito fácil em song of Iron, o que nos leva a combates, muitas vezes mais estratégicos. Além do mais, há fogo amigo entre os inimigos. Com o posicionamento certo e um  timing bom, é possível fazer os inimigos se golpearem, o que é muito legal, quando conseguimos.

Não dá pra simplesmente sair socando os botões. Entender os detalhes da batalha e projetar uma estratégia à frente é o que há de mais divertido no jogo, e me surpreendeu demais todas essas características em um jogo totalmente em sidescroll.

Para Valhalla e além

Infelizmente, depois de algumas poucas horas o jogo acaba, não sem deixar um gosto de quero mais, pois o mesmo terminou no momento em que o meu coração foi fisgado, quando fiquei mais curioso e empolgado com o que estava por vir. Para minha alegria, termina com um “to be continued”, o que é empolgante, embora não esteja claro se será DLCs ou um novo jogo.

Após o tempo que eu passei com ele, eu fortemente recomendo que Song of Iron seja jogado. Se você quer um jogo com batalhas empolgantes, tais como a fórmula souls proporciona, mas não tão punitivas, ou algo que seja rápido e simples de jogar, esse é o seu game.

Esta análise só foi possível graças a Resting Relic, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – Song of Iron
Conclusão
Song of Iron surpreende positivamente, com seu combate em equilibrado, ambientação atraente e gameplay divertido. Mesmo com alguns pontos baixos, o saldo é mais positivo que negativo.
Gráficos
8
Som
8
Jogabilidade
8
Diversão
8
Prós
Excelente dinâmica de combate
Ambientação bem casada entre gráficos e audio
Contras
É curto demais
Momentos voltados para o gênero plataforma podem ser chatos
8
Viciante
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