O primeiro jogo da franquia Nexomon, finalmente deu as caras nos consoles da Microsoft, e com isso pudemos experimentar o jogo que deu sequencia para o Nexomon: Extinction que foi originalmente lançado em 2017. Para quem não sabe, Nexomon se trata de um RPG onde viajamos pelo mundo explorando e conhecendo criaturas, no qual podem ser capturadas e usadas em batalha, algo similar à franquia Pokemon.
Um jogo que originalmente foi pensado para as plataformas mobile, mas que agora recebeu o devido suporte e foi portado para os consoles. Em Nexomon, somos apresentados a uma vasta quantidade de criaturas que devemos batalhar para que possamos avançar em nossa jornada. É uma boa opção para os amantes de Pokemon, apesar de alguns defeitos.
Temos que pegar!
O inicio do jogo é bem interessante, pois serve pra dar um pouquinho do que estamos prestes a vivenciar. Nosso personagem está tendo um sonho que mais parecia um pesadelo, no qual uma grande criatura milenar está a frente de seu corpo e dizendo que a humanidade irá sucumbir perante sua presença e todo o mundo será destruído e transformado em cinzas. É aí que acordamos, assustado depois de tudo que presenciamos e pronto para viver mais um dia feliz e tranquilo.
Começando pelo quarto do jogador, vamos explorando a casa e se familiarizando com a movimentação e pequenas outras coisas que fazem parte do inicio de qualquer jogo. A primeira batalha ocorre logo quando botamos os pés para fora de casa, onde nos deparamos com uma amiga do personagem sendo importunidade por um cara estranho vestido de preto, no qual claramente fica implícito que ele participa de alguma organização criminosa.
O que fica claro, é que o sujeito misterioso estava tentando roubar uma caixa que continha sete Nexomons dentro, e que parecia muito importante para ele. Depois de ajudar nossa amiga, temos a opção de escolher uma das criaturas que são mostradas. Se tratando dos iniciais do jogo, cada um representa a um elemento, sendo eles água, fogo, grama, pedra, ar, elétrico e normal.
Em nossa primeira batalha, logo depois ter escolhido o Nexomon inicial, fica entendido que algo grande está prestes a acontecer e com isso partimos em nossa jornada pessoal em busca de respostas e tentar ajudar algumas pessoas pelo caminho.
Uma jogabilidade simples e viciante.
As batalhas do jogo são algo que não tem muito o que entender, é bem simples. Cada treinador seleciona sua criatura para a luta, uma vez dentro do campo de batalha, devemos escolher o primeiro golpe a ser utilizado. Cada golpe possui suas propriedades de ataque, no qual pode causar outros tipo de dano além do físico, como por exemplo queimaduras, paralisia, sono, envenenamento, e vários outro. Uma coisa bacana, mas nada incomum, é que o tipo de Nexomon pode levar vantagem sob o outro, caso ele seja de um elemento superior. O tipo fogo tem ampla vantagem contra os do tipo grama, mas vai apanhar fácil contra aqueles do tipo agua. Assim como os do tipo elétrico tem sua vantagem contra os do tipo agua, mas ao se deparar contra algum do tipo grama ou pedra, a situação muda completamente.
Cada golpe consome pontos de ataque, e por isso devemos ficar atento quanto aos pontos para não sermos pegos de surpresa e perceber que no golpe final para a vitória, ficamos sem ter como dar o ultimo ataque e morrer logo em seguida. Isso seria frustrante. É sempre bom manter uma variedade de tipos de Nexomon, e todos em níveis iguais, pois nunca sabemos quem devemos enfrentar e precisamos estar sempre preparados.
Durante nossa jornada, vamos conhecendo novos lugares repleto de criaturas selvagens, prontas para serem capturadas depois de uma boa batalha. Para capturar aquele Nexomon que tivemos interesse, utilizamos um item especifico para isso, no qual se chama Nexotrap. É igual ao que acontece acontece em qualquer jogo Pokemon: jogamos o Nexotrap, a criatura e puxada para dentro dele, e então aguardamos o momento no qual ela é dominada e capturada.
Um ponto um pouco frustrante do jogo, é o conceito em torno das mecânicas de combate. Durante todo o tempo, não importasse ser no inicio ou lá pro final do jogo, eu sentia que os Nexomons eram fortes independente do elemento. Houve diversas situações em que eu tinha vantagem na luta ao utilizar uma criatura do tipo elétrico contra outra do tipo agua, e ela simplesmente me destruir mesmo estando em nível abaixo de mim. Isso irrita de uma forma, que passei a aceitar para não ficar com raiva o tempo todo. Outra coisa que precisava ter sido mais elaborado, era a variedade de golpes. Existem mais de 300 criaturas no jogo, mas todas elas possuem muitos golpes parecidos, independente se é de fogo ou agua, costumam ter golpes iguais. Mas estamos falando do primeiro jogo, então algo desse tipo deve ter sido corrigido em sua sequencia.
