Cyberpunk 2077 e polêmica geralmente estão na mesma frase, o game foi anunciado e logo as expectativas cresceram, principalmente a dos apaixonados pela temática do game. O tempo passou, o jogo foi desenvolvido, teve seu lançamento adiado várias vezes e finalmente chegou na mão dos fãs. É aí que a coisa ficou séria.
O game chegou gerando burburinhos desde os seus primeiros dias de vida, apresentando bugs, problemas, e muitos jogadores pedindo reembolso, especialmente nos consoles PlayStation 4 e Xbox One base. Muitas reclamações surgiram, as redes sociais bombaram e com isso a CD Projekt Red (desenvolvedora do game) se pronunciou, pediu desculpas aos jogadores e prometeu novas atualizações para 2021. Mas a novela parece estar beeeem longe de acabar!
Com tudo isso dito, você tem agora um entendimento básico sobre Cyberpunk e suas polêmicas. Mas, como foi a experiência dos redatores do Xbox Mania com o game? Bugou muito? Tudo que estão falando é bobagem e o jogo é bom? Como é Night City? Chega aos pés de The Witcher? Bem, abaixo vamos retratar a nossa aventura por Cyberpunk e responderemos todas essas perguntas!
Agora que a moda de falar mal de Cyberpunk 2077 passou, da pra fazer uma análise sem ódio no coração.
Confesso que o hype sobre o jogo só me atingiu bem próximo do lançamento e não foi nada tão grande como eu vi pelas redes sociais, nunca tinha dado muita bola pro jogo e nem me aprofundado sobre ele até próximo do lançamento e o falatório que começou a gerar em todas redes. Vendo os vídeos de gameplay que foram saindo mais perto do lançamento que eu decidi fazer a pré-venda do game, também por confiar na qualidade dos games da CD Projekt Red.
Bugs e mais Bugs na primeira impressão…
Logo na primeira vez que comecei o jogo eu gostei do que vi, muita opção pra personalizar o seu personagem, desde a estrutura física completa, até detalhes sem grande utilidade como mamilos e genitália. Muito legal todas essas opções de personalização, mas já te adianto que você não vai ver muito do que fez além das mãos do seu personagem e o rosto vez ou outra.
Começando a jogatina após meia hora personalizando o “Vê“, tive o primeiro impacto negativo que os bugs trouxeram no lançamento, sem dublagem em português e por conta disso os personagens não movimentavam a boca nem faziam expressões faciais. Muito decepcionante.
Por sorte do destino, nos dias seguintes ao lançamento eu sai em viagem e só voltei na outra semana, o que deu tempo de saírem mais patchs de correção e resolverem o problema da dublagem que tinha me desanimado. Mas o outro grande problema continuava ali, os crashs durante a jogatina. Era muito comum dentro de uma hora de jogo o game travar pelo menos 2 vezes, por sorte não fui impactado de ter esse tipo de crash dentro de um período muito longo sem salvar, precisando repetir muitas coisas, geralmente travava em períodos fora de missões ou no início delas.
A cada patch que saía, eu sentia melhora no rendimento do jogo e diminuição nos crashs, tanto que tive no geral uma ótima experiência com o jogo, tiveram 2 pontos que os bugs atrapalharam mais, as missões que exigem combate corpo a corpo, tem uma sidequest que é um campeonato de boxe e ali era bem sofrível pra jogar, desde as travadas que os gráficos davam e você era acertado sem o NPC se mexer ou mesmo após você sair do raio de ação do adversário, principalmente na final onde você precisa acertar a barriga do adversário e ao baixar a visão pra mirar ela centralizava automático de novo após o golpe sem você fazer nada.
Outro grande problema que tive foram com os veículos, no começo do jogo em que você só tem a moto disponível é bem sofrível porque a física das motos é no mínimo absurda, com acidentes que desafiam todas as leis de Newton, mas a pior parte foi na sidequest que envolve um campeonato de carros em que objetos e outros carros simplesmente brotavam do chão. Essas partes foram realmente desanimadoras, mas como podem ver foram poucas partes e a maioria delas envolvia missões paralelas.
Depois da tempestade a bonança!
