Análise – Assassin’s Creed Valhalla

LANÇAMENTO
10/11/2020
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UBISOFT

saga Assassin’s Creed começou há muitos anos, lá em 2007. Com o passar do tempo muitas jornadas aconteceram, novos personagens surgiram, a jogabilidade foi se adaptando e hoje, o mais novo título da saga, assim como seu antecessor Odyssey, não é mais um jogo de ação/aventura. O novo sistema é o RPG, que mudou os rumos da franquia e trouxe várias modificações na jogabilidade, na escalada que antes era lenta e hoje corre solta, nos combates que antes faziam dos protagonistas um exército de um homem só e agora se tornaram mais difíceis e realistas… e em muitos outros fatores.

Mas a grande questão quando se envolve um Assassin’s Creed, é a história, e nesse caso eu sinto falta das aventuras com Ezio Auditore. Ao menos foi assim que fiquei em Assassin’s Creed Odyssey, com um saudosismo enorme pelos velhos tempos e sentindo a falta de um protagonista tão impactante. Será que Valhalla nos trouxe de volta o espírito da saga? O jogo conseguiu unir boa jogabilidade a um enredo chamativo? Tudo isso e muito mais, você confere agora! É importante avisar, que existem spoilers no texto para que eu possa comentar melhor a história, ok? Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa.

O começo de tudo!

Nossa jornada começa com Eivor ainda criança, levando uma vida normal no momento. Já nos primeiros instantes de jogatina, o game nos apresenta Sigurd, aquele que será nosso irmão e amigo nas aventuras que estão por vir. O pequeno Eivor está numa festa de seu Clã, quando de repente o lugar é atacado por Kjotve, o Cruel, e seus aliados.

Os invasores devastam as terras que a poucos minutos estavam em paz, e na batalha os pais de Eivor são mortos de forma humilhante por Kjotve. Lutando pela vida, Sigurd e Eivor fogem a cavalo do local tomado pelo caos, porém, não demora muito e um acidente acontece, derrubando Eivor sozinho no meio do nada. Como se a situação não pudesse piorar, um lobo aparece para atacar o pobre coitado. O animal morde sem piedade o pescoço do garoto, até que inesperadamente a vida de Eivor é salva por um corvo que atacou o feroz predador. Um milagre aconteceu na vida do Viking aquela noite e seus dias de luta estavam apenas começando.

Ele já teve uma vida normal…

O inimigo ainda é o mesmo!

Após os eventos iniciais de Valhalla, nós escolhemos o sexo do nosso personagem, podendo jogar com Eivor mulher ou homem e até mesmo deixar o Animus escolher caso você estiver indeciso. Depois desse processo, somos levados para anos depois dos acontecimentos arrasadores no Clã do nosso herói. Eivor está preso junto com sua tripulação, pelo mesmo homem que assassinou seus pais, Kjotve. Como se não bastasse ter acabado com a vida daquela criança na época, ele humilha Eivor e iria o aprisionar. Isso mesmo, iria, porque o habilidoso rapaz se livra rapidamente dos capangas que tentaram o conter e parte para libertar sua tripulação que estava presa por perto.

Lidando bem com os inimigos, o grupo consegue escapar e voltar a salvo para casa, povoado chamado de Clã do Corvo. Agora, as coisas estão diferentes, Eivor foi criado por Styrbjorn, rei do Clã do Corvo e pai de sangue de Sigurd, o grande amigo do nosso protagonista. Styrbjorn está esperando Eivor, pronto para lhe dar um belo puxão de orelhas por ter sido desobediente e preso pelos inimigos. Não esperem nada brutal com esse Rei, sendo sincero, ele é bom com as palavras e busca o mínimo de conflitos possíveis. Para ele, os dias de sangue precisam acabar e a paz tem que começar, o que resulta na raiva de Eivor e Sigurd, que querer acabar com os inimigos com brutalidade. São os dois extremos entrando em conflito já no início do game.

