Análise – Lost Judgment

Lançamento
24/09/2021
Desenvolvido por
Ryu Ga Gotoku Studio
Publicado por
SEGA

Lost Judgment é a sequência do jogo Judgment, desenvolvido pelo estúdio da Sega, Ryu Ga Gotoku Studio. O mesmo estúdio conhecido pela série Yakuza. Embora seja uma continuação direta, assim como os jogos da série Yakuza, não é necessário jogar os títulos anteriores para entender a história. Porém, é sempre melhor acompanhar do começo, para se situar melhor na ambientação do jogo.

A história começa com o julgamento de Akihiro Ehara, que foi preso por assediar uma mulher no trem. Durante o julgamento, ele revela a localização do corpo de um professor achado três dias antes de seu julgamento. Imediatamente, Ehara causa confusão no tribunal, trazendo essa informação da qual não deveria saber, pois já estava preso quando acharam o corpo. Eis que o personagem principal, o detetive Takayuki Yagami, é contatado pela advogada de defesa Saori Shirosaki, para desvendar o mistério por trás de Ehara. Este é o caso principal e se estende do início ao fim do jogo, tendo ao decorrer da história, vários novos detalhes e reviravoltas. A história é dividida em 13 capítulos, se passando parte em Kamurocho, que é inspirada na cidade Kabukicho, de Tokyo e parte em Isezaki Ijincho, inspírada na cidade Isezakicho, de Yokohama. O enredo é muito bem escrito e emocionante, tendo muitos personagens carismáticos e cativantes, além de ser pesado e focado em dois temas: Bullying e vingança. Em alguns pontos são mencionadas algumas estatísticas do Japão, como por exemplo que em média 300 estudantes cometem suicídio por ano, vítimas de Bullying. E muito se fala sobre como as vítimas permanecem caladas ao invés de procurar apoio, e como algumas pessoas abafam o caso, piorando a situação.

Apesar da história ser bem séria e pesada, mas sem ser exatamente visceral, existem momentos bem engraçados, e eles ocorrem durante os Side Cases (Missões secundárias). Muitas dessas missões começam com uma investigação preliminar, tendo uma rodada de perguntas ou uso de gadgets para achar pistas.
Boa parte dos casos trazem histórias que não são necessariamente canônicas e são bem divertidas. E isso ajuda a aliviar a tensão da história principal. Vale muito a pena cuidar desses casos para conseguir bastante experiência e dinheiro. Ao todo existem 42 Side Cases para resolver (sem contar com DLC).

Além dos Side Cases também tem as School Stories. Esses são casos relacionados ao Clube de Mistérios da escola. A líder do clube, Kyoko Amasawa, solicita sua ajuda para resolver casos relacionados a outros alunos da escola, que parecem estar envolvidos em problemas sérios. O objetivo é se infiltrar nos clubes para ganhar confiança dos alunos e descobrir se os rumores sobre esses problemas é real, e resolve-los. Esses casos costumam ser bem mais longos do que os outros secundários, e as vezes requerem um pouco de grind, mas trazem bastante experiência no final. Ao todo são 10 clubes, lotados de histórias, alguns se passam dentro de clubes da escola, outros ocorrem em pontos específicos da cidade de Ijincho.

A melhor coisa das School Stories são os mini games. Começando com um de dança, que lembra o da Haruka em Yakuza 5, mas é bem mais complicado. Depois batalha de robôs, skate, Virtua Fighter 5, Boxe, Poker, batalha de motos e fotografia. Todos esses mini games são muito bem feitos e divertidos, além de que podem ser jogados novamente o quanto você quiser. Todos eles se dividem em rodadas secundárias e principais. É preciso enfrentar alvos menores para ir progredindo, para depois chegar nos alvos principais e ter um grande avanço na história.

O jogo mantém o estilo de jogabilidade da série Yakuza (tirando o 7 que é RPG de turnos), sendo uma mistura de Beat em up 3D com elementos de RPG e um grande foco em narrativa. O que é praticamente a evolução dos jogos das séries Kunio Kun e Downtown Nekketsu (River City Ransom). Inclusive o jogo já começa na clássica Kamurocho, cidade onde se passam boa parte das histórias da série Yakuza, passando por várias mudanças entre um jogo e outro. Como cada personagem da série tem suas diferenças no gameplay, o mesmo vale para Yagami.

Como Yagami é um detetive, ele tem mecânicas únicas para lidar com situações específicas durante um caso. Muitas vezes é preciso passar sem ser percebido ou achar algo que está escondido. Portando, existem momentos onde será necessário investigar pistas no cenário, escalar canos, passar por áreas sem ser visto, seguir um alvo sem ser visto, correr atrás de um suspeito, usar disfarces ou recorrer a gadgets. Entre os gadgets, temos um Amplificador de Som para ouvir sons de longe, um Detector de Ondas para perceber ondas de rádio e um Cão detetive para farejar objetos e pessoas (Sim, ele conta como gadget). Tem também um Drone na lista de gadgets, mas fora das corridas de drones, ele não tem muito uso nos casos.

O combate é absurdamente bem fluído, e trás 3 estilos distintos: Crane, Tiger e Snake. O estilo Crane é mais focado em acertar alvos múltiplos e fazer controle de multidões, o Tiger é focado em acertar um único alvo e possui mecânicas de golpes carregados, já o Snake é usado para contra golpes e serve tanto para alvos únicos quanto múltiplos. Esses são estilos de Kung Fu criados por Yagami e tem muitas referências a golpes reais. Muitos dos golpes, tanto normais quanto especiais, muitas vezes lembram os filmes do Jackie Chan. Um dos motivos principais da comparação, é que assim como Yakuza, muitos dos golpes especiais são bem exagerados e engraçados, assim como muitas ações dos filmes do saudoso Jackie. Inclusive, existe um golpe especial que fica disponível apenas quando você está bêbado, que é uma grande referência ao filme Drunken Master.

