Análise – Curse of The Dead Gods

Lançamento
23/02/2021
Desenvolvido por
Passtech Games
Publicado por
Focus Home Interactive

Estamos no inicio do ano, então o que nao temos é muita opções de rogue-lite para desfrutar. Mas e se olharmos para trás, os números são tão grandes que você não daria conta de jogar todos antes de mudar de geração de consoles. Mas quantidade nem sempre quer dizer qualidade, e achar um que valha a pena jogar no meio desse aglomerado, é uma tarefa nada fácil. Curse of The Dead Gods veio pra mostrar que mesmo sendo de um gênero bastante explorado, ele consegue se destacar e lhe prender em horas de jogatina.

Curse of The Dead Gods é um modelo de jogo que consegue esculpir seu próprio lugar no mercado, através de mecânicas de jogabilidade únicas e um loop em gameplay emocionante e viciante, apesar de alguns problemas em torno desse núcleo.

 

A HISTÓRIA NAO CONTADA

Quando se trata da estrutura em apresentação e narrativa de Curse of The Dead Gods não há muito o que fazer. De inicio vemos o nosso personagem abrindo uma câmara misteriosa no subterrâneo, sendo aí que começa todo o desenrolar do jogo e sua trama.

A historia de fundo é bem superficial e está ali apenas pra servir como pano de fundo para o jogo. Acontece o seguinte, o Deus da Morte corrompeu todos os deuses da terra e transformou uma cidade próspera em uma coleção distorcida e voraz de passagens, templos e caminhos, cheias de criaturas monstruosas que estão com fome de sangue, matando qualquer coisa que fique em seu caminho. Seu objetivo é derrubar esses deuses e tudo que esteja corrompido, mesmo que isso possa custar sua vida.

A atmosfera do jogo é algo legal de se ver, pois afeta todo o ambiente e a forma como devemos jogar para progredir e atingir o êxito em nossa gameplay. Totalmente dominadas pela escuridão, as cavernas escondem armadilhas e inimigos bem na sua frente, que só podem ser vistos segurando sua tocha e iluminando uma luz perto delas. A tocha é um instrumento fundamental no jogo e é o único item que nao permite ficar se ele equipado, sendo crucial para a sobrevivência.

Por onde a gente passa, vemos alguns braseiros espalhados por aí e que são colocados ao redor do ambiente para iluminar a área e dar-lhe um espaço de jogo que você pode lutar e ver o que está acontecendo. É extremamente importante manter as coisas em chamas pois os inimigos são mais fortes na escuridão e você leva mais dano que o normal, tornando o alivio de estar na luz uma prioridade sempre que você está lutando.

Esta dinâmica central é o diferencial que The Curse of The Dead Gods tem sobre outros títulos que se encaixam no mesmo gênero, mas embora possa parecer irritante no início, você amadurece a ideia e aprende a jogar na escuridão, e essas áreas iluminadas acabam se tornando um bônus, um pouco de ajuda extra, tornando as lutas difíceis um pouco mais fáceis. Isso é especialmente verdade quando você leva em conta a mecânica de que os inimigos podem destruir braseiros e também lhe acertar com ataques que dão danos de corrupção, piorando mais ainda a vida do seu personagem.

A Corrupção vive ao lado do jogador, é ela que dificulta tudo que acontece dentro do jogo. Somos amaldiçoados sempre que levamos ataques específicos de algumas das criaturas que enfrentamos, e para isso temos uma barra que serve como medidor para podermos acompanhar o quão amaldiçoado estamos. Esta barra de corrupção também vai encher ligeiramente à medida que você passar por cada porta, tornando cada ambiente explorado um risco que irá te levar para a masmorra e mais perto do chefe, mas também levá-lo mais perto de ganhar outra maldição. As maldiçoes são variáveis e vão desde tomar danos extras no escuro, ter urnas destruíveis para curar em vez de ouro para comprar itens, etc.

Isso é muito para acompanhar e ainda nem falamos sobre a jogabilidade, mas essas mecânicas realmente aumentam a atmosfera pesada de Curse of The Dead Gods e fazem parecer que você está atravessando uma caverna escura, onde cada passo pode levar à sua queda.

COMBATE VERSÁTIL E FRENÉTICO

A atmosfera pode ser opressiva, mas o combate e seus aspectos gratificantes ajudam a aliviar isso e criar uma receita envolvente que compõe uma experiência de jogabilidade envolvente. O mapa do jogo é dividido em três caminhos, o caminho vermelho é preenchido com templos antigos e arquitetura, o caminho azul se concentra em armadilhas e máquinas que foram deixadas abandonadas, enquanto a terceira é composta de catacumbas escuras cheias de armadilhas venenosas e inimigos.

Cada um deles oferece uma sensação única e o jogo lhe obriga completar cada um desses caminhos três vezes, antes de derrotar o chefe final. Sua primeira aventura em cada caminho tem como objetivo derrotar o primeiro chefe, enquanto o segundo você terá que derrotar o primeiro e segundo chefe, com o terceiro pedindo-lhe para derrotar todos os três chefes em uma corrida. Confuso né? É basicamente matar um chefe, e depois matar dois chefes, e por fim matar três chefes com a mesma barra de vida e maldições que dificultam mais ainda a vida do jogador.