Agora, quando parti pra campanha principal eu me vi mergulhado na história e nos personagens, bem desenvolvidos, carismáticos e com uma dublagem e localização que vão além de qualquer coisa já vista. Pra ter ideia do nível do capricho na localização, dependendo da região da cidade que você está os polícias tem apelidos diferentes, entre “meganhas” e “gambés”, sem cair pro famoso “tiras” que só se ouve falar nos filmes da Globo. Expressões corriqueiras no dia a dia informal de quem tem palavrões no vocabulário davam a impressão que eram meus amigos conversando comigo nos diálogos do jogo. Além de gráficos top de linha, bem com cara de final de geração e uma trilha sonara que casa perfeitamente com o que é apresentando na tela, aumentando em muito a imersão.
Não vou me aprofundar na história pra não dar spoilers, mas posso dizer que leva umas 3 a 4 horas pra história engrenar e dali pra frente só melhora. Johnny SilverHand é um espetáculo a parte no jogo.
A jogabilidade ficou ótima, te dando vários estilos de atuar, você pode ir no stealth e ir matando sorrateiramente os inimigos, pode ir no estilo Rambo e sair distribuindo tiro, porrada e bomba, ou pode misturar tudo, usando os itens do cenário mais os hacks pra criar várias situações distintas pra enfrentar os adversários.
Eu que escolhi ser um Corp no início do jogo me especializei nos hacks, pra deixar meus inimigos fracos e só chegar pra dar o golpe final, me diverti muito jogando nesse estilo, mesmo não sendo fã de Watchdogs e Deus Ex que oferecem esses mesmo recursos, parece que em Cyberpunk 2077 finalmente ficou legal jogar usando a tecnologia ao meu favor.
Toneladas e toneladas de conteúdo debaixo dos bugs.
Quando vi que estava indo pra missão final do jogo, parei e comecei a me aprofundar nas sidequests, foram mais de 100 horas de jogatina, terminei todas as sidequests que me interessaram e isso quer dizer quase todas que os personagens te mandam por SMS ou ligação, restando apenas algumas espalhadas pelo mapa. Mergulhei tão forte no jogo que foi difícil depois de terminar sentir vontade de ligar o vídeo game de novo.
Resumindo, debaixo da montanha de bugs e o caminhão de críticas que recebeu, Cyberpunk 2077 é um ótimo jogo que pagou o preço de ter sido lançado antes de ter sido concluído de verdade. Se tornou vítima do hype que criou e da pressa pra ser lançado. Se tivessem tido a paciência que uma Rockstar tem pra lançar um jogo estaríamos lendo que este foi o jogo da geração ao invés da decepção como vem sendo chamado.
Ao começar Cyberpunk 2077, eu senti um prazer enorme desde a criação do meu personagem. Escolhi jogar sendo um “Marginal“, já que as ruas de Night City pareciam ser bem hostis. Então escolher alguém que tem experiência nesse fator foi minha decisão desde o início.
No processo de customização do personagem, eu devo ter perdido uns 30 a 40 minutos. Sim, é isso mesmo. Já que existe uma GIGANTESCA gama de possibilidades para o visual de V (Nome do nosso protagonista). Por fim, terminei a criação do meu mais novo herói e infelizmente descobri que deixei as unhas dele pintadas com uma cor terrível, mas como eu já tinha salvo… tive que aturar isso a campanha toda.
O início viciante
Depois de me frustrar com as coloridas e ridículas unhas do meu personagem, a campanha, de fato, começou. Para evitar spoilers não vou contar os acontecimentos iniciais do game. Mas apenas como um comentário, quero dizer que após conhecer a história, os personagens e o mundo em Night City eu viciei no jogo. Confesso que me apaixonei por tudo e não queria fazer outra coisa senão jogar Cyberpunk 2077.
A câmera em primeira pessoa…
Eu fui um daqueles que torceu o nariz quando soube que Cyberpunk seria um jogo em primeira pessoa. Mas, felizmente, eu estava errado. O jogo ficou incrivelmente ótimo com essa perspectiva e após jogar por dezenas de horas, eu não consigo enxergar esse jogo com uma câmera em terceira pessoa. Era pra ser assim, combinou com o jogo e funcionou magistralmente para a experiência.
Uma jogabilidade prazerosa!
Eu nunca fui um jogador que prefere stealth ou combate corpo a corpo. Sempre optei pelas armas de fogo, combatendo geralmente de média distância. Então deixei meu personagem evoluir principalmente nas habilidades com armas de jogo, sejam pistolas ou fuzis, e investi bastante na armadura, para absorver o máximo de dano possível.
