Análise – Paradise Lost

LANÇAMENTO
24/03/2021
DESENVOLVIDO POR
PolyAmorous
PUBLICADO POR
All in! Games

Paradise LosZZZzzzZZZzzzt

Jogos já se provaram uma ótima mídia para se contar uma história, existem tantos casos célebres que nem vale a pena citar, sem comentar a injustiça de esquecer algum. Mas não podemos nunca esquecer que jogos são uma mídia interativa, diferente de todas as outras em que você apenas acompanha a trama passivamente. E a interatividade não pode se limitar apenas a caminhar por um cenário em uma velocidade exageradamente cadenciada e sem um único momento de desafio. Esse é o grande pecado de Paradise Lost.

O gênero Walking Simulator, termo criado para designar os jogos baseados em narrativa, possuí grandes títulos que sabem bem como trazer isso pra mídia de games, unindo desafios e progressão na história de forma que o jogo seja desafiante e emocionante enquanto desenvolve a trama. Paradise Lost capricha – e muito – na história que te prende, mas o gameplay faz o inverso, te afasta. Sem mentiras, dormi mais de 18 vezes enquanto jogava o game para fazer esse texto, em conversas com colegas que também jogaram, mais relatos de cochilos enquanto experimentavam o game.

Szymon segurando a foto de sua mãe no bunker nazista

Trazer a trama do jogo de forma livre de spoilers é algo difícil, mas em resumo o jogo traz a história de Szymon, um garoto de 12 anos que perdeu a mãe e vai em busca do local da foto que ela guardava e não queria que ele fizesse perguntas acerca. O jogo se passa num mundo alternativo em relação ao desfecho da 2a guerra mundial, assim como em Wolfenstein, ou o Livro/Série Man in the High Castle. Neste mundo o império nazista bombardeou toda Europa com ogivas nucleares enquanto colocava seus “escolhidos” em bunkers, para que pudessem repovoar todo o território e garantir sua supremacia assim que a radiação baixasse. Pela forma em que você encontra o bunker no jogo já pode perceber que esse plano não deu muito certo. Mas para você revelar isso da trama só há uma forma: ler todos documentos que encontrar pelo caminho. Pouco do pano de fundo da história é contado pelas cenas do jogo, você só vai descobrir como funciona e o que ocorreu nesse mundo alternativo apenas em forma de texto, e somente se você quiser.

Assim que consegue entrar no bunker, Szymon começa a interagir com uma voz chamada Ewa, que diz estar na central de comando do local, e pede para o garoto ajuda-la a sair. Ewa o ajuda ao longo da caminhada pelo bunker, indicando caminhos e liberando portas para você prosseguir. Se você leu tudo que achou pelo caminho até essa parte, já começa a ter ideias de como a coisa vai se desenrolar daqui pra frente. Vou parar por aqui na trama para manter minha palavra de deixar o texto livre de spoilers.

Szymon colocando o passaporte carimbado para acessar ao bunker nazista

A jogabilidade é lenta demais: você apenas caminha o tempo todo numa velocidade cansativa, o máximo de interação que você terá dentro do jogo se limita a abrir portas e ler documentos. São raras as vezes você recolhe um item para ser usado logo em seguida, sem nenhum puzzle, nem desafio a ser superado. A história é divida em 5 capítulos que levam os nomes das fases do luto.

O jogo tem gráficos que parecem ser da geração passada, além de quedas de frame rate absurdas. Tem momentos em que o jogo parece se passar a 15fps, pra algo sem texturas de alta qualidade nem gráficos bonitos, parece uma falta de capricho. Além disso encontrei diversos bugs durante a jogatina, desde meu save desaparecer na primeira vez que joguei o 1° capítulo, até interação com objetos que não apareceram na tela.

Szymon acessando o bunker em busca de informações sobre o passado de sua mãe

Durante a jogatina, nas interações com os “computadores” o jogo lhe dará opções de escolhas, escolhas morais inclusive, mas ela não impactam em nada no jogo ou desfecho, as únicas escolhas que fazem diferença são na cena final do jogo, onde você tem que escolher 2 alternativas para 2 questões diferentes e as diferentes combinações entre elas trazem um dos 4 finais do jogo, mas aqui vem mais um grande problema do jogo. Após você tomar sua decisão e concluir o game, o seu save é delatado, obrigando você a jogar todas as 4 à 5 tediosas horas novamente para poder fazer os outros finais. Nem sequer um modo para seleção de capítulo colocaram

Resumindo, Paradise Lost tem uma história muito boa, mas escolheu a mídia errada para contar. Como jogo é tedioso, cheio de bugs e mal executado. Talvez se fosse um livro ou um filme de animação seria muito mais interessante.

Esta análise só foi possível graças a All in! Games e PolyAmorous, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – Paradise Lost
Conclusão
Paradise Lost tem uma história excelente, mas a forma como ela é contado no jogo é entediante e sem graça, se você tem dificuldades para dormir, recomendo este jogo.
Gráficos
3
Som
5
Gameplay
1
Diversão
1
Positivo
Uma história muito boa
Negativo
Gameplay moroso e massante
Gráficos simples e framerate pífio
Muitos Bugs
Jogo te obriga a começar do zero para fazer os outros finais.
2.5
INJOGÁVEL
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