O precursor do gênero está de volta e em grande estilo. Feito pela Capcom que tem um longo histórico com jogos de luta e após um jogo da série que não alcançou nem seu sucesso comercial e muito menos de público/crítica na versão anterior, Street Fighter 6 vem pra resgatar a série e devolver a franquia ao seu lugar no topo do pódio dos jogos de luta. Cheio de modos novos e interessantes, com um plantel de personagens muito legal mesclando os clássicos e vários novos personagens interessantes, essa nova entrada na série consegue equilibrar os fãs clássicos e atrair fãs novos. Vem comigo conferir.
Jogabilidade
Street Fighter 6 consegue trazer novidades há já tão consolidada jogabilidade da série. Além do controle clássico com 6 botões, sendo 3 intensidades diferentes para chute e socos e combinações do direcional com esses botões para golpes especiais, SF6 traz o modo de controle Moderno, claramente inspirado em Marvel VS Capcom 3, onde você tem apenas 4 botões e atalhos para os golpes especiais de cada personagem, além de combos semi automáticos, esses menores que os manuais, mas uma grande ajuda para iniciantes, em resumo esse modo traz uma jogabilidade muito mais simples e amigável para quem não é acostumado com a série. Mas não pense que isso trouxe desequilíbrio para o jogo, pelo contrário, conseguiu deixar os iniciantes terem um gostinho de como é gostoso dominar um personagem, mas não entregam tudo, fazem com que quem se interessar vá aprender a jogar no modo clássico onde você consegue ter todo o poder liberado daí, podendo fazer suas combinações maiores e mais fortes.
Além disso, a estrutura base, o core do jogo, continua o mesmo, que vem se aperfeiçoando a cada nova versão. Dessa vez você tem o sistema de Drive System e Critical Arts, em substituição ao V-System de Street Fighter 5. Não vou entrar muito nos detalhes, mas no sistema Overdrive você consegue “segurar” até 2 golpes do seu oponente e contra atacar ou dar um golpe carregado que quebra a defesa e deixa o adversário exposto e no critical arts você vai acumulando barra para soltar seu especial que tem 3 níveis diferentes, cada personagem tem 3 critical arts e cada um deles consome uma quantidade diferente de barras, sendo 1 pro mais fraco e 3 pro mais forte.
Parte artística
Na parte artística Street Fighter 6 chegou ao ápice da série, os gráficos estão muito estilosos, com um visual muito vivo e bonito, como é característica da série. Os personagens clássicos estão com novos visuais, como o Ryu barbado ou o Guile de meia idade. Os personagens novos também tem um visual muito legal e marcante, como Marisa, Manon e Jamie.
As músicas estão muito legais, combinando bem com a pega urbana desse jogo. Os efeitos sonoros são de primeiríssima como de praxe, todos os clássicos sonic boom, hadouken e afins estão lá em alto bom som. Você só percebe uma queda na qualidade entre os personagens selecionáveis e os Cameos que você encontra durante o jogo, sendo esses últimos com uma modelagem muito mais simples e um acabamento bem mais pobre em comparação com os personagens jogáveis.
História e narrativa
A história esta bem legal para um jogo de luta, Street Fighter esta tentando dar mais protagonismo aos novos personagens desde Street Fighter 3, mas não tinha conseguido ainda, aqui deu um bom passo nessa direção, mas conseguiu isso porque cuidou com carinho dos personagens clássicos. A primeira grande diferença é que não temos Shadaloo nem M. Bison ou muito menos Gill e os Illuminatis envolvidos na história e nem participando do jogo. Existe uma nova ONG de fachada para a organização criminosa Amnesia operando em um país fictício chamado Nayshall criado para história, essa Amnesia e a ONG fake são comandadas por JP o novo antagonista do jogo e dominante do Psycho Power. Sem entrar em spoilers, basta saber que esta ONG fez um novo torneio de lutas e é ai que você entra.
Jogando os modos arcades cada personagem teu sua história individual que se interligam algumas vezes, já no modo World Tour você joga com o personagem que você criou e segue a história interagindo com os outros personagens do jogo, tendo eles como mestres e fazendo missões para eles. Além disso, no inicio do jogo no modo World Tour você é apresentado a Bosch que é seu rival inicial no treinamento feito por Luke, Bosch decide tomar outros caminhos e é ai que sua aventura começa.
Além de Bosch o modo World Tour tem outros personagens exclusivos, entre eles muitos membros da Gang Mad Gear de Final Fight como Trasher, Carlos Miyamoto e os irmãos Andore. Tem referências a outros jogos da série Street Fighter como Retsu de Street Fighter 1, até o Sheng Long da brincadeira de 1° de Abril da EGM está lá. Você também vai encontrar muitos easter eggs de outras franquias da Capcom como Carol do Captain Commando, Bunyan de Breath of Fire 2, Fou-lu de Breath of Fire 4, entre outros, aqui tem um vídeo com todas referências encontradas no modo World Tour.
Modos de jogo e valor replay
Aqui que o jogo se destaca muito. Além dos clássicos modos versus local e online, modo arcade, survivors e endless, temos o Modo World Tour, eu falo pra vocês de coração: eu não sabia que eu precisava de um RPG de Street Fighter até jogar esse modo. Neste modo você cria seu personagem, vai viajar o mundo e aprender com os vários mestres que encontrar e depois ainda pode usar esse seu personagem para batalhas versus contra personagens criados por outros jogadores no lobby. Detalhando mais o modo World Tour, você vai definir a aparência e características físicas do se personagem e inicialmente ele tem apenas o estilo de luta do Luke e poucos golpes, conforme você vai lutando com ele pelas ruas de Metro City, a famosa cidade de Final Fight e onde esse modo se inicia, você vai ganhando XP e subindo de nível, tanto do seu personagem como do seu mestre, após subir de nível do mestre você libera novos golpes desse mestre e conforme você vai progredindo e explorando você encontra novos mestres e a coisa vai se repetindo e acumulando, no final você pode montar seu personagem usando os golpes de até 4 mestres diferentes. Eu tinha um personagem que podia usar o Pilão do Zangief, o Flash Kick do Guile, o Shoryuken do Ken e o torpedo do E. Honda. As combinações são quase infinitas.
Pra ter ideia, eu levei mais de 60 horas para terminar esse modo World Tour e não fiz 100% das missões secundárias, deixei algumas pra trás. Se você somar isso aos modos de jogo arcade que cada personagem tem seu final e os de luta online e local, podendo ser com os personagens prontos ou com seu personagem criado do World Tour o fator replay desse jogo vai lá nas alturas.
Vale a pena?
Street Fighter 6 chegou pra desfazer os erros do seu antecessor e devolver a série ao seu lugar de merecimento que é o topo. Pra quem é fã de longa data como eu, ou para quem esta chegando agora Street Fighter 6 é o melhor jogo de luta da atualidade.
Esta análise só foi possível graças a Capcom Brasil que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox Series X|S, podendo ser adquirido por meio do nosso link afiliado ao final desta análise.