Com o lançamento de Streets of Rage 4, todo bom fã de Beat em up passou a sonhar com uma revitalização do gênero, com influencias do mesmo. E Mayhem Brawler é um dos primeiros a ter claras influencias de Streets of rage 4. Principalmente no estilo artístico de história em quadrinhos feita a mão. O jogo foi desenvolvido pela Hero Concept, uma desenvolvedora e Publisher que se propõe a “desenvolver reimaginações visionárias de jogos atemporais dos Arcades”. E Mayhem Brawler segue muito bem essa proposta.
A história começa quando Troy “Trouble” Statham, Jonah “Dolphin” Jordan e Grace “Star” Gardner, agentes da agencia policial de mutanes Stronghold, estao patrulhando e recebem um chamado para averiguar as docas e acabam descobrindo um esquema que pode mudar o destino da cidade inteira.
Cada fase tem sua cutscene própria com estilo de HQ, começando com o ponto de vista da Star, fazendo uma postagem no Twitter referente ao que acabou de acontecer na fase. Enquanto a cena se desenrola, é possível ver as respostas ao tweet dela ao lado, para contextualizar melhor o universo do jogo. A medida que se joga e faz escolhas diferentes, a história vai se desenrolando, com a possibilidade de fazer 3 finais diferentes dependendo de suas escolhas.
Durante o jogo tem várias referências da cultura pop tanto nos nomes de fases como em detalhes dos cenários ou nas falas dos personagens. São referencias de outros jogos, músicas, filmes e até séries.
Os personagens seguem os estereótipos clássicos de Beat em ups. Trouble é o balanceado, Dolphin o brutamontes e Star é a ágil. Cada um tem gameplay e poderes diferentes, o que pode mudar a sua forma de jogar e lidar com os inimigos. Apesar do jogo não possuir online por enquanto, é possível jogar com mais dois amigos localmente. Para terminar o jogo, é preciso terminar 7 fases, o que leva em torno de 45 a 55 minutos de gameplay, com 12 cenários diferentes possíveis, dependendo de suas escolhas. Todos cenários são repletos de detalhes, com algumas animações rolando no fundo, dando vida á cidade. Ao finalizar o jogo é possível desbloquear o modo Fliperama, onde você tem que zerar sem continues, sendo possível ganhar mais vidas a cada 25 mil pontos.
O sistema de combate não é vasto como o de outros beat em ups modernos, mas é um sistema muito competente no que se propõe, sendo um excelente beat em up tradicional. Além de atacar, é possível também se defender de ataques e projéteis, usar golpes especiais, correr, agarrar e arremessar inimigos. Alguns ataques jogam os inimigos para o alto, o que aumenta as possibilidades de combo. Porem, é preciso ter cuidado para não perder muito tempo em um único inimigo para não ficar aberto a punições. E nessas horas vale muito a pena usar o arremesso, defesa ou os especiais defensivos, pois deixam o jogador invulnerável durante a execução. Mas é preciso tomar cuidado para não ficar sem barra de especial, já que os especiais dependem exclusivamente dela. Um outro detalhe interessante, é que existem muitas outras features que não entraram no jogo, mas vão ser adicionadas posteriormente, como acertar inimigos caídos, combos e até mesmo especiais aéreos.
O grande diferencial de Mayhem Brawler são os status que são causados por ataques. Trouble pode causar hemorragia com suas garras e atordoamento com chutes, já Dolphin e Star causam atordoamento e vulnerabilidade com seus ataques. Os inimigos também utilizam o sistema de status, alguns deles possuem Vingança, que os fazem atacar assim que levantam; Cura, que recupera o HP e elimina a hemorragia; Invencível, que não os deixam ser interrompidos a não ser com ataques especiais; e o Antiapelão, que revida na hora se você nao completar seu combo. Impedindo de fazer o velho macete de stun lock.
O jogo é balanceado na medida certa, sem ficar roubando para zerar suas vidas. Diferente da maioria dos beat em ups, os inimigos não dão mole esperando apanhar, eles atacam de forma estratégica e podem lhe punir cruelmente cada vez que você vacilar. Além dos inimigos humanos tem vários mutantes, que não se limitam apenas a socos e chutes. Entre os ataques tem poderes elementais, teleporte, metamorfose, super velocidade e até ataques psíquicos. E por falar em inimigos, cada um tem até 6 skins diferentes, que os diferencia não só pelas cores, mas como pelos detalhes, como tocas, bandanas, penteados, cor da pele e formato da cabeça.
Um grande destaque também são os chefes, todos muito bem detalhados e interessantes e tem um sistema de barra de vida separada em 3 fases, cada uma com uma estratégia diferente. Na primeira ele só bate ou defende. Na segunda já começam a usar contra ataques e chamar reforços. Na terceira eles passam a não aceitar combos de frente e usam especiais com mais frequência. Neste caso, acertá-los com armas ou especiais é mais indicado pra garantir a vitória.
A trilha sonora foi composta por Emir Merzeci e é um dos pontos fortes do jogo. As trilhas são separadas em 3 partes, mudando de acordo com o ponto do cenário onde você está. Para combinar com o cenário ou chefe em questão, temos trilhas de Heavy Metal, Orquestra, Club, Trance, Electro, entre outros estilos. Muitas delas são tão boas que ficam na cabeça. Inclusive cada chefe tem seu tema próprio, o que os dão mais personalidade.
Esta análise só foi possível graças a Hero Concept, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox Series X|S e Xbox One e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.