Logo, criei uma espécie de “Rambo” no jogo. Não demorou muito e eu estava vidrado na jogabilidade, especialmente a dos combates, nos momentos frenéticos. Tiros, bombas, inimigos vindo pra cima… ficou um show a parte e o game é um ótimo shooter.
Desbravando Night City, temos MUITA COISA pra fazer. Então pode apostar que Cyberpunk é um daqueles jogos que você compra e não precisa gastar dinheiro com jogo por um bom tempo depois. O game não chega a ser do tamanho de um The Witcher 3, Assassin’s Creed Odyssey ou Skyrim, longe disso, mas traz vários conteúdos diferentes para você aproveitar e para os jogadores que curtem entrar de cabeça num game, a jornada ultrapassa as 100 horas facilmente.
Estou dizendo isso, porque quando os bugs não aparecem (Já vou falar deles) Cyberpunk 2077 brilha, vicia e diverte muito bem. A jogabilidade é gostosa, prazerosa e amanteigada. Os gráficos são um espetáculo e andar por Night City realmente traz o sentimento de imersão naquele mundo tecnológico e perigoso.
CD Projekt Red, você errou feio!
Sim, Cyberpunk é um grande jogo, sim, eu me diverti jogando. Mas, quando apareceram os problemas, a experiência se tornou quase um pesadelo. Foram bugs que eu nunca tinha visto na minha vida, que deixaram o jogo terrivelmente tosco e quase me fizeram jogar o controle na parede.
Vou dar um exemplo, porque se eu for citar todas as vezes que o jogo bugou, vou ficar escrevendo por horas. Eu estava numa sidequest onde o objetivo era dar tiros ao alvo. O que aconteceu? O jogo bugou, eu sentia que algo estava diferente, travado. Quando chegou a vez de atirar nos alvos… EU NÃO CONSEGUIA SACAR A M**** DA ARMA! Sim, em uma missão de tiros ao alvo, a opção de sacar armas bugou. Estava de dia no jogo e quando olhei a sombra do meu personagem, ele estava com os BRAÇOS LEVANTADOS, chegou a me dar medo, parecia um exorcismo ou algo do tipo.
Finalmente o jogo “desbugou“, meu personagem abaixou os braços e eu consegui sacar a arma. Mas não foi suficiente para ter sucesso na missão, já que pontuei muito pouco graças aos bugs.
Esse, meus amigos, foi apenas um, dos MUITOS bugs e problemas que tive com o jogo. Texturas caindo, opções de diálogo que eu simplesmente não conseguia acessar, missões onde um personagem ficava repetindo exaustivamente a mesma fala que ele me disse quando cheguei para fazer a missão, quedas de frame… é até difícil lembrar e explicar tudo aqui.
Então, esse jogo não deveria ter sido lançado em 2020. A impressão que fica é que os desenvolvedores fizeram de tudo para, literalmente, “empurrar” esse jogo para o Xbox One e PS4. Entregando uma jogatina frustrante boa parte da campanha, e quase a campanha inteira para que jogou na antiga geração. A CD Projekt Red errou feio, tudo bem que existia uma pressão enorme por parte dos fãs, que xingavam os adiamentos do game. Mas, é melhor lidar com isso do que lançar um jogo que claramente não está pronto, por exorbitantes R$250,00.
Cyberpunk 2077 é uma mistura de prazer, diversão e frustração…
É simples de entender, quando funciona, Cyberpunk brilha, vicia e diverte imensamente. Mas quando os bugs aparecem, e eles vão aparecer, a experiência com o jogo é frustrante, da raiva e é essa a razão dos jogadores pedirem reembolso aos montes.
O jogo é simplesmente ótimo quando roda sem problemas, traz ação, aventura, bons gráficos, jogabilidade muito boa e uma história sensacional que pode tomar vários rumos dependendo de suas ações. Mas é evidente que o game não poderia ter sido lançado dessa forma. A impressão que fica é que tivemos algo grandioso se perdendo em meio aos bugs. Se fosse lançado na metade de 2021, com certeza esse seria um dos melhores jogos da história, é claro, na minha humilde opinião.
Agora, nós esperamos pelas atualizações e melhorias que serão feitas pela CD Projekt Red. E se você está pensando em comprar o jogo, a não ser que você jogue em um PC da NASA, espere um pouco mais, fique de olho nas notícias aqui do Xbox Mania, confira as atualizações que estão chegando e, aí sim, invista em Cyberpunk 2077.