Sigurd chega na vila junto de dois membros da Ordem, chamados de Ocultos na época. Basim e seu pupilo Hytham, eles serão o primeiro contato que Eivor terá com os assassinos. É bem legal ver nosso personagem descobrindo a tradição e as motivações da Ordem com o decorrer da campanha, tanto que aprender o salto da fé, apesar de simples, foi divertido e relembrou os momentos de ouro da saga. Sigurd consegue convencer seu pai a atacar o grupo de Kjotve e com a ajuda do Rei Harald, a majestade da Noruega, eles vencem os inimigos e Eivor consegue sua vingança, mata o assassino de seus pais e devolve a dignidade aos seus entes queridos. A jornada parece estranhamente finalizada nesse ponto, mas acredite, isso tudo foi a introdução de Assassin’s Creed Valhalla.

O mágico mundo nórdico!

Em busca de um novo lar!

Depois de conseguirem uma bela vitória na luta contra os opressores, Eivor e Sigurd se deparam com uma irritante realidade. O pai de Sigurd abriu mão de comandar o Clã do Corvo e passou toda a autoridade para o Rei Harald, essa decisão deixou Sigurd com raiva, já que com isso acontecendo ele jamais poderia suceder ao trono um dia. Logo, uma decisão é tomada por Eivor, Sigurd e o resto das pessoas que não gostaram da decisão do Rei, e o grupo decide deixar sua terra natal para trás e partir para a Inglaterra, em busca de glórias, riqueza e liberdade. Um lugar onde o ambicioso Sigurd poderá governar com o auxílio de Eivor.

Seguiremos então rumo ao solo inglês, na busca por novas oportunidades de vida. O que pairou sobre a mente de Eivor e todos os outros viajantes, foi a situação com a qual eles teriam que lidar na Inglaterra, já que os filhos de Ragnar, personagem famoso quando se trata de Vikings, tomaram parte do país e nosso Clã não sabe ao certo qual será a reação deles ao saberem da nossa presença ali.

Partimos!

A volta da Ordem dos Anciões!

Quem jogou Assassin’s Creed Origins vai lembrar deste nome. A Ordem dos Anciões está de volta e caso você não a conheça, fique tranquilo. Eles são uma sociedade secreta que se infiltrou em todos os níveis da sociedade, buscando disseminar sua visão de mundo, simplificando, eles usam de políticos e pessoas poderosas, oprimem os mais fracos e buscam controlar o mundo com sua ideologia. É a volta dos Templários, meus caros! Novamente colocando pontos históricos importantes em seus games, a Ubisoft nos coloca em batalhas contra os anglo-saxões. Isso marca a chegada Viking na Inglaterra e nossa história se desenrola bem durante a campanha.

Para escrever essa análise, eu relembrei os momentos iniciais em Assassins’s Creed Origins e Odyssey. O primeiro jogo teve um início movimentado, nos mostrando Bayek trilhando seu caminho de vingança, já em Odyssey tivemos uma certa lentidão no desenrolar do enredo e só depois de boas horas jogando descobrimos mais sobre o culto misterioso que seria a engrenagem do game. Em Assassin’s Creed Valhalla temos o melhor desses dois mundos, nada é tão repentino quanto em Origins e nem tão devagar quanto em Odyssey. Conhecemos Eivor e suas motivações logo no início, a trama nos explica quais são os acontecimentos da época e tudo isso nos deixa com vontade de jogar, tenho que admitir, o começo me surpreendeu positivamente, ainda bem!

Isso NUNCA perde a graça!

Eivor deu conta do recado?

Sim e não, meus amigos, sim e não. Se ele funciona para a história e incorpora muito bem um personagem da era Viking? Com certeza absoluta, sim! Agora, se ele chega aos pés de Ezio, Altaïr ou Edward? Com certeza absoluta, não!

Novamente eu senti a falta de mais personalidade no protagonista, alguém que você consiga definir se é tímido ou extrovertido, bravo ou calmo, humilde ou convencido. Os melhores assassinos da saga ficaram marcados pela forte personalidade, pela forma única de como lidavam com as situações e tratavam as pessoas. Desde Odyssey com Alexios e Kassandra, eu venho sentindo essa falta de… alma nos personagens! Eivor funciona bem para a história, mas se comparado a outros astros que a Ubisoft criou, mais uma vez a franquia fica devendo no carisma do personagem principal.

Saúde!

E no presente?

