O lançamento de Elden Ring foi um tremendo sucesso nos consoles e computadores. O título se tornou, em pouco tempo, o maior lançamento da From Software. Para termos uma ideia da sua grandiosidade, o jogo teve mais de 900 mil jogadores simultâneos no Steam, tornando-se o maior lançamento da plataforma.
O game foi anunciado na E3 de 2019 através de um teaser. Na época muitos jornalistas e entusiastas da série souls ficaram sem entender o que tinham acabado de assistir. A única certeza que tínhamos era da participação do escritor americano George R. R. Martin (Crônicas de Gelo e Fogo), na construção da lore daquele mundo.
Por conta de tudo isso, de toda essa comoção em torno do game, resolvemos compartilhar as primeiras impressões que nossos redatores tiveram ao visitar o fantástico mundo de Elden Ring.
Humberto – Robô Barulhento
Eu não sou um expert da franquia souls, na verdade, meu primeiro contato com um jogo da From Software foi bem tardio, por volta de 2018. Na época eu resolvi comprar um game como presente no dia dos pais. Olhando a prateleira da Kalunga, me deparei com um jogo na promoção, um tal de Bloodborne.
Confesso que não tinha ideia de onde eu estava me metendo. A única coisa que eu queria naquele momento era um jogo que demorasse para terminar. Porque a grana tava curta e não seria legal ter um jogo com uma campanha de poucas horas. Foi uma das melhores experiências que tive com um jogo, a ponto de platinar a criança. Um detalhe importante, eu não sou muito fã de platinas, mas esse foi o único jogo que platinei no meu PS4.
Depois de Bloodborne, vieram Dark Souls 2 e por último o Dark Souls 1 Remastered. Infelizmente nenhum dos dois conseguiu me prender, como ocorreu com o Bloodborne. Acabei parando a jogatina de ambos, para quem sabe um dia poder continuar.
E o Sekiro? Só joguei a demo em um estande na Brasil Game Show, apenas isso. Pra mim, o preço do jogo estava muito alto na época e por questões financeiras, acabei passando longe desse título. Quando o trailer do Elden Ring foi apresentado durante a E3, eu não fiquei nem um pouco empolgado. Ao meu ver, seria mais um Dark Souls, com algumas coisinhas a mais. Mal sabia eu, que esse novo título seria um dos jogos mais incríveis que joguei nos últimos anos.
Explorando as Terras Intermédias
Ao iniciarmos o jogo, somos brindados com uma belíssima apresentação, onde tomamos conhecimento do que aconteceu com o Anel Prístino. Depois disso passamos a controlar o personagem, o problema nesse momento, é a forte sensação de estar jogando mais um Dark Souls.
Não se preocupe, caro leitor, essa semelhança acaba assim que temos acesso ao mundo aberto. E que mundo meus amigos. É impossível realizar qualquer feito nesse momento, a única coisa que fiz foi girar a câmera para contemplar a beleza da grande árvore. É difícil descrever o quão incrível é Elden Ring, mas tentarei resumir em apenas um parágrafo.
Imagine a FromSoftware pegando toda a bagagem de conhecimento que eles adquiriram ao longo dos anos com os seus jogos, inspirando-se em outras séries como Shadow of The Colossus e Zelda Breath of The Wild, e aplicando tudo isso no Elden Ring. É uma mistura tão maravilhosa, que ao meu ver, você sente que há essas conexões no que diz respeito a criação daquele universo, mas ao mesmo tempo, parece ser algo único, algo com cara de From Software.
Com relação a escala do mapa, não posso dizer o quão grande ele, porque depois de 35 horas de gameplay, sinto que vi pouco do que o mundo tem a me oferecer. Mas posso afirmar com todas as letras, é um dos melhores jogos de mundo aberto que joguei na vida.
Nele somos presenteados por visitar cada canto do mapa. Uma hora encontramos um boss, outrora um NPC pedindo ajuda ou simplesmente uma construção majestosa. A impressão que tenho é que o mapa foi cuidadosamente organizado para que o jogador sempre encontre algo de interessante.
Aliado a isso, a trilha sonora desse jogo é maravilhosa, dando o tom certo para vários momentos da jogatina. Teve um dia que eu estava explorando um castelo e o meu filho de 9 anos estava ao meu lado assistindo. Ele comentou comigo que a música que estava tocando era de tensão e que eu deveria tomar cuidado. Nem preciso dizer o quão incrível e épico são as trilhas voltadas às batalhas dos chefes.
Quando soube que o jogo seria de mundo aberto, eu fiquei encucado em como a desenvolvedora japonesa faria isso, já que os seus jogos são conhecidos por não pegar na mão do jogador. Isso foi devidamente resolvido através das graças, que aqui substituem as fogueiras. Esses pontos emitem uma luz que nos direciona para um ponto. Basta o jogador seguir esse tal ponto.
Há diversas graças espalhadas pelo mapa, apontando para direções distintas, cabendo ao jogador explorar esses caminhos. E quão recompensador é fazer isso. Nunca fui um fã de jogos desse estilo, porque geralmente as missões são cansativas e o mundo é vazio, mas não é o caso desse jogo.
