Análise – The Invincible

Última atualização:
Lançamento
05/11/2023
Desenvolvido por
Starward Industries
Publicado por
11 Bit Studios

The Invincible é uma história misteriosa em um cenário retro-futurista atompunk, com viagens espaciais e recheada de intrigas, tendo como um dos pontos altos o aspecto visual com obras de arte impressionantes. A história é baseado no romance homônimo, do autor de ficção científica mundialmente conhecido, o polonês Stanislaw Lem. Embora eu tenha gostado bastante de praticamente tudo em The Invincible, alguns pontos técnicos escorregaram durante a jogatina, mas nada que atrapalhe.

Em The Invincible assumimos o controle da Dra. Yasna, uma bióloga a bordo da Dragonfly; uma espaçonave de pesquisa espacial. Após uma série de missões bem-sucedidas, a Dragonfly parte de volta para casa porém com uma última missão, orbitar e explorar o planeta Regis-III. A partir daí temos uma sucessão de eventos que contam esta magnífica história, com muitas reviravoltas ao longo das pouco mais de 8 horas de jogo.

Crédito: Divulgação/11Bit Studios

Tecnicamente falando, The Invincible é um jogo de aventura, porém ele incorpora diversos elementos de walking simulator e muitos, MUITOS diálogos. Apesar da introdução dar algumas dicas de onde o jogador está e o que ele está fazendo, é no decorrer da aventura que você conhecerá os acontecimento que levaram a Dra. Yasna até aquele local. Confesso que fiquei intrigado para saber o que aconteceria a seguir, a cada diálogo e descoberta podemos ver o cuidado da produtora em manter o roteiro e as performances sempre em alta, embora não seja possível negar que algumas das falas entre a Dra. Yasna e os outros tripulantes da Dragonfly pareçam um pouco desconexas às vezes.

Por ser um jogo com muitos diálogos, raramente temos momentos em que alguém não esteja falando, e este é um dos aspectos que realmente me fisgaram, pois os diálogos entre a Dra. Yasna e o Astronavegador Novik são os responsáveis por contar esta incrível história Sci-Fi. Novik mantém diálogos com Yasna em praticamente 90% do jogo, ajudando a Dra. por meio de conversas no rádio, oferecendo conselhos e/ou sugestões sobre o próximo destino. O interessante dos diálogos é que eles podem mudar dependendo da dificuldade que Yasna se encontra, por exemplo, se você ficar preso em um lugar por muito tempo ele entrará em contato lembrando-a de seu próximo objetivo ou apenas querendo saber como ela está. No início eu achei desnecessário, mas com o desenrolar da história a troca de diálogos se mostra muito útil, bem administrado e definitivamente torna o gameplay mais agradável e menos penoso.

Crédito: Divulgação/11Bit Studios

Jogos com foco na história são os meus favoritos, e, quanto menos eu souber melhor ainda, e este aspecto é definitivamente o ponto alto em The Invincible, sem contar, é claro, a direção de arte. A história é interessante e tem ganchos suficientes para manter o jogador em movimento contínuo. Confesso que próximo do final eu meio que não queria parar de jogar, já se passavam das 3hs da madrugada e eu estava compenetrado e totalmente imerso na trama. Infelizmente por um problema técnico do jogo eu, ainda, não pude saber o desfecho. Em um dos últimos diálogos, Yasna fica cantarolando na janela da Kondor (nave) e o jogo simplesmente fica parado em uma espécie de loop onde não é possível fazer nada. Eu entrei em contato com os desenvolvedores (20/11) relatando o problema, porém até agora nenhuma atualização foi disponibilizada.

Vamos deixar a história um pouco de lado e falar sobre outro aspecto em que o jogo brilha, a Direção de Arte. The Invincible faz o excelente uso da filosofia de design retro-futurista; a inspiração em Star Trek da geração William Shatner e Leonard Nimoy é perceptível, principalmente se você (assim como eu) for fã da série, seja por suas cores fortes, ou então pelas formas sólidas e uso de tecnologia viável em formas simplistas. Se você conhece este estilo de arte ficará maravilhado com os detalhes do planeta Regis-III, confesso que tirei muitos prints de tela durante a jogatina, um verdadeiro colírio para os olhos, e o mais importante de tudo é que esta riqueza nos detalhes nos entrega uma experiência genúina de realmente estar em um planeta alienígena.

Crédito: Divulgação/11Bit Studios

Mas de fato como The Invincible funciona? que tipo de jogo ele é? Bem, como eu disse resumidamente no início do texto é uma mistura dos gêneros, temos um pouco de walking simulator, aventura, exploração e MUITOS DIÁLOGOS, todo em português brasileiro. Jogos estilo walking simulator são bastante lineares, caminhando do ponto A para o ponto B muito lentamente, para alguns isso pode parecer cansativo e maçante. Porém, novamente, é preciso resaltar os diálogos de rádio entre Novik e Yasna, que ajudam a tornar as longas caminhadas não tão cansativas. Infelizmente alguns aspectos negativos são complicados de defender, como por exemplo a movimentação da Dra. Yasna, que às vezes é um tanto quanto engessada. Basicamente ela pode correr, não muito mais rápido do que caminhar, e o fator cansaço interfere no tempo que ela pode correr, a famosa fadiga. Yasna também pode “escalar” algumas partes do cenário que são sinalizadas com setas para cima ou para baixo e executar algumas ações sinalizadas com o ícone de uma mão. Os demais comandos são apenas de navegação e interação com mapas e quebra-cabeça, típicos de jogos estilo walking simulator.

