Análise – Riders Republic

LANÇAMENTO
28/10/2021
DESENVOLVIDO POR
Ubisoft Annecy
PUBLICADO POR
Ubisoft

1080 graus pra cima e com duplo carpado pra direita

Jogos radicais sempre foram um nicho legal, quem não se lembra do icônico “jogos de verão” do Master System? Jogo com diversas modalidades que fez a cabeça dos jogadores na época do Master System, ou até mesmo 1080 Snowboarding e Cool Boarders, lançados respectivamente para Nintendo 64 e Playstation, games muito divertidos e competitivos, que nos faziam vislumbrar um pouco da adrenalina que esses esportes transmitem, isso sem contar a incrível franquia Tony Hawk´s.

Mas com o tempo esse gênero foi um pouco maltratado, apesar de alguns games legais, ele foi pouco explorado por grandes produtoras, principalmente a EA, que sempre teve uma boa vontade com jogos radicais, mas que esqueceu do estilo nos últimos anos, além disso, algumas tentativas, como da própria Ubisoft, com seu interessante (mas irregular) Steep, não foram definitivamente um sucesso.

Acrobacias radicais e muita curtição com os amigos, esta é a proposta de Riders Republic.

Ainda sim, parece a Ubi resolver dar mais uma chance pro estilo, e agora eu compartilho com vocês se a manobra foi boa, ou se bateu com a cara na parede.

 

Manobras sociais

A primeira coisa que chama a atenção em Riders Republic é a sua simplicidade no início, você tem apenas duas opções, ou entra de uma vez no lobby online, onde poderá ver outros jogadores perambulando no cenário, ou parte pro modo zen, que nada mais é do que o mundo aberto disponível para você ficar vagando por aí.

Mas é no modo online que as coisas ficam interessantes, o jogo segue uma lógica parecida com a dos recentes jogos da série Forza Horizon, onde você tem liberdade para escolher diversos eventos, e em uma espécie de online passivo, você disputa com outros jogadores através de avatares que simulam o estilo de jogo desse players. Eu sempre achei essa saída muito inteligente, e ela brilha em Riders Republic, já que a sensação é de participar de um imenso torneio de esportes radicais com pessoas de todo o mundo, mas sempre respeitando o seu nível de dificuldade escolhido.

O mundo aberto e os belos cenários dão um ar todo especial ao jogo, destaque para a belíssima paleta de cores.

Aliás, é bom avisar, você vai lembrar muito de Forza Horizon aqui, o jogo tem um estilo de progressão, de escolha de fases e de design de jogo muito inspirada no jogo de corrida, eu vejo Riders Republic como um jogo absolutamente inspirado na franquia da Playground, e olha que isso não é ruim, pois a mecânica semelhante é agradável, e te coloca dentro de um modelo de evolução de personagens, equipamentos e também de progressão do mapa muito elegante, é um ponto positivo, e temos que valorizar quando a cópia é bem feita.

Mas indo além da cópia, é hiper interessante o mecanismo online do jogo, onde é possível ver centenas de jogadores online perambulando pelo cenário, confesso que fiquei meio receoso quando vi os trailers de jogo, pois não entendia como essas mecânicas funcionariam, mas fiquei feliz com a feliz mistura de online ativo e passivo.

 

Êta mundão que não acaba

Um ponto importante pra falar de Riders Republic é o seu imenso mundo aberto. O jogo se inspira em points famosos dos Estados Unidos, principalmente aqueles onde se praticam esportes radicais. Lotado de biomas, como desertos, montanhas de neve, cânions e florestas, o jogo oferece muita para o jogador descobrir, inclusive é muito legal descobrir esses trechos, onde é possível colecionar pontos turísticos e tirar belas fotos.

O rico e gigantesco mapa proporciona ótimas descobertas, seja pilotando ou a pé.

Um ponto interessante também é a liberdade que jogo proporciona, é possível explorar esse cenário a pé, e também com todos os equipamentos e habilidades que você desbloqueia no caminho, e essa variedade de modalidades é muito gratificante. Temos aí equipamentos como pranchas de snowboard, ski, carrinho de neve, bicicletas, foguetes voadores, enfim, uma infinidade de possibilidades dignas da exploração.

 

Sonzeira abafada e esquisita

Riders Republic tem uma boa lista de músicas, incluindo algumas faixas de bandas bem conhecidas como Offspring e Green Day, mas confesso que não entendi muito bem o design de som do jogo. Mesmo mexendo em configurações, o som segue sempre um pouco abafado, com as músicas sempre baixinhas durante as competições, isso acaba melhorando com o headset, mas diferente de outros jogos que conseguem dosar bem o som ambiente e o som das músicas, não senti um bom equilíbrio aqui não.