Entre as mecânicas de combate, vale destacar adições importantes. Um delas é uma aura vermelha que só aparece quando o inimigo vai dar um golpe especial, o que pode ativar uma mecânica de parry, que consiste em esquivar no momento certo para contra atacar. O que era simples nos jogos anteriores, agora se tornou um golpe especial de contra ataque que tira muita vida, ajudando muito contra chefes, mas pode dar muito errado caso você erre o tempo certo da esquiva. Além disso tem também a adição de um atalho para colocar itens de cura, para evitar ter que ficar abrindo o menu toda hora para encher a vida.


Todos os estilos são muito bem elaborados e tem muitas possibilidades de combo, principalmente se você trocar de estilo enquanto bate, ou muda para o modo EX, que tem golpes exclusivos e devastadores.

Em Kamurocho, infelizmente não há muito para explorar em termos de entretenimento, se comparar com os jogos anteriores. Porém o que falta em Kamurocho, tem de sobra em Ijincho, a cidade que é praticamente a principal deste jogo. Existem muitas lojas pela cidade, vendendo vários tipos de itens, além de bons lugares com mini games interessantes. Sinceramente sinto falta de ter um Karaokê e um Cabaré, mas acho que o jogo compensa bem por isso. Para explorar as cidades, podemos andar de taxi, fazendo uma viagem rápida, ou andar de skate coletando pontos que podem ser trocados em uma loja específica. Uma função que ajuda muito na exploração das cidades, é a função de pesquisar por áreas ao invés de pesquisar somente as lojas.

Entre os mini games da cidade, temos os clássicos: golf, dardos, casino, baseball, mahjong, e o Club SEGA, que tem uma variedade enorme de jogos. Entre os jogos completos da Sega, é possível jogar Virtua Fighter 5 Final Showdown nos arcades, e tem 10 jogos que podem ser jogados no Master System do escritório do Yagami. Vale mencionar que todos os jogos da Sega adicionados aqui, são completos. Ou seja, é possível zerar vários jogos dentro do próprio Lost Judment.

É possível jogar Alex Kidd e outros jogos de Master System até o final. Além de ter até Save State

E é exatamente por ter muita coisa, que a lista de objetivos do Town Go é gigante. Existem recompensas de experiência para cada coisa que você faz na cidade. E isso vai desde comer algo a jogar mini games ou até mesmo andar de taxi. Completar todos os objetivos é difícil, e podem levar até umas 80 horas, se quiser fazer 100%.

Os gráficos do jogo são excelentes, trazendo modelos muito bem detalhados e foto realísticos. Os modelos possuem expressões faciais realistas e uma excelente qualidade de animação para praticamente qualquer coisa que se tenta fazer no jogo. Um detalhe sobre os bastidores, é que muitas vezes na série Yakuza, os modelos são baseados em rostos de pessoas reais. E essas pessoas geralmente dublam os personagens para quem dão seus rostos. E em Lost Judgment isso também ocorre. Vale a pena correr atrás dos vídeos de entrevistas com os dubladores, que aliás, estão disponíveis no site oficial do jogo.

Além dos personagens super detalhados e carismáticos, os cenários também possuem muitos detalhes a serem observados. Um efeito que me chamou atenção em muitos momentos, foi o detalhe da poeira flutuando, sendo expostas pela luz. É um detalhe que parece não ser importante, mas é interessante o quão realista parece na maioria das vezes. Tem também muitos detalhes tanto na área de jogo, quanto no fundo. Por exemplo, existe uma roda gigante que é inacessível, mas sempre se destaca como fundo de algumas cenas.

As músicas do jogo também são um espetáculo. Existe um tema diferente para cada estilo de luta, mini game e chefe diferente. Além das músicas de fundo da história do jogo e dos Side Cases que trazem bastante emoção. Algumas das músicas do jogo podem inclusive serem compradas em lojas para ouvir no escritório do Yagami. Enquanto se ouve música, Yagami recupera a vida. E vale destacar que a música tema do jogo, 螺旋 (RASEN) de JON-YAKITORY e a música tema do personagem Soma, são excepcionais.

Esta análise só foi possível graças a SEGA e Ryu Ga Gotoku Studio, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para  Xbox One, Xbox Series X|S e demais plataformas. E pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – Lost Judgment
CONCLUSÃO
Uma obra prima, com muita ação e casos emocionantes!
Gráficos
10
Jogabilidade
10
Som
10
Diversão
10
PRÓS
Sistema de combate bem feito
Gráficos bem detalhados
Trilha sonora excelente
História bem escrita e emocionante
CONTRAS
Materiais de craft necessitam grind excessivo
10
INSANO
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[…] Lost Judgment – Confira nossa análise […]

[…] Além disso, Kaito tem dois estilos de luta únicos, Bruiser e Tank. Ambos estilos tem golpes e mecânicas que lembram Kiryu de Yakuza. Kaito de forma geral sempre lembrou bastante Kiryu de qualquer forma. Apesar de ser uma campanha curta de apenas quatro capítulos, vale a pena conferir. Fica aqui a minha recomendação, caso já tenha gostado da campanha principal. Aproveite para conferir nossa análise do jogo original – Aqui. […]