Uma linda e nostálgica aventura, com o que há de melhor no mundo de Crash Bandicoot
Muito popular na geração 32 bits, podemos dizer que Crash Bandicoot é um macaco velho! O game fez muito sucesso nas mãos da Naughty Dog, e sempre houve o receio de que dificilmente teríamos um estúdio com competência suficiente para investir na franquia. Eis que na atual geração, Activion, Beenox e Toys for Bob trouxeram algumas excelentes remasterizações da franquia original, e depois, uma versão do excelente jogo Crash Team Racing. Particularmente, Crash nessa geração preencheu um pouco a lacuna dos grandes jogos de mascotes no Xbox e no Playstation, já que pelos lados da Nintendo isso nunca foi problema.
Mas o teste de fogo seria mesmo continuar a franquia com um quarto jogo, eis que surge já no final da geração Crash Bandicoot 4, uma aventura original com novas ideias, novas tecnologias, mas com aquela essência “crash” tão característica.
It´s about “TIMING”
Crash 4 tem muito da geração noventista, as roupas, as cores, os cenários, as músicas, a estética, praticamente tudo remete aquela época sem limites, onde ser cool era ter cabelo tingido e tênis vermelho. Crash abusa das referências aos clássicos daquela época, seja no cenário, na história (viagem no tempo é SEMPRE legal) e na maneira de conduzir o jogador. Lembro como se fosse hoje que o grande padrão dos games de aventura, era completar fases de um lado para outro, e depois avançar no World Map com diversos biomas bem separados. Pois em Crash tudo está intacto, basicamente você deve ir de um ponto a outro destruindo caixas (daí deve vir o nome crash, basicamente de quebrar caixas), para assim avançar no mapa do mundo, mais noventista impossível.
E assim como os clássicos jogos dos anos 90, Crash não alivia no quesito desafio, a aventura padrão já possui uma dificuldade bem apurada, fazendo com que você morra diversas vezes em fases mais avançadas, mas a coisa começa a feder ao tentar buscar todos os coletáveis, estourar todas as caixas, cumprir as missões bônus, coletar todos os itens, e ainda pode ser pior com as fitas de flashback, em fases bônus onde você deve percorrer longos percursos somente pulando de caixa em caixa. Caso você queira mais masoquismo, vale tentar o modo de jogo tradicional, com limite de vidas, daí meu amigo, se prepare para conhecer o Dark Souls dos jogos de aventura, onde é preciso ter o timing correto para vencer os desafios.
Muitos personagens
O jogo também apresenta uma excelente variedade de personagens jogáveis, além do Crash e da Coco, outros personagens podem ser utilizados na mesma fase, o jogo também traz outros personagens diferentes com suas próprias mecânicas, trazendo ainda mais variedade pro jogo.
É de se admirar também a construção das fases, muito mais elaboradas do que os jogos antigos, é notável que os desenvolvedores cresceram um nível em termos de level design, as fases continuam seguindo uma proposta linear, mas em diversas vezes é possível definir caminhos alternativos, além disto, as transições do 3D para o 2D estão muito bem afiadas, em nenhum momento você se perde com isso.
Gráficos de ponta
Se o espírito do jogo é antigo, não podemos dizer o mesmo dos gráficos, ELES SÃO LINDOS. Com fases absolutamente coloridas e cheia de detalhes, o jogo não peca no capricho aos detalhes, com personagens e inimigos muito bem animados, uma sensação de profundidade de cenário muito esperta e com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Crash 4 é um dos jogos de plataforma mais bonitos da geração, se não o mais.
Jogando em um Xbox One X, os gráficos saltam os olhos, inclusive em fases mais avançadas, na pré história e no futuro, é impressionante a qualidade e a quantidade de detalhes nos cenários.
Jogabilidade esperta, som nem tanto.
Outro ponto muito melhorado foi o da jogabilidade, parte da ação se baseia no encontro de máscaras, que permite ao jogador abrir um leque de variações durante o jogo. As máscaras concedem ao Crash poderes como rodopiar para pulas mais alto, mudar a gravidade ou alterar objetos. O jogo usa de inspiração clássicos do gênero plataforma como Donkey Kong, Mario e até jogos mais recentes como Guacamelee. Uma combinação que nem sempre soa criativa, mas entrega um resultado fresco o suficiente para você não entrar no marasmo, desde o começo até o final, a sensação é de sempre estar experimentando algo novo, ainda mais nos chefes bem elaborados, onde a coisa começa a ficar bem divertida.
A parte sonora não cai do salto, a dublagem em PT-BR é perfeita, tão boa quanto o recente Crash Team Racing, a única ressalva seria para a trilha sonora, as músicas padrão crash não fogem muito da ideia de som de fundo, sem muitos destaques, com algumas poucas exceções, como a fase “Fora de ritmo”, onde a música acompanha o movimento dos inimigos, bem legal.
Esta análise só foi possível graças a Activision que gentilmente nos disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.
Jogo finalizado em um Xbox One X