O level design de Nexomon teve um capricho muito bacana. Passamos por diversas cidades e regiões, e todas consegue ter seu diferencial. O visual de tudo que se encontra pelo caminho, foi devidamente detalhado, desde pequenos arbustos, como grandes árvores e montanhas. E a equipe pensou em algo que eu achei que fez uma diferença: as batalhas aleatórias. Os arbustos do jogo ficam mexendo, indicando que naquele existe um Nexomon para ser enfrentado, assim não somos pegos de surpresa, podendo evitar as batalhas indesejadas sempre que quisermos.
História
A trama no qual somos inseridos, ja começa bacana e vai melhorando à medida que vamos avançando. Apesar do foco do jogo ser aquele lance de termos que explorar o mundo e capturar todos, a historia gira em torno de algum muito sério, e nosso personagem vai ser o responsável em evitar isso. Sério, no começo do jogo eu estava achando que seria bem morna, mas fui surpreendido com o tanto de coisa que foi acontecendo. O encontro com os Nexomons lendários são algo que valha a pena em cada uma das batalhas contra eles.
As criaturas lendárias possuem um poder muito alto, sendo necessário muita força para derrota-la. Seu nível é tão grande que nem é mostrado no jogo, e seus pontos de vida possuem uma boa quantia, fazendo a luta durar um pouco mais por conta disso. Mas mesmo sabendo disso, a facilidade que o jogo lhe dá em sacanear qualquer inimigo, me permitiu derrotar vários lendários com apenas um Nexomon. Acho que faltou um certo balanceamento nisso, mas não chega ser algo frustrante. Exceto a ultima luta…
Um dos desafios são a necessidade de enfrentar vários treinadores ao longo do caminho. Existe aqueles comuns que encontramos no meio de florestas, assim como também uns que são como lideres em uma determinada cidade. Mas além deles, temos também os cinco campeões, que são extremamente fortes e dão um trabalho para serem derrotados. Mas o principal é o Nexolord. Esse nome se dá à aquele que é considerado o treinador mais forte do mundo, e só pode ser substituído quando for derrotado por outro treinador e assim assume seu cargo.
Como falei no começo, a falta de variedade de golpes entre os Nexomons faz o jogo parecer um pouco repetitivo durante as lutas. É o tempo todo usando golpes parecidos, que a gente só pensa em terminar logo. Os campeões possuem personalidades únicas e aparências bem distinta entre eles, dando aquela impressão de ser um grupo de elite bem forte.
Prepare-se pra falar muito.
Quando comecei o jogo, fiquei bastante empolgado por estar jogando um RPG desse tipo. Sou apaixonado pela franquia Pokemon e saber da existência desse jogo me deixou muito feliz. Mas depois de meia hora jogando, eu já estava detestando algumas coisas. Começamos pelo excesso, mas excesso mesmo de diálogos. Não falo de uma conversinha qualquer ou longos textos, afinal, é um RPG. Mas minha reclamação fica por conta de toda vez que entramos em algum lugar novo, encontramos alguém diferente, outra coisas simples, somos obrigados a dialogar. Tem muita conversa que poderia claramente ser evitada, pois não faz o menor sentido. Acho que os desenvolvedores fizeram isso com a intenção de prolongar o jogo, mas que no meu caso serviu pra irritar.
Ao menos quando vou avançando na historia, as coisas vão mudando, dando mais espaço para conversas importantes e assim deixando o jogador menos entediado. É quando a trama começa a ganhar personagens diferentes, e algumas brigas de gente grande vão acontecendo, que tudo toma outro rumo. O estúdio teve um trabalho bacana na criação das criaturas, pelo menos em quantidade. Mas alguns realmente tiveram preguiça de serem feitos, pois temos Nexomons com três evoluções, mas que nada mais é ela crescida com alguma cor diferente e pequenos detalhes adicionados. Claro, isso não é padrão, mas acontece com certeza frequência.
E no fim…
Nexomon peca em algumas coisas durante o caminho, fazendo o jogador repensar se era isso mesmo que ele queria jogar. Mas à medida que vamos avançando, vamos conhecendo um pouco mais sobre o mundo dessas pequenas criaturas, somos obrigados a mudar de opinião. As lutas iniciais são difíceis pelo desbalanceamento presente no jogo, mas que lá na frente acabando ficando fácil, até demais. A trilha sonora é simples, mas cumpre bem seu papel em nos agradar, assim como os visuais do jogo, que tem seu charme. Cada personagem e cada Nexomon, tem sua importância, e assim as batalhas vão sendo travadas ao longo do jogo, em que você vai ficando cada vez mais interessado em capturar mais, e também saber o que de grande e perigoso está acontecendo. O destino da humanidade está em nossas mãos.
Recomendo para aqueles jogadores que querem algo para passar o tempo, ter aquele objetivo pessoal de ter todas as criaturas, ganhar experiência e evoluir todas que forem possível.
Esta análise só foi possível graças a PQube que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.