Apesar de excelentes bandas a mixagem de som do jogo deixa um pouco a desejar.

Outro ponto curioso foram as escolhas de efeitos sonoros, eu realmente não curti os barulhinhos que o jogo faz quando você é ultrapassado (eles parecem o som de um boneco do Roblox morrendo) e apesar disso parecer besteira, em algumas provas, como as corridas com muitos corredores, esses efeitos sonoros ficam bem esquisitos.

 

Controles eficientes, quase sempre

Bom, eu falei dos recursos online e do imenso mundo aberto, mas tudo isso iria por água abaixo se Riders Republic não tivesse um gama de controles eficientes e precisos. Bom, aqui também o jogo entrega algo bem competente. Poucos jogos de esportes conseguiram entregar tanta variedade de modalidades de forma tão coesa quanto esse game. O jogo permite escolher comandos que beneficiam competições de manobras e de velocidade, e em ambos os casos as mecânicas de controle funcionam muito bem. Descer um imenso penhasco com uma Bike é desafiador mas também preciso, sendo que na maioria das vezes os erros acabam sendo culpa do próprio jogador.

Na maioria das habilidade o controle é super preciso, porém em outras… nem tanto.

Entre os equipamentos que mais se destacam, eu particularmente achei os controles de bikes, snowboards e skis quase perfeitos, dando realmente a sensação de velocidade e de precisão de manobras que precisava, ainda sim, não me diverti muito com os equipamentos de vôo. Apesar de funcionarem bem, as corridas por vezes são frustrantes, pois mesmo em dificuldades menores, errar significa chegar em último, já que a curva de ultrapassagem dessas modalidades é quase nula.

Fechando aqui as ressalvas, as mecânica de controle do veículos alternativos como o carrinho de neve, não são lá muito boas, mas o Cumba aqui está sendo um pouco chato, pois no geral o jogo entrega uma mecânica respeitável de jogabilidade.

 

Espírito radical, alma blasé

Amigos jogadores, o termo blasé não é comum pra todos vocês, então vou só falar de uma forma mais nítida, Riders Republic é por vezes brega. Vou explicar, o jogo tem sim muitos pontos positivos, é divertido, grande, tem inovações interessantes e é um ótimo game. Mas quando falamos da estética do game, olha, eu realmente sinto um pouco de vergonha dela.

Um jogo brega, mas IRADO como dizem os apresentadores do evento.

O jogo possui uma história pouco relevante, que mais te introduz no jogo do que realmente te encanta (alô Forza Horizon, você de novo por aqui!). Só que essa história irrelevante não é muito opcional, sendo assim, você vai ter que aguentar a introdução deplorável do jogo, aguentando dois personagens toxicamente positivos, que irão te encher de gírias como IRADO a cada metro quadrado, com direito a um veterano das corridas que hoje vivem de uma lanchonete que prepara sucos IRADOS para os competidores.

Mas apesar disso, é confortante saber que depois que o mapa se expande e o jogo te solta no mundo, esses seus novos amigos RADICAIS pouco influenciam na sua aventura, deixando tudo mais como um pano de fundo, servindo apenas de motivação para você chegar ao topo do “Riders Republic”.

 

Divertido e completo

Por fim, posso dizer que Riders Republic entrega um conjunto muito justo. A Ubisoft entregou um projeto que ao meu ver foi desafiador e ousado, e que deve preencher a nossa limitada biblioteca atual de jogos verdadeiramente radicais. Se você sente saudades de jogos de esportes radicais verdadeiramente divertidos e pouco burocráticos, acho que você acabou de achar o seu novo game.

Esta análise só foi possível graças a Ubisoft e a DRONE Comunicação, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – Riders Republic
Conclusão
Divertido, longo, variado e completo. Riders Republic é um dos melhores jogos radicais já produzidos. E apesar de escorregar em algumas curvas, entrega tudo o que precisamos de um jogo do gênero.
Gráficos
8
Som
7
Jogabilidade
9.5
Diversão
10
Prós
Finalmente um jogo de esportes radicais realmente bom
Jogabilidade divertida e afiada
Mapa enorme e com muita variedade
Desafiador e inclusivo na medida certa
Contras
História e personagens bem ruins
Soundtrack abafada e efeitos sonoros esquisitos
8.6
Bom
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