Nos dias atuais, temos novamente Layla Hassan imergindo no Animus. Juntamente de Shaun e Rebecca, ela está em algum lugar na América do Norte e por um motivo desconhecido o túmulo de Eivor está lá. Bem longe de casa, certo? O grupo está procurando respostas e tentando entender qual a importância do finado Viking, que ao que parece, pode ajudar a evitar outra catástrofe no planeta. Mas é aquela velha história, as partes boas do game estão no passado, a jogatina nos tempos presentes já foi pior, principalmente quando a Ubisoft decidiu colocar aquela câmera em primeira pessoa para essas ocasiões (Deus me livre), mas acho que um jogo desses deveria tornar essas partes mais interessantes do que são. Principalmente na primeira vez que joguei com Layla em Valhalla, fiquei com a impressão de que aquele momento serviu apenas para quebrar a imersão que estava tão boa nos tempos antigos.

Mas lembrem-se do que eu disse lá atrás, já foi pior…

Olá, Layla!

Jogabilidade muito boa!

Novamente o jogo nos apresenta uma jogabilidade fluida, bons movimentos de Eivor e sistemas de RPG que já vimos em Origins e Odyssey. Temos três espaços principais para armas, cada uma com seu estilo único nas batalhas, podendo ser mais rápida e causar pouco dano, ou mais lenta e causar muito dano. Temos o arco e flechas, podemos usar escudos e dessa vez nós temos a opção de escolher em qual mão queremos usar determinada arma, na mão principal ou secundária. Isso serve para que o jogador adote a postura que preferir no combate, por exemplo, colocar um escudo na mão principal vai ajudar a ser mais defensivo, enquanto esquecer dos escudos e equipar as duas mãos com armas vai te deixar mais exposto, porém, bem mais ofensivo na batalha.

As esquivas continuam funcionando bem e o jogo utiliza um sistema de cores nos ataques dos inimigos, quando o oponente fica com traços laranjas ao te atacar você pode tentar aparar o ataque, agora, quando essa cor de ataque ficar vermelha, apenas esquive, pois o golpe é indefensável. Eivor também tem sua barra de vigor, que se esgota com nossas esquivas e ataques, bem ao estilo Souls-Like. Também é possível travar a mira num inimigo específico, novamente semelhante aos jogos da From Software.

O parkour (escalada) continua muito bom e rápido, podemos escalar de tudo e não existe mais aquela movimentação travada que vimos nos jogos mais antigos da franquia. Tudo aqui é veloz, simples e fácil de controlar. Quando sincronizamos, os pontos de interesse são revelados na área e cada um tem sua respectiva cor, em amarelo temos as riquezas, em azul temos os mistérios e branco para os artefatos. Eu particularmente gostei dessa classificação de cores, ajuda a ter mais clareza sobre o ponto de interesse em questão. Outra semelhança com o jogo predecessor, temos em Valhalla novamente a presença da nossa ave para fazer o reconhecimento das áreas, porém, o animal dessa vez é um corvo.

Parkour rápido e dinâmico!

A evolução de nosso personagem!

Conforme completamos as missões, ganhamos pontos de habilidades para distribuirmos um uma árvore com três categorias: Corpo a corpo, furtividade e ataque a distância. Tudo já é autoexplicativo e eu gostei bastante do visual dessa árvore de habilidades, que mais se assemelha a uma constelação. Existem também as aptidões, que nada mais são do que habilidades especiais que utilizamos. Podemos equipar até 8 delas e precisamos de adrenalina para ativa-las. Para encontrar essas aptidões é simples, temos que procurar os livros de aprendizado espalhados pelo mundo de Valhalla, geralmente eles ficam em locais de difícil acesso.

Também possuímos muitas atividades divertidas para fazer no game, as que mais me agradaram foram as competições de bebida, onde um mini game acontece para tentarmos bebermos e nos equilibrarmos ao mesmo tempo; e os duelos de repente, que são basicamente batalhas de rima. Ganhando esses duelos nós elevamos o carisma de Eivor e desbloqueamos novas opções de diálogos. Perdi boa parte do meu tempo nessas e em outras atividades divertidas que o jogo traz, novidades sempre são bem-vindas, não é?

Ambientes internos e externos são lindos e fiéis a época.

