Análise – Super Meat Boy Forever

LANÇAMENTO
16/04/2021
DESENVOLVIDO POR
Team Meat
PUBLICADO POR
Team Meat

Desde os primórdios, até hoje em dia…

Em meados de 2010, o Xbox 360 já trilhava pelo menos metade do seu caminho, se consolidando como um dos mais bem sucedidos consoles daquela geração. Logo após o lançamento do Super Meat Boy, o console se preparava para sua segunda grande fase, que era o lançamento do Kinect no final daquele ano.

Mas antes da câmera de captura de movimentos virar uma febre mundial, outra grande revolução acontecia, um revolução muito menos barulhenta, só que muito mais duradoura, protagonizada por pequenos estúdios independentes, que começavam a ganhar as lojas do console da Microsoft através do serviço Xbox Live Arcade.

E a franquia Super Meat Boy foi muito importante nessa revolução, não só por sua mecânica genial e viciante, mas também por trazer para o mundo Indie um mascote verdadeiramente carismático e criativo. O game também foi um marco na indústria índie vendendo mais de 1 milhão de cópias. Além disso ele impulsionou o mercado de jogos independentes e digitais, além de abocanhar prêmios em revistas especializadas que admiravam suas mecânicas, seu controle preciso e sua dificuldade desafiadora mas justa.

Precisamente 10 anos depois, a Team Meat volta com seu simpático naco de carne saltitante, com um novo estilo de mecânica, mas será que ele consegue surpreender depois de 10 anos de criações indies absolutamente inovadoras? É o que você descobre agora.

Família ê, família á…

No primeiro game a história era bem simples, praticamente uma paródia dos clássicos Super Mario. Meat Boy deveria salvar sua namorada Bandage Girl do abominável Dr. Fetus, que insiste em sequestrar sua amada a cada nova fase jogada. Neste segundo game a coisa não muda muito, só que agora a vítima de sequestro é o pequeno filho do casal, o simpático e fofinho Nugget.

Podendo escolher agora entre o Meat Boy e a Bandage Girl, o jogo muda radicalmente suas mecânicas para se adaptar a uma nova realidade nos games, agora, em vez de um jogo de plataforma clássico, o jogo abraça de vez um estilo muito popular nos Smartphones, que são os  jogos de plataforma “auto run”, ou seja, não é possível mais ir pra trás ou pra frente no seu tempo, seu personagens corre automaticamente pra frente da tela, estilo semelhantes a jogos como Rayman Fiesta Run e Super Mario Run.

Sinceramente, isso me decepcionou um pouco, principalmente por ser um jogo com uma pegada tão clássica, a transformação me deu uma sensação de jogar um game mobile qualquer, e quando se joga em um console de ponta, a sensação é ainda pior, pois para um jogo que surgiu nos consoles para um público mais hardcore, Super Meat amplia seu leque mas limita sua jogabilidade.

Sequestraram seu filho, agora a coisa ficou séria!

Tô cansado de me dar mal…

Ok, Super Meat Boy se entrega para uma mecânica mais casual, mas de fato ele é casual? Bom, a resposta é que NÃO, o jogo está mais difícil e desafiador do que nunca, a mecânica em si não facilita as coisas, exigindo do jogador inúmeras tentativas para avançar entre os mundos. O interessante replay do jogo está de volta mostrando uma sequência de replays sobrepostos, fazendo você acompanhar seus fracassos de uma só vez e acredite, você vai falhar muito, mesmo no primeiro mundo.

Outro novo ponto no jogo que não me agradou foi a nova escolha de design por fases procedurais. Se antes a maestria das fases ficava no equilíbrio dos desafios feitos à mão, e agora, apesar de uma lógica muito bem construída, o jogo se perde um pouco ao colocar algumas plataformas criadas por computador. Isso de alguma forma deixa o jogo ainda mais desafiador por adicionar o fator surpresa, por outra tira um pouco do equilíbrio do design das fases, deixando algumas fases mais fáceis e outras muito difíceis.

E vale lembrar que o desafio continua alto, não feliz em passar as fases, conseguir coletar os itens que liberam chapéus, skins, fases e vídeos, é bem complicado, mas BEM COMPLICADO mesmo.

Super Meat Boy agora sem freio.

Diversão e arte. Para qualquer parte.

O novo Super Meat Boy Forever traz algumas novidades na sua produção. Os gráficos estão melhores, principalmente nos backgrounds dos cenários, com muitas animações e um colorido mais vivo. Vale destacar as animações antes das fases, ainda mais divertidas e constantes, mostrando um mais alto valor de produção do game.

A música segue legal também, com batidas de rock, misturando com eletro e que combinam perfeitamente com o universo do jogo. Já a variedade de mundos é ainda mais diversa, passando por biomas, mundos malucos com elementos comuns para o universo com jogo como seringas, elementos escatológicos e biológicos, aquela mistura maravilhosa de açougue e floresta encantada já conhecida do jogo anterior.

Pegar chaves e abrir fechaduras nunca foi tão complicado

O pulso ainda pulsa..

Super Meat Boy retorna diferente, mas ainda muito desafiador e extremo. O jogo talvez não seja aquilo que os fãs esperavam, ainda mais depois de 10 anos de hiato, infelizmente o jogo entrega uma experiência diferente e que mais parece um bom jogo mobile, o que é uma pena. Ainda sim, a essência do jogo está lá, com todo o seu humor e sua dificuldade de sempre.

*Alguns podem reparar que usei alguns subtítulos de músicas dos Titãs, uma icônica banda de rock nacional 🙂  Minha pequena homenagem pro dia de Rock, que hoje sobrevive nas mãos de grandes artistas independentes e que foi um estilo de música tão importante na formação musical dos jovens que já passaram dos seus 30 anos 😀

 

Esta análise só foi possível graças a Team Meat, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – Super Meat Boy Forever
Conclusão
Uma aventura cooperativa irresistível. It Takes to é um dos melhores títulos do ano e tem tudo para ganhar seu coração.
Gráficos
7
Som
8
Jogabilidade
6
Diversão
6
Prós
Desafiador e preciso
Personagens e cenários coloridos e divertidos
Contras
Jogabilidade em auto run é um retrocesso
Design procedural pouco inspirado
6
Bom
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