Diferentemente do que vimos no Halo Infinite, aqui os cenários são densos, preenchidos com inimigos ou animais selvagens. Com relação a esse último, eles poderão ser caçados para a criação de itens. Uma novidade muito bem vinda ao jogo. Antes que eu esqueça, a adição do pulo foi muito bem vinda. Não é igual a do Sekiro, mas é suficientemente boa em momentos de batalha e na exploração dos cenários.
Por fim, temos o Torrent, o cavalo do personagem. Em God of War da Sony tivemos o machado como diferencial, no Halo Infinite o gancho e aqui, temos essa maravilhosa criatura. É graças a ele que poderemos desbravar os diversos biomas presentes no título. Além disso, ele poderá ser usado em batalhas, tanto para confrontar o inimigo, como para fugir dele.
Finalizo minhas primeiras impressões dizendo que Elden Ring é um dos melhores jogos que joguei na vida e se você tiver a possibilidade de jogá-lo, faça, porque a jornada é maravilhosa.
Rodrigo Ferraz
Eu que nunca fui fã de soulslike, achando que se for pra sofrer já basta a vida, me peguei apaixonado e viciado nesse jogo, já nem me importo com as mortes e aprendi até a desapegar das runas. Seu mundo aberto e fantástico, suas surpresas a cada novo pedaço do mapa, sua direção artística maravilhosa, é um Zelda Breath of the Wild que comeu depois da meia noite (só quem assistiu Gremlins vai entender). Recomendo a todos no mínimo experimentar esse jogo, já passei a olhar com outros olhos pra toda série Souls, voltei até a jogar o Dark Souls Remaster que tinha parado na biblioteca.
O jogo não é fácil, não se engane, toda punição da série Souls esta ali, mas o mundo aberto lhe da outra perspectiva da coisa, você pode “passar” pela batalha que não vence e ir se reforçar e desenvolver em outro lugar, isso dentro de uma mapa gigante e com muita, muita, mas muita coisa para explorar. Eu que gosto de grinding e farm, estou me divertindo muito com este game, tem muitas horas que quero jogar o controle na parede, mas sei que é pela minha teimosia, quando desapego e sigo pra outro rumo, quando retorno vejo que agora estou pronto para o desafio.
Quero continuar vagando pelas terras intermédias por muito tempo ainda, pra saborear sem pressa e com muita dor tudo que essa obra prima tem a me oferecer.
Leandro – Velho Gamer
Ao longo das minhas “humildes” 20hrs de gameplay de Elden Ring, posso dizer com certeza que esse é o melhor soulslike já feito (na minha humilde opinião é claro). O mestre Hidetaka Miyazaki uniu o que há de melhor nos jogos da franquia Souls e fez de Elden Ring uma verdadeira obra de arte. O extenso mapa com muitas coisas pra se fazer, que ao meu ver foi inspirado em Breath of The Wild com vários itens escondidos, e lugares pra visitar, você pode muito bem deixar a campanha de lado e aproveitar esse vasto mapa e descobrir cada canto dele sem preocupação nenhuma de querer avançar que ao meu ver é o melhor jeito de começar a jogar o game, a não ser que você seja um masoquista dos games.
Elden Ring é sem dúvida um dos melhores jogos lançados neste início de ano e um forte candidato ao Game of The Year, e mestre Miyazaki não se desculpe pela dificuldade do jogo pois ele não é, e ao meu ver serve como entrada pra quem quer começar a se aventurar no estilo Souls like. Sobre o desempenho do game estou jogando no Xbox Series S e por enquanto não tive nenhum problema, tanto no modo qualidade quanto no modo desempenho.
Rafael Bard
Tenho como bagagem apenas Dark Souls, que é uma grande referência em termos de mundo coeso e bem conectado. O que me chama atenção em Elden Ring é a qualidade de exploração e liberdade, ao mesmo tempo mantendo um ótimo design de ambientes. Acima de tudo, o maior diferencial do mundo aberto de Elden Ring, é uma grande diferença de biomas em áreas diferentes. E isso não envolve apenas o tipo de solo, mas também tipos de criaturas e estilo de arquiteturas. Isso porque cada ambiente tem uma história pra contar.
Raillander
Lembro do ano em que foi lançado o primeiro Dark Souls. Na época eu estava hypado com Skyrim, e nada me tirava essa vontade. Aí então lançou esse tal jogo que todo mundo falava que era difícil, e eu parei minhas aventuras para ir experimentar esse tal jogo. Foi então que nunca mais voltei para The Elder Scrolls, e fiquei pra sempre no que seria uma das melhoras franquias que já joguei.
Jogar qualquer Dark Souls desde então, era prazeroso e estressante ao mesmo tempo, mas de um jeito bom. Vivenciar tudo que existe de bom nessa franquia, e agora em um mundo aberto livre pra você explorar, é algo que só Elden Ring conseguiu atingir. O que os desenvolvedores fizeram no jogo, foi literalmente o que todo fã de Souls queria, e isso serve também para agradar aqueles que nunca tiveram uma experiência a serie.
Recomendo demais, pois você vai ser destruído, humilhado de todas as formas, não terá nenhum auxilio em sua jornada e você irá tomar porrada de inimigos que parecem ser bobos. Sem falar das impecáveis lutas contras chefes insanos e muito bem elaborados, onde cada um possui uma trilha sonora sensacional. Eu diria que se eu pudesse, iria transformar Elden Ring em uma das maravilhas do mundo moderno.