Análise – Ninja Gaiden Master Collection

Lançamento
09/06/2021
Desenvolvido por
Team Ninja
Publicado por
Tecmo Koei

Conhecendo a franquia

Para quem não conhece ou nunca jogou um jogo da franquia, Ninja Gaiden é um jogo que que nasceu na mesma época que Super Mario Bros, Castlevania, Megaman e outros, desenvolvido e publicado pela Tecmo, protagonizado pelo lendário Ryu Hayabusa – personagem também presente na série Dead or Alive, tendo seu primeiro jogo lançado para o console Nintendo 8 bits, o queridíssimo NES, em 1988 tendo originalmente 3 títulos para o console, sendo todos jogos de plataforma. O game ficou famoso pela sua ótima e precisa jogabilidade, por ser um jogo bastante desafiador e difícil – até para os dias atuais. Anos depois, já na geração do Super Nintendo (SNES), os mesmos jogos foram remasterizados e lançados em conjunto numa trilogia para o SNES. Existem outros títulos da série que foram lançados para o Mega Drive e Arcade mas são menos conhecidos – inclusive o de Arcade é bem ruim.

Ninja Gaiden – NES

A partir de então a série entrou num grande hiato e, no Xbox, em 2004, o jogo sofreu um reboot, sob a direção do grande Tomonobu Itagaki, ao nome de Ninja Gaiden. Neste game temos um jogo totalmente 3D e no famoso estilo hack n’ slash trazendo de volta aquela jogabilidade bem precisa, num nível de dificuldade bem elevado e, não bastando o alto nível de dificuldade já no nível normal, o jogo conta com níveis de dificuldade ainda mais elevados. 1 ano depois, em 2005 o game recebeu uma revisão nomeada Ninja Gaiden Black, agora desenvolvido pela Team Ninja, com novidades como mais missões, duas DLCs e novos golpes, sendo então o título da franquia lançada no Xbox clássico que ficou realmente famosa. Em 2007, foi a vez do PlayStation 3 receber seu título, Ninja Gaiden Sigma, que nada mais é que Ninja Gaiden Black remasterizado, trazendo gráficos da nova geração aos gloriosos 60 frames por segundo, com uma nova personagem jogável, uma nova arma e novas missões.

Ninja Gaiden Trilogy – Lançado para Super Nintendo

Em 2008 o Xbox 360 recebeu a continuação do Ninja Gaiden, Ninja Gaiden II, trazendo novamente Ryu Hayabusa só que com uma novidade muito bem vinda, decapitações, com muito sangue e gameplay refinado com golpes mais rápidos, precisos e novas armas – inclusive armas reaproveitadas dos jogos anteriores, com aparências mais agressivas e bonitas no seu nível mais alto e golpes muito mais impressionantes. Em 2009, acontece a mesma coisa, é lançada uma versão para PS3 do Ninja Gaiden II, nomeada Ninja Gaiden Sigma 2, trazendo uma versão mais fácil, com algumas melhorias gráficas porém com menos inimigos na tela, porém tentando manter 30 frames por segundo estáveis – ao contrário do Ninja Gaiden II que possui frame rate liberado, possuindo um frame rate bem instável em algumas partes. Algo que deixou muitos fãs desgostosos com o jogo foi o fato da remoção de quase todo sangue do jogo e no seu lugar havia um efeito roxo, efeito até bonito porém não satisfez o gosto popular tão bem como o sangue de sua versão vanilla. Ninja Gaiden Sigma 2 trouxe  também duas novas personagens jogáveis, Ayane e Momiji e modo de missão coop online.

Em 2012, agora lançado para PS3 e Xbox 360, chegou até nós Ninja Gaiden 3, já sem Tomonobu Itagaki, um jogo que foi massacrado pela crítica por possuir muito sangue mas sem decapitações, uma história fraca, um gameplay legal porém possuindo apenas uma arma e uma magia (nos jogos anteriores haviam 4). Em 2013, vendo o fracasso do seu último jogo, a Team Ninja o relançou, primeiro para Nintendo Wii U e mais tarde para PS3 e Xbox 360, Ninja Gaiden 3: Razor’s Edge, trazendo a mesma trama, Ayane, Momiji e Kasumi, de Dead or Alive entre as personagens jogáveis, decapitações novamente, muito sangue, as magias do Ninja Gaiden II e Ninja Gaiden Sigma 2 e mais armas. E, finalmente, em 2021, os últimos 3 jogos lançados foram remasterizados e incluídos na coletânea Ninja Gaiden Master Collection, lançada para PS4, Xbox One, PC e Nintendo Switch, lembrando que os consoles de nova geração conseguem rodar os jogos da coletânea via retrocompatibilidade.

