Nos últimos anos temos visto o cenário de jogos indies crescer e isso tem muito me alegrado. Alguns títulos trazem conceitos totalmente inovadores, outros tentam beber da fonte de sucesso de franquias consagradas. Knightin’ + tenta ser uma espécie de Zelda-lite. Será que ele conseguiu esse feito? Vamos descobrir nos próximos parágrafos.
O game foi desenvolvido pela estúdio Must Die Studios, que fica localizado na cidade de Lvivi na Ucrânia. O estúdio é composto apenas por uma pessoa, o programador Volodymyr, mais conhecido como Wolod. Segundo o Volodymyr o desenvolvimento de jogos é sua paixão e desde 2011 ele tem publicado seus projetos.
A história
“Era uma vez um reino distante, muito longe…
Bem…
Você não está aqui para ler essa porcaria, estou certo?
Mas você quer uma história de qualquer maneira né?
Tudo bem… Aqui vamos nós…”
Logo de cara o jogo brinca com você. Basicamente ele tenta contar um pouco da história por trás do título, mas ao mesmo tempo, ele considera que o jogador não está afim de perder tempo com isso. Você pode pular essa parte se quiser, mas eu preferi ver no que ia dar.
“Em um reino bastante genérico de conto de fadas…
…Havia um cavaleiro valente conhecido como senhor Lootalot.
Sua coragem e virtudes eram tão lendárias quanto…
…seu desejo por, obviamente, saque e fama.
E, claro, os calabouços cheios de perigos e tesouros…
…Então convenientemente espalhados pelo reino.
Você vê onde isso vai?
Para a glória! Chop-Chop!”
Após essa grande apresentação, o jogo nos apresenta o mundo através de um pequeno mapa. Nele é possível ver os quatro grandes calabouços:
- Ruínas Abandonadas (Forsaken Ruins)
- Pirâmide Antiga (Ancient Pyramid)
- Templo Deserto (Deserted Temple)
- Torre Negra (Dark Tower)
O início da jornada
As Ruínas Abandonadas é o primeiro calabouço que iremos desbravar. É aqui que aprenderemos os comandos básicos do jogo. O desenvolvedor escolheu uma maneira interessante de dialogar com o jogador, sem que haja uma tela de textos explicativos. Os comandos são explicados através de desenhos no chão.
Logo de cara há desenhos no chão do analógico esquerdo e do d-pad, dando a entender que a movimentação será feita através de um dos dois. Na próxima sala, encontramos um baú e uma barreira que nos impede de chegar a um desenho iluminado. Assim que abrimos o baú (a instrução de como abri-lo está no chão) encontramos o primeiro item do jogo: a espada. Logo que o cavaleiro toma posse da espada, a barreira é desfeita e conseguimos nos aproximar do desenho iluminado. No momento que passamos por cima dele, o jogo é salvo e aprendemos nesse momento como salvar o nosso progresso.
Na sala seguinte surgem os primeiros inimigos e aqui aprendemos a usar a espada. Neste ponto percebemos que para avançar necessitamos derrotar todos os inimigos, pois as portas permanecem fechadas, enquanto houver um inimigo vivo na tela. Não demora muito para recebermos uma nova informação, essa parece não ter sentido nenhum no momento, mas será necessário no futuro, para resolver certos puzzles. Não vou falar do que se trata, para não estragar a sua experiência.
Inimigos, chefes e os cenários
É importante ressaltar que o jogo foi feito por apenas uma pessoa. Por isso, não pense que encontrará uma centena de tipos de criaturas em sua jornada no Knightin’ +. Aos poucos o jogo vai colocando a nossa frente inimigos diferentes, com ataques a curta ou longa distância, sempre em pequenas doses. Além deles, temos algumas partes dos cenários que tentarão nos matar, como bolas de espinhos, serras giratórias ou totens que atiram feixes de energia. Tudo isso é apresentado de uma forma harmoniosa e que cresce bastante até o final do game.
Na minha humilde opinião, o ponto alto do jogo são as batalhas contra os chefes. Ao todo temos quatro, cada um em seu respectivo calabouço. Os confrontos são diferentes entre si, alguns privilegiando o ataque a curta distância, enquanto outros utilizam de magias, que podem te alcançar do outro lado da tela.
Sem escrever uma única linha de diálogo, é possível, levando em consideração apenas o nome, imaginarmos a personalidade do boss. Posso ter viajado nessa afirmação, mas foi o sentimento que tive durante a jogatina. Eu particularmente adoro o terceiro chefe.
Os cenários são muito bem desenhados e a paleta de cores para cada um dos ambientes foi muito bem escolhida. Entre os calabouços há diferenças claras, dentro dele, podemos nos perder durante a jogatina, mas há um pequeno mapa no canto superior direito, que nos permite encontrar a melhor rota para avançarmos para o próximo andar.
Os calabouços são estruturados em andares. Na medida que subimos, nos aproximamos cada vez mais a sala do chefe. No meio do caminho encontraremos inimigos, baús cheios de ouro ou de power-ups, que poderão aumentar a nossa barra de energia ou de magia. Também encontraremos um vendedor, que para mim, se assemelha em muito ao vendedor do incrível jogo The Messenger.
Vale a pena encarar essa jornada?
O jogo não tenta, em nenhum momento, ser algo grande ou igual aos jogos da franquia Zelda. Ele toma emprestado como forma de homenagem alguns elementos da franquia da Nintendo, tornando-se, na minha humilde visão uma espécie de Zelda-lite. Para mim, o título tem personalidade própria, homenageia quando precisa, mas toma um rumo próprio com uma boa jogabilidade e gráficos bem feitos em pixel art.
Outro ponto importante, que considero extremamente positivo, é que a campanha do jogo não é longa. Se você não tem muito tempo para jogar títulos desse gênero, que geralmente demandam horas e horas de gameplay, vai adorar jogá-lo.
Um ponto negativo do game são as músicas, que são mínimas e tocam em um loop infinito. Eu terminei o game e não consigo lembrar de nenhuma delas. Mas isso não desmerece o game e se você curte jogos desse estilo vai fundo. Você não se arrependerá. Knightin’ + está disponível no Xbox One, PS4, PS Vita, Nintendo Switch e PC (Steam).
Esta análise só foi possível graças a Ratalaika Games que gentilmente nos disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.