O cotidiano Viking!

O grande foco do jogo, são as atividades sanguinárias realizadas pelos Vikings, desde combates brutais nas incursões até a formação de alianças para fortalecer nosso assentamento na Inglaterra. Nas incursões, iremos invadir um monastério dos inimigos e atacar sem piedade, saqueando todas as riquezas do local e coletando matérias-primas e suprimentos para criamos novos estabelecimentos em nosso acampamento, com o tempo essas missões ficam repetitivas, mas elas me agradaram bastante e você realmente se sente na pele de um Viking atrás de ouro e prata.

Outra forma de prosperar, é criando as alianças com outros povos de regiões próximas, temos que ir até eles e convence-los a se unirem a nós, geralmente fazendo favores e missões de resgate. Isso torna o jogo bem extenso, já que essas partes são longas e importantes para nosso assentamento. Mas não me entendam mal, são momentos bem legais e novamente trazem a imersão de estar naquele mundo.  Tudo isso, com Eivor na liderança!

Esse é sem dúvida o jogo mais brutal da saga!

O jogo é digno de entrar em Valhalla?

Sim, sim e sim! Assassin’s Creed Valhalla me agradou imensamente e apesar de não ter um protagonista tão bom quanto os que já vimos na saga, consegue te fazer passar horas jogando sem sequer reparar. A história é boa, funcionou muito bem para a proposta do jogo e trouxe o que eu esperava, apesar de não ser a melhor história da saga Assassin’s, é claro. Continuando praticamente perfeita, a jogabilidade é dinâmica, intuitiva e rápida, responde bem aos comandos e traz muita diversão!

O mundo do jogo é vasto, vivo e cada NPC ali parece ter uma história para contar, o clima muda entre chuva, sol, neve, tempo fechado, frio… menos frio mas ainda frio. Todas as variações climáticas que vimos em Odyssey estão aqui e vai do jogador escolher qual ambientação foi mais bonita, mas pra mim, um admirador da Inglaterra, Valhalla sai ganhando. Graficamente o jogo honra o legado construído por Assassin’s, trazendo um mundo que vamos parar apenas para admirar as paisagens em vários momentos. Seja na congelada Noruega ou nas montanhas charmosas da Inglaterra, o jogo cumpre o esperado e nos imerge naquele universo, simplesmente incrivel! A trilha sonora também ficou um show e caracteriza muito bem a época em que o jogo se passa.

O jogo te faz querer tocar cada centímetro do mapa!

Vale a pena!

Assassin’s Creed Valhalla pode não agradar tanto os fãs mais antigos da saga, que pediram por um Assassin’s Creed “raiz”, mas o jogo é sim uma bela criação da Ubisoft. Funciona tanto como uma porta de entrada para os novatos na série, quanto como um ótimo RPG para os amantes do gênero. O jogo rodou sem problemas no meu console e no máximo tive um delay de renderização ou uma queda de frames, mas nada que prejudicou a minha experiência. Valhalla é marcante, épico e muito, mas muito bonito. Nos leva para um mundo cheio de conteúdos e novamente traz grandes horas de jogatina. Tão digno quanto o poderoso Thor, Assassin’s Creed Valhalla é um jogo maravilhoso!

Esta análise só foi possível graças a Ubisoft Brasil que gentilmente nos disponibilizou em acesso antecipado uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.

Assassin´s Creed Valhalla estará disponível para: PlayStation 5, Xbox Series X/S, PlayStation 4, Xbox One, Google Stadia e Microsoft Windows no dia 10 de novembro de 2020. O jogo pode ser adquirido por meio do nosso link patrocinado no final desta análise.

Análise – Assassin’s Creed Valhalla
CONCLUSÃO
Assassin's Creed Valhalla é um ótimo jogo com uma ambientação sensacional. A Ubisoft tem capacidade para entregar um protagonista mais marcante, mas não se engane, Eivor cumpre seu papel!
Gráficos
9.5
Som
8
Jogabilidade
9
Diversão
8
PRÓS
Ótima jogabilidade
Gráficos sensacionais
Viciante e imersivo
CONTRAS
Partes nos tempos presentes ainda são sem graça
Falta mais personalidade ao protagonista
9
VICIANTE
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