Control, título desenvolvido pela Remedy Entertainment, fez um relativo sucesso em 2019. Alguns especialistas o consideram como o melhor jogo daquele ano, outros (uma minoria) o consideram como um verdadeiro fracasso.
Eu ainda não o joguei, mas pretendo resolver essa pendência em breve. O que me chamou a atenção, com relação a jornada da Jesse Fanden, foi a repercussão do anúncio da DLC AWE, que de alguma forma conectava os eventos de Alan Wake aos de Control.
Depois desse acontecimento, muitos fãs desejosos por uma continuação, conversavam entre si, especulando sobre a possibilidade da desenvolvedora lançar o Alan Wake 2. Algo que não aconteceu até o presente momento. Embora rumores apontem que a desenvolvedora está, sim, trabalhando em uma possível continuação.
Enquanto isso não acontece, a Remedy resolveu nos brindar – não por bondade, porque não podemos esquecer que um jogo nada mais é que um produto para gerar lucro – com uma versão remasterizada do Alan Wake.
Alan Wake Remastered foi lançado no dia 05 de outubro para os principais consoles e PCs, diferentemente do que aconteceu em 2010, quando o jogo era exclusivo da plataforma Xbox.
De mente aberta
Muito se discute em torno do que deve ser um verdadeiro remaster. Na minha opinião o remaster tem que preservar a experiência original do game, no que diz respeito ao gameplay, mas trazendo melhorias gráficas ou sonoras.
Alan Wake Remastered é fiel ao jogo original, preservando justamente o seu gameplay. Isso é excelente, no meu ponto de vista, mas ao mesmo tempo complicado para outros. Esses “outros”, no qual eu não me incluo, são aqueles que reclamarão dos controles antiquados do título, negativando-o por conta disso.
Nesse ponto da análise é importante frisar que o game original foi lançado a mais de 10 anos. Sendo bem sincero, o jogo não está ruim, com relação aos controles, pelo contrário, ele consegue ser melhor que muitos títulos lançados nos últimos meses.
O que o jogador precisa é se acostumar com ele. Eu garanto que com poucos minutos de gameplay, você dominará as mecânicas e apreciará tranquilamente a história desse incrível jogo.
Barreiras no caminho
Essa nova versão conta com resolução 4K e com uma fluidez de 60 quadros por segundo na nova geração de consoles. Eu ainda não adquiri um console next-gen, por conta disso, testei o game no meu Xbox One S.
Os gráficos estão lindos (cenários) e há muita coisa a se apreciar nessa versão. Mas nem tudo é perfeito e há duas coisas que me incomodaram no AW.
As cutscenes parecem rodar em um computador da Xuxa (nada contra você Xuxa). Não houve um momento sequer que elas tenham rodado de forma lisa. O pacote remasterizado conta com o jogo base e os DLCS: The Signal e The Writer. Somente nessas atualizações que senti, que as animações oscilaram menos, mas ainda sim o desempenho delas foi ruim.
Por se tratar de um remaster, onde o foco é a melhoria gráfica, o Alan Wake Remastered deixou um pouco a desejar. Eu espero que a Remedy resolva isso o mais rápido possível através de patchs.
Alguns podem dizer: “Mas você jogou no Xbox One? Aí vai ficar ruim mesmo.” Eu ouvi e li relatos de outras pessoas, com consoles atuais, que tiveram a mesma percepção que a minha, de pequenos travamentos nas animações.
Agora, se o jogo não estava preparado para rodar nos consoles da geração passada, aí meu amigo, o problema é fácil de resolver, não lançar nessas plataformas.
O outro problema tem relação direta com os personagens. O Alan parece ser o único personagem que recebeu um tapa de verdade na aparência. Todos os outros, incluindo a esposa dele, parecem ter recebido poucas melhorias. Nem falo dos inimigos, que parecem que saíram diretamente do jogo original.
É óbvio que esse problema não se compara com o desastroso remaster da Rockstar, Grand Theft Auto: The Trilogy — The Definitive Edition.
Alan Wake Remastered não está ruim, ao meu ver faltou um pouco mais de polimento com os personagens. Por exemplo, os cenários e toda ambientação, estão incríveis. Andar pela floresta, empunhando a lanterna e sentir a aproximação da Presença Sombria é um dos pontos fortes do jogo.
A escuridão, que parecia ser um meio de esconder possíveis limitações técnicas no original, aqui, consegue transmitir perfeitamente o terror e o suspense do lugar.
Clareando as ideias
Alan Wake conta a história de um escritor (bestseller) que está há dois anos sem lançar nada. Ele está com um bloqueio criativo que o impede de escrever qualquer coisa em sua máquina de escrever.
Sua esposa, Alice, convence o Alan a fazer uma viagem para a pequena cidade de Bright Falls, com o objetivo de recuperar a sua criatividade.
Depois de alguns acontecimentos estranhos, não falarei aqui para não atrapalhar a sua experiência, o protagonista encontra-se em uma situação de perigo e precisa agir rapidamente.
Esse remastered trouxe algo muito desejado pelos fãs, que em 2010 foi resolvido através de mods, que é a localização para o nosso idioma. O game está totalmente em português e graças a isso, consegui compreender melhor sua história.
Durante a jornada encontramos uma série de manuscritos que contam detalhes do que está acontecendo, do que já aconteceu e o que pode acontecer no futuro. Quando eu joguei o original, perdi boa parte desses detalhes, por conta da minha limitação com o idioma inglês. Mas desta vez, pude absorver o máximo que o jogo tinha a me oferecer.
Uma coisa que eu não tinha percebido naquela época, era o fato do Alan ser um pouco escroto com seus fãs. Com os diálogos em português, conseguimos perceber o tratamento que ele dá à atendente Rose, logo no início da aventura.
A desenvolvedora aproveitou o remaster para incluir, em alguns pontos, pequenos QR codes. Se você apontar o seu celular para um deles, ele te levará para alguns vídeos interessantes, que acrescentam detalhes a história.
Vale a pena?
Alan Wake Remastered é uma excelente oportunidade para aqueles que não tiveram a chance de jogá-lo na época.
Ainda que a desenvolvedora tenha escorregado nas animações e na remodelagem dos personagens, excluindo claro o Alan, ainda é um bom game.
Mesmo tendo jogado a versão original a alguns anos, eu me vi novamente empolgado com o Alan Wake. Principalmente por ter acesso as DLCs (The Signal e The Writer) que não tive a oportunidade de jogar na época.
Esta análise só foi possível graças a Microsoft e a Edelman, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.