Algumas interações podem fugir um pouco do padrão walking simulator, como por exemplo as investigações, itens para localizar, e até mesmo um pouco de ação com tiros em elementos fixos, mas nada que estrague a experiência, muito pelo contrário, serve como uma válvula de escape para relaxar a tensão da história, ambiente e mais diálogos.

Crédito: Divulgação/11Bit Studios

Ao longo do jogo a Dra. Yasna encontra algumas ferramentas que podem ser utilizadas em pontos e/ou situações específicas do jogo. Acredito que elas poderiam ser melhor utilizadas também em outras situações, afinal de contas muitas das ferramentas são úteis em diversas situações do jogo, mas isso não é um ponto negativo.

Estava quase me esquecendo, em alguns momentos podemos utilizar um veículo, tornando as longas caminhadas menos exaustivas para aqueles que não tem muita paciência. Porém a experiência dentro do veículo não é muito boa, pois além dele não ser tão rápido, os espaços das janelas é muito pequeno, tornando a nevegação bastante complicada, principalmente em situações onde a visibilidade é limitada, seja por tempestades de areia ou um enxame de SPOILER. Sem contar que a navegação do mapa foi muito mal elaborada, ela é dividida em setores que quando clicados são expandidos em uma visulização maior e mais detalhada, porém sem mostrar onde você está e qual seria o caminho ideal. Este talvez seja o ponto negativo que mais me incomodou no jogo, confuso demais.

Crédito: Divulgação/11Bit Studios

Chegando ao final da análise eu gostaria de, mais uma vez, exaltar a história e principalmente os diálogos. Existem diversas escolhas de diálogo a serem feitas, e dependendo da escolha ela pode afetar as próximas cenas e consequentemente os finais. Porém você deve estar se perguntando, “mas como é que você sabe que existe mais de um final se não terminou o jogo?”, bingo você tem um ponto. Como eu também disse no início da análise, após chegar próximo ao final e ficar “travado”, eu enviei um email para o distribuidor (11Bit Studios) e desenvolvedor (Starward Industries) questionando a respeito do problema técnico. Eles prontamente confirmaram que o problema poderia acontecer de forma aleatória, e que um update fix estava programado para ser liberado em breve. Eles terminam o email agradecendo o feedback, pedindo desculpas pelo ocorrido e que muito brevemente eu poderia conferir “os diversos finais do jogo”, ou seja, existe mais de um final.

Retornando ao raciocínio dos diálogos, eles aparecem no formato de um pequeno balão no centro da tela, quando o botão LT é pressionado o balão abre e exibe as opções de diálogo. Alguns diálogos tem um tempo limite para ser escolhido, outros não, ou seja, se você não estiver a fim de aprofundar-se na trama basta ignorar os que tem tempo limite e participar apenas dos que exigem interação.

Outro ponto que vale pena ressaltar, principalmente para os colecionadores, é que quando certos eventos importantes acontecem, um painel de quadrinhos é desbloqueado e pode ser visualizado no menu de opções a qualquer momento. Os momentos registrados pelos eventos acompanham toda a jornada de Yasna em Regis-III, exibindo as escolhas feitas e permitindo-nos recordar exatamente tudo o que aconteceu até aquele momento. Eu sou um grande fã deste tipo de mecânica, porque deixa registrado pontos chave da história que você pode recordar e talvez alterar em uma segunda (nova) jornada.

Atualização (05/12/2023)

Finalmente foi liberada a atualização de correção do problema que empacava o fim. Consegui fazer 4 finais diferentes e gostei bastante de praticamente todos, mas um em especial foi sensacional.

Vale a pena?

The Invincible é uma grata surpresa em um ano que ficou marcado por trazer os maiores lançamentos dos últimos tempos. Aproveitando o gancho quero recomendar o episódio #119 do Gamemania Podcast com Os melhores anos da história dos games, com a participação especial do pessoal do Galinha Viajante.

The Invincible tem uma história incrível, direção de arte impecável e diversas escolhas de diálogo (que possibilitam finais diferentes), embora isso também dependa da sua paciência com relação a movimentação de Yasna. A desenvolvedora (novata) Starward Industries começou com o pé direito e entregou um dos jogos que mais me prendeu em 2023, ele é bonito, intrigante e longo o suficiente para ser recomendado, mas eu AINDA continuo aguardando a atualização para ver o desfecho da história.

Esta análise só foi possível graças a 11 Bit Studios que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para o Xbox Series X|S, podendo ser adquirido por meio do nosso link afiliado ao final desta análise.

Análise – The Invincible
Conclusão
Se você é fã de boas histórias e curte a temática retro-futurista não pode deixar de conferir The Invincible. As aventuras e reviravoltas da Dra. Yasna em Regis-III são um colírio visual para os amantes de ficção científica.
Gráficos
10
Som
8
Jogabilidade
6
Diversão
10
Prós
História intrigante com várias reviravoltas
Direção de arte impecável com ambientação retro-futurista
Diálogos contínuos quebram a morosidade típica dos walking simulator
Contras
Os comando parecem engessados, mesmo para um walking simulator
Bug impede avanço para o final do jogo
8.5
Bom
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