Análise – Evergate

Lançamento
10 de Novembro
Desenvolvido por
Stone Lantern Games
Publicado por
PQube

Um dos principais motivos pelo qual jogos indies conseguiram sua legião de seguidores, é a narrativa cativante e, muitas vezes, reflexiva, que diversos títulos do gênero apresentam. Avaliando pelo lado da narrativa, temos jogos como Rime, Hollow knight e Celeste, todos jogos com um gameplay desafiador ao mesmo tempo que apresentam um enredo envolvente e impactante. 

É essa a proposta de Evergate, título puzzle-plataforma da Stone Lantern Games, que apresenta uma história, relativamente, emocionante ao mesmo tempo que apresenta um gameplay de dificuldade acentuada.

Uma história de vidas passadas

Se você teve o primeiro contato com o título através de seu trailer de lançamento, deve ter sentido uma forte inspiração em celeste, e em partes, isso é verdade. Evergate é fortemente inspirado nos títulos citados no início da análise (Rime, Celeste e Hollow knight), contudo, ele mistura essas referências e acrescenta alguns ingredientes novos, e o resultado é um produto diferenciado e atrativo. Porém, não é revolucionário e nem é cativante ao ponto de agradar a pessoas que não são amantes dos gêneros puzzle e plataforma.

A arte de Evergate em alguns momentos é de encher os olhos.

No jogo, controlamos Ki, uma alma que acaba de chegar, sem lembranças, no pós-vida e aguarda a sua reencarnação. Infelizmente,  alguma coisa anormal começa a afetar essa outra dimensão e o portal de retorno ao nosso mundo, o Evergate, o que impede as almas de seguirem seu curso. Todavia, por algum motivo, inicialmente oculto, nosso personagem principal tem acesso a lembranças de uma entidade desconhecida. O gameplay é justamente navegar por essas lembranças, que se passam em diversas épocas e lugares diferentes, aparentemente, sempre envolvendo as mesmas duas almas. Descobrindo assim, a história por trás dos acontecimentos, para poder corrigir as coisas ao seu devido lugar.

Gráficos e áudio.

Tecnicamente falando, Evergate é muito bem trabalhado. É notório, o empenho da equipe de desenvolvimento de tentar, com sucesso, envolver o jogador no clima do jogo. O game é sempre muito bonito, com ambientação cativante e charmosa ao mesmo tempo que apresenta de forma constante um ar tristonho.

 A capacidade de envolver o jogador no ambiente, é mérito da direção de arte em combinação com a trilha sonora do game, composta por M.R. Miller, que embora não seja marcante, cumpre muito bem a sua proposta, de facilitar a imersão do jogador.

A excelente direção de arte de Evergate é bonita e melancólica

Ambientação

Enquanto a direção de arte cumpriu seu trabalho de forma impecável, em outros aspectos, o título deixa a desejar, como os diálogos, por exemplo. É notório, desde o início, que há uma tentativa de torná-los intimistas e reflexivos, tal qual os de hollow knight, porém sem o mesmo sucesso. Há diálogos desnecessários, em cenas que ficariam mais impactantes sem conversa alguma. Ao mesmo tempo, há conversas que até emocionam, mas com personagens de pouca ou nenhuma relevância. Fato que prejudica a ambientação e o impacto do enredo.   

Porém, ainda que inicialmente, de forma enigmática e um tanto atrapalhada, os diálogos conseguem contextualizar e motivar os jogadores os detalhes do título.

Gameplay

Basicamente, Evergate é um game onde o jogador deverá solucionar quebra-cabeças, ao mesmo tempo que sincroniza seus movimentos com diversos elementos de cada fase. 

A jogabilidade do título é relativamente simples, contudo está longe de ser intuitiva. Leva um tempo demasiado longo, para o gênero, para você entender as condições de movimento do personagem pelos artefatos. Porém, depois que é compreendido, nota-se que não é nada dificultoso, só é muito mal explicado. 

Os pontos amarelos na cena são artefatos, eles são usados como meio de locomoção durante a jogatina

Artefatos são pontos no espaço, com efeitos diversos, que o jogador usa para se locomover. Há um total de 5 tipos de artefatos diferentes, que são inseridos no jogo de maneira gradual. Cada um tem uma característica diferente, como por exemplo, criar uma plataforma, fazer o personagem saltar ou até mesmo teletransporte.

Em Evergate, há dezenas de fases, todas com o mesmo objetivo de ir do ponto A ao ponto B, resolvendo os puzzles necessários. Além disso, cada nível conta com três objetivos extras: terminá-la em um tempo pré determinado, usar todos os artefatos de movimento e alcançar 3 objetos espalhados pelo cenário. A medida que esses objetivos são alcançados, novas habilidades são desbloqueadas e fases bônus são liberadas.

Sobre as fases bônus, a minha crítica reside no baixíssimo sentimento de recompensa que elas apresentam. Ao concluí-las, estas fases, que normalmente são mais difíceis, não dão nenhuma recompensa jogável ou que estimule a busca por conquistá-las, o que por consequência, pouco encoraja a conseguir os três objetivos bônus padrões, em cada nível.

As habilidades são afetadas pelos artefatos, cada uma tem um efeito diferente, como pular mais alto, cair vagarosamente entre outras coisas. Você pode equipar um total de 5 habilidades diferentes, uma por cada tipo de artefato. O que leva o jogador a explorar a melhor combinação de acordo com cada situação.

Divertido, pero no mucho

De forma alguma Evergate é um jogo ruim, mas também não consegue se destacar. A combinação de todos os ingredientes que o compõem, acaba formando um produto que não agradará a todos. Jogadores mais apegados com narrativas, porém não adeptos do gênero puzzle-plataforma, não se sentirão compelidos a terminar o jogo. O título agradará mais aqueles aqueles que gostam do gênero e precisam de algo para distrair e intercalar com games mais densos, sendo o enredo apenas um bônus. 

Esta análise só foi possível graças a PQUBE e Stone Lantern Games, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise - Evergate
Conclusão
Evergate é um excelente título puzzle-plataforma. Porém, não agradará quem não é amante do gênero.
Gráficos
8.5
Som
8.5
Diversão
7.5
Jogabilidade
7.5
Prós
Direção de arte excelente
Vai agradar, com certeza, os fãs do gênero
Contras
Jogabilidade não é intuitiva
Diálogos chatos e atrapalhados
8
Bom
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