Embora você possa pensar que isso fica repetitivo, você nunca se sente assim à medida que cada seção do mapa é encurtada quanto mais você progredir para o fim dele. Então, se você está prestes a assumir a seção dois do caminho azul, a área até o primeiro chefe é encurtada até pela metade, com um punhado de áreas sendo removidas.

Isso dá ao jogo uma grande e gratificante sensação de realização à medida que você se aprofunda na experiência, como uma área e chefe com a qual você lutou de repente se torna muito mais fácil e você é capaz de vencê-los sem levar um único golpe em alguns casos, já que você decorou seus movimentos e está forte o bastante.

As mecânicas de combate consiste em usar sua arma principal com um combo e uma arma secundária de longo alcance que tem o potencial de acertar perfeito segurando o botão e liberando-o no momento perfeito, aumentando o dano. Você também tem uma arma de duas mãos que lida com golpes poderosos, mas usa uma de suas cinco cargas de vigor, que também são consumidas ao esquivar ao dar o golpe final de um combo. Você precisa pensar certo na hora de realizar combos e esquivas para nao ser pego de surpresa e ficar sem vigor suficiente para desviar de um combo mortal do inimigo.

Tudo isso se encaixa muito bem e se encaixa no ciclo de jogabilidade da corrupção sempre ali na espreita, te consumindo e dificultando seu jogo caso nao saiba lidar com ela. Além disso, precisamos lidas com os vários tipos de inimigos todos oferecendo um desafio único e sua própria maneira de lutar, especialmente quando inimigos mais fortes, com barras de saúde maiores são jogados para o meio do combate.

A BUILD PERFEITA LHE GARANTE A LUTA PERFEITA

O jogo possui seu próprio sistema de aperfeiçoamento do personagem, sendo necessário conta um pouco com a sorte durante sua expedição e torcer para cair os melhores itens do jogo, daquele tipo de item raro que garante a vitória contra o chefe difícil. A escolhas já começam logo no santuário onde devemos escolher a armas iniciais em um altar, e se você tiver pontos suficientes, pode desbloquear mais altares e aumentar seu numero de opções e assim a chance de começar com armas melhores.

Uma vez dentro das masmorras, devemos sobreviver e vasculhar as salas em busca de relíquias que ao serem equipadas, vão lhe garantir bônus que fazem toda a diferença durante a luta. Estes incluem curar uma porcentagem de sua saúde ao derrotar um inimigo, ou até mesmo dano extra contra inimigos que estão na escuridão, e muito mais. As variações são boas e se cair a combinação certa, pode ter certeza que a luta será fácil.

Temos uma experiência que pode prender bem o jogador, caso queira fazer 100%. A busca por todas as armas pode prolongar ainda mais a jogatina, e também matar o suficiente de um tipo específico de inimigo preencherá sua página de história, detalhando a história por trás deles e seu lugar dentro do mundo. Desafios extras também são incorporados para aqueles que podem eliminar os inimigos o suficiente vezes sem tomar danos deles. A equipe de desenvolvimento ainda teve a ideia de lançar eventos diários que aumentam o fator replay do game, e assim buscar cada vez mais superar cada um deles e receber sua recompensa final.

A BENÇÃO DOS DEUSES

Curse of The Dead Gods está cheio de coisas para fazer, lugares para explorar e equipamentos para ganhar enquanto você entra numa expedição e depois dela ser concluída, lutando contra inimigos e chefes, que em algumas vezes pode ser extremamente difíceis, mas não impossível. A quantidade de personalização oferecida e as opções que você tem usar em seu beneficio durante sua aventura, se mostra superior que muitos jogos são do mesmo gênero.

Apesar dessa experiência funcionar bem e ser algo relevante para o jogador, as coisas se complicam muito no final, onde as lutas se tornam muito “apelativas” e as expedições se tornam mais longas, onde as vezes uma única jogatina pode durar até mesmo uma hora direto. A atmosfera escura e opressiva do jogo pode não ser agradável para todos, mas faz parte do conjunto da obra.

Apesar dos pequenos problemas, Curse of The Dead Gods ainda é um grande rogue-lite e vale a pena experimentar para aqueles que curtem jogos nessa pegada e querem ter suas habilidades testadas. Mas se você é daqueles que ainda nao se familiarizou com jogos desse estilo, talvez seja melhor encarar algo um pouco mais leve e ganhando um pouco de experiência para poder encarar obras mais difíceis.

Esta análise só foi possível graças a Focus Home Interactive, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – Curse of The Dead Gods
Conclusão
A escolha perfeita se você busca um combate desafiador, e que possua um arsenal gigante de armas e equipamentos para o seu personagem.
Gráficos
7
Jogabilidade
8.5
Som
8
Diversão
8.5
Prós
Alta variedade de equipamentos
Combates envolventes e técnicos
Contras
Gráficos deixam a desejar
A dificuldade pode ser um espanto para alguns jogadores
8
Viciante
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