Spooky Chase chegou com uma proposta muito simples: vença você mesmo. Achou estranho? Vou explicar. Ele é um jogo de plataforma onde o jogador terá que coletar um total de 10 bandeiras espalhadas pela fase.
Assim que você pega a primeira, o jogo meio que reinicia o estágio, gerando uma nova bandeira em outro ponto da fase. Mas há uma diferença importante nesse momento, uma criatura surge no ponto em que você iniciou a primeira coleta.
Esse “clone” fará os mesmos movimentos que você fez até realizar a captura da bandeira. Ele vai do ponto A ao B, depois ele some, renascendo novamente no ponto A. Esse ciclo entra em loop e só se encerra quando você morre ou passa de fase. Eu tenho sentimentos mistos com relação ao jogo e gostaria de compartilhar com vocês nessa análise.
A história
Pegue as bandeiras, corra pela sua vida… E de você mesmo!
Você é uma pequena criança participando de uma gincana de Halloween, quando de repente algo estranho começa a acontecer…
Monstros surgem imitando cada passo seu!
Pegue as bandeiras, fuja dos monstros e descubra o que está por trás deste grande mistério!
Corre, Forrest, Corre
O personagem fica estático assim que iniciamos a fase, ao deslocarmos o mesmo para um dos lados ele se movimentará e não parará mais. Cabe ao jogador controlar a direção ou o pulo, evitando o encontro com os inimigos. Você pode derrotá-los pulando na cabeça deles. Mas depois de um tempo eles voltarão.
Como senão bastasse, algumas fases possuem pequenas armadilhas: bolas de fogo atiradas por estátuas de gárgulas, pontes que se desafazem, neblina que atrapalha a visibilidade e terrenos encharcados de água, que acabam por dificultar a sua movimentação.
A combinação de movimentação automática e a geração de inimigos clones é um dos diferenciais desse jogo. Tornando-o desafiador e ao mesmo tempo frustrante. Uma espécie de relacionamento conturbado. Como diz a letra:
Perguntaram pra mim
Se ainda gosto dela
Respondi: tenho ódio
E morro de amor por ela
Pegando tudo pelo caminho
O ato de pegar as bandeiras é o objetivo máximo do game, mas há outros itens importantes que o jogador poderá pegar: os doces e os balões amarelos.
A coleta de doces serve para destravar as roupas que o personagem pode usar. Há um total de 44, variando de heróis a monstros. Alguns são muitos familiares, como o traje do Ryu de Street Fighter ou a do Chapolin Colorado. Será um grande desafio para os fãs de conquistas destravar todos os trajes.
Com relação ao balão amarelo, ele surge na última rodada da fase e é um item opcional. Cada estágio possui um total de dez bandeiras, quando a última é habilitada, o balão amarelo aparece. O jogador terá que desviar dos inimigos que gerou (nessa altura do campeonato 9), pegar o balão amarelo e só depois a bandeira final.
Esses balões servem para abrir caminhos para fases especiais, onde o player terá a oportunidade de pegar alguns power-ups. Esses itens ajudam e muito a avançar no jogo. Infelizmente 10 bandeiras por fase, ao meu ver, tornou o jogo um pouco mais difícil do que ele poderia ser.
Vou falar por mim, depois de seis bandeiras eu não conseguia lembrar mais de todos os caminhos que fiz e sempre topava com alguma criatura no caminho. Quando você perde, volta para o início do estágio, porém com as bandeiras coletadas salvas. Ao retornar a fase, as bandeiras coletadas ficarão cinzas, essa cor demonstra que ao coletá-la ela não entrará na contabilidade geral, servindo apenas para avançar para próxima coleta.
As bandeiras vermelhas, coletadas durante a jornada, abrirão novas fases e nessa parte o jogo é bem generoso. Não serão necessárias muitas para avançar, mas se quiser coletar os power-ups adicionais, você terá que investir um pouco mais de tempo e paciência.
Outro bom exemplo de generosidade é a quantidade total de bandeiras para o enfrentar o chefe final. Teremos que coletar um total de 90, para um jogo desafiador como esse, o número é bem condizente com o nível de dificuldade dele.
Aproveitando o Halloween
Os gráficos do game são bonitos e coloridos, mas como a temática aqui é Halloween, você verá que a maioria dos estágios usam fundos escuros, dando o tom de sobrenatural que o tema exige.
Há uma variação muito legal de lugares, começando por um bairro residencial, passando depois por um castelo medieval e concluindo em um floresta. O estilo artístico adotado foi o pixel art, do qual sou um grande fã.
Os personagens foram bem feitos, embora os modelos usados sejam pequenos demais. Os trajes, ou melhor, a variação deles é bem criativa e demonstra o cuidado que o estúdio teve com o jogo.
A parte sonora é objetiva e simples, não se diferenciando muito do que temos ouvido em outros jogos do gênero plataforma.
Considerações finais
Como disse anteriormente, eu tenho uma relação de amor e ódio com esse jogo. Acho que é justamente esse ponto que tenho que ser o mais transparente possível. Eu curti o game, sinto que ele é realmente desafiador, mas há pontos que poderiam ser alterados, como por exemplo a quantidade de bandeiras por fase ou até mesmo uma maneira diferente de adquirir os power-ups usando os doces.
Vale a pena jogá-lo? Ao meu ver sim, mas com ressalvas. Se você não é fã de jogos difíceis ou não tem muita paciência para ficar numa mesma fase. Evite-o. Agora, se você curte um bom desafio, fique a vontade para se deliciar com esse game.
Obs: eu não avaliei a parte multiplayer dele.
Esta análise só foi possível graças a Burning Goat Studio e a QUByte Interactive, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.
