Nós estamos sozinhos no universo? esta é a resposta que muitos buscam desde a criação do homem, sendo que esta resposta possui ramificações em duas facetas importantíssimas para a humanidade, a religião e a ciência.
The Station explora estas facetas para contar a história da Espial, uma estação espacial criada com o propósito de observar uma raça alienígena que fez contato com a Terra para então definir se o contato teria um retorno ou não.
Neste meio tempo, misteriosamente, a estação espacial fica toda escura e não há mais contato com o planeta Terra. É exatamente ai que o jogador entra na história, você é enviado para a estação espacial Espial para descobrir o paradeiro da equipe e avaliar o status da missão.
Com uma mecânica muito semelhante a títulos como Gone Home, Everybody’s Gone to the Rapture e Dear Esther você passará a grande maioria do seu tempo, andando e vasculhando cada canto da, aparentemente deserta, Espial. À medida que você vai descobrindo maiores detalhes sobre os três membros da tripulação, seja explorando locais privados ou públicos da Espial, será possível construir um retrato de suas personalidades e detalhes sobre a vida de cada um por meio de e-mails, logs de audio, anotações etc.
O tipo de abordagem utilizado para desdobrar a narrativa durante o jogo é bem interessante, seja por meio de análise de anotações, audios ou simples reflexões do ambiente. Se a história e os personagens possuem um conteúdo que, no final, faça valer toda esta peregrinação no cenário, o resultado é um novo clássico.
O grande problema em The Station é que, nem os personagens e nem a história possuem tal profundidade para sustentar a mecânica, que depois de algum tempo torna-se cansativa por ser muito rasa. O ritmo como tudo se desenvolve enquanto caminhamos na Espial, sem novidades, sem ações e principalmente sem conexões. Você provavelmente vai saber qual rumo a história vai tomar antes do desfecho final.
A ideia sobre o contato com a raça alienígena é interessante, porém fundamentar que é necessário criar uma estação apenas para observá-los antes de fazer o primeiro contato chega a ser decepcionante. Em certos momentos nos são apresentados tópicos narrativos bem interessantes, porém os mesmo não levam a lugar algum. A nossa impressão é que a história tem um enorme potencial porém não foi amadurecida da forma que merecia.
Um dos pontos altos em The Station é a ambientação, nota-se um cuidado muito especial dos designers na criação dos corredores, salões, espaço sideral etc, você parece que esta realmente dentro da estação espacial. Conforme a exploração avança você será surpreendido por explosões que irão balançar toda a estrutura já danificada da Espial, é visível que algo de muito errado aconteceu, o resultado disso tudo é um ambiente tenso e sombrio.
Outro ponto forte do jogo é a qualidade gráfica, The Station utiliza diversos efeitos de luz, sombras e cores em tons de neon. Os detalhes das texturas nos ambientes internos e externos da Espial são muito bem feitos e como foi dito anteriormente ajudam a construir um ambiente muito real, como se o jogador estivesse realmente dentro da estação. O único ponto negativo que podemos perceber é que tal qualidade gráfica cobra uma performance que infelizmente o Xbox One não consegue entregar de forma satisfatória, as quedas de framerate são constantes e notórias, porém não chegam a atrapalhar a jogatina.
Outro aspecto positivo do jogo são os desafios, mesmo não sendo muitos os existentes são muito bem elaborados e você precisará resolver todos eles para chegar ao fim da aventura. As soluções nem sempre são tão lógicas quanto parecem, eles vão desde uma simples manutenção dos robôs da estação até mesmo as complexas combinações de cores das portas. Com a ajuda de um dispositivo AR o jogador é constantemente alertado sobre pontos de interesse e integração na estação espacial, dificilmente você vai ficar travado sem saber o que fazer.
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