Lançado em 24 de abril de 2018, pela 11 bit studio, Frostpunk é um jogo de construção de cidade e simulação de sociedade que surpreendeu os aficionados pelo gênero.
FROSTPUNK: O Jogo
Antes de começar a análise eu gostaria MUITO de agradecer ao meu amigo Rogério Miranda (oProfeta) pela cooperação na realização desta análise. Assim como eu, ele é um grande admirador de FROSTPUNK, e sua ajuda foi essencial para a conclusão do texto, valeu Mira!
O cenário do jogo se passa nos idos de 1800 (no auge dos tempos vitorianos e no poder do Império Britânico no século XIX) depois de um apocalipse gelado que transformou o mundo num deserto abaixo de zero. Depois da fuga de Londres a única esperança do grupo liderado por você é a uma cratera com um enorme gerador a carvão no centro. Sua missão é construir uma cidade em torno do aquecimento fornecido pela fornalha do gerador; tendas para seus trabalhadores, pavilhão de caça, refeitório, tendas médicas, dentre outras estruturas que vão se tornando disponíveis conforme sua sociedade consegue ir avançando diante de suas pesquisas cientificas.
Como administrador dessa nova comunidade, você terá que controlar seus trabalhadores na exploração de recursos em um ambiente gelado e suscetível a suas variações de temperatura.
Além de oferecer os desafios de administração de recursos, sejam eles materiais e humanos, comuns nesse estilo de jogo, o que diferencia FROSTPUNK são as decisões morais que você terá que tomar como líder: Seus trabalhadores serão livres ou escravos? As crianças serão poupadas do trabalho que os adultos fazem ou serão tratadas como um adulto qualquer?
Cada tomada de decisão é expressa em Lei e tem impacto na Esperança e Descontentamento de seus cidadãos. Se a Esperança sumir de sua comunidade e ou Descontentamento for dominante, provavelmente você será destituído do poder e banido da cidade.
O jogo é bem desafiador. Lidar com a exploração, extração e depósito de recursos é só o começo. Saber controlar a massa de cidadãos e seu humor é essencial. Mas saber observar a previsão do tempo para os próximos dias e planejar as ações necessárias é o que te fará ser amado ou odiado pelos seus liderados.
Um dos maiores destaques em FROSTPUNK, fazendo dele único, é o seu aspecto visual. Não tire conclusões precipitadas pelas imagens estáticas, pois o show de FROSTPUNK começa quando as animações e os impecáveis efeitos visuais começam a explodir na sua tela. Os cenários tem grande parte da sua arte inspirada no universo cyberpunk. A câmera proporciona uma perspectiva vertical dificilmente explorada por outros títulos, nos permitindo explorar o mapa em seus mínimos detalhes.
Outro ponto que chama muito a atenção é a trilha sonora, com um bom headset você será sugado para dentro da atmosfera gélida e melancólica de FROSTPUNK. Todas as faixas foram compostas por Piotr Musial e executadas pelo Atom String Quartet e pela Sofia Session Orchestra. Piotr Musial é um renomado compositor polonês que já assinou diversas trilhas sonoras de jogos como, This War of Mine, Bulletstorm, Beat Cop, a franquia Anomaly e a principal de todas The Witcher 3: Blood and Wine.
FROSPUNK: ON THE EDGE
ON THE EDGE é a última DLC do Frostpunk lançada em Agosto de 2020. Nessa parte da estória, você continua como líder de algumas dezenas de trabalhadores logo a após a Grande Tempestade (desafio final do jogo principal). A grande diferença agora é que você administra um posto avançado, uma espécie de colônia, da Nova Londres, num pequeno espaço de ‘neve’ numa montanha no limite de um desfiladeiro e as portas de uma mina de metal militar esquecida a tempos.
Por ser uma colônia, você tem o poder de promulgar leis, você precisa ter contanto com a capital Nova Londres e expressar suas necessidades, sejam elas de materiais e até a promulgação de leis necessárias. O terreno do seu Posto Avançado é pequeno, o que limita muito a obtenção e recursos. Outra coisa nessa estória é que o assentamento não possui um gerador. Portando o aquecimento fica mais difícil de obter.
Durante um tempo você troca recursos com capital. Mas com o passar do tempo, fica evidente o caráter exploratório da capital, e logo seus cidadãos começam a pressão de independência da Capital.
A forma de equalizar a falta de recurso local é achar outros Postos Avançados como o seu e estabelecer uma parceria de troca de favores e recursos.
ON THE EDGE (No limite) não é apenas mais um cenário deste maravilhoso simulador. Ele traz uma forma diferente de jogabilidade, explorando mais a parte política no relacionamento com outras comunidades. No entanto, ela mantém os elementos que fazem desse jogo gelado uma obra de arte.
Vale a pena enfrentar o Apocalipse gelado do Frostpunk: On The Edge.
Esta análise só foi possível graças a 11 bit Studio que gentilmente nos disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.