Capa de Ninja Gaiden Master Collection

Não foi mencionado, mas a série possui outros jogos lançados que não tiveram muita relevância na época e são raramente lembrados. São eles: Ninja Gaiden Dragon Sword, lançado em 2008 para Nintendo DS, que trazia um gameplay diferenciado utilizando a caneta stylus e a tela sensível ao toque do DS, Ninja Gaiden Sigma Plus e Ninja Gaiden Sigma 2 Plus para PlayStation Vita, que basicamente trazem o mesmo conteúdo e algumas interações com a tela sensível ao toque do portátil. Há também um spin-off chamado Yaiba: Ninja Gaiden Z, lançado para PC, PS3 e Xbox 360 e produzido pelo queridíssimo Keiji Inafume – criador de Megaman, onde o personagem jogável é um arqui-inimigo de Ryu e seu objetivo é eliminar o protagonista.

Primeiramente…

Antes de qualquer coisa, temos que pontuar algo. A análise será feita em cima das remasterizações. A remasterização será o ponto de discussão nesta análise e não os jogos em si, um a um.

Afinal de contas, quais versões foram remasterizadas?

Quando o jogo foi anunciado, a Tecmo Koei foi bem clara ao nomear que as versões Sigma e Ninja Gaiden 3 Razor’s Edge seriam trazidas nesta coletânea.  Porém, quando as primeiras imagens foram publicadas, muitas pessoas notaram que a barra de energia e outros aspectos não eram o que haviam presentes nas versões Sigma do PS3 e sim as do Vita. Surgiu uma discussão sobre qual código havia sido tratado e a Team Ninja veio a público matar tal dúvida, dizendo que se tratava, de fato, da versão do PS3. Mas é mesmo? A resposta é sim e não! O que aconteceu foi que a Team Ninja pegou o melhor dos dois mundos e colocou nesta coletânea. Então o jogo possui menus e HUD dos jogos de Vita e a qualidade gráfica das versões de PS3. Outro ponto interessante é que os jogos rodam em 4K a 60 fps em todas as plataformas que possuem hardware pra isso, ou seja, nos Xbox Series via retrocompatibilidade (inclusive no Series S), Xbox One X, PS4 Pro, PS5. Nos consoles base PS4 e Xbox One, o jogo é executado a 1080p a 60 fps, assim como no Switch. No PC temos a mesma qualidade dos consoles mais fortes, 4K 60 fps.

Ninja Gaiden Sigma, Ninja Gaiden Sigma 2 e Ninja Gaiden 3 Razor’s Edge – games que compõem a coletânea

Ninja Gaiden Sigma

O remaster do jogo originalmente lançado para o PS3 ficou muito bem feito apesar de ter sido um remaster bem simples. A sensação é de jogar o jogo lá em 2007 quando o mesmo foi lançado, porém com os 60 fps cravados e em 4K. Foi um bom trabalho, mesclando a interface presente no jogo Sigma Plus do PS Vita, no fim, ficou bem legal.

Menu de Ninja Gaiden Sigma. Nota-se que o fundo é o visto na versão de PS Vita.

Não se nota muitos serrilhados e a imagem é bem nítida. Porém, o trabalho foi somente esse, “esticaram” as imagens que compõem o jogo para 4K e pronto. Quando foi anunciado, o esperado era algo um pouco além disso, texturas mais detalhadas por exemplo, um trabalho feito por IA (como na retro do Xbox – vide Ninja Gaiden II por exemplo) melhorando vários aspectos do jogo, inclusão de HDR (ou Dolby Vision), mas nada disso foi feito. É o remaster mais simples que podíamos ter. A crítica fica em cima deste aspecto.

Gráficos da versão de PS3, sendo apenas um remaster de resolução

Ninja Gaiden Sigma 2

Eis o pior trabalho feito dentre os 3 jogos, de longe! É basicamente o mesmo jogo do PS3 graficamente falando, porém com as mesmas melhorias apresentadas no seu antecessor, que mostramos logo acima, com a exceção da interface que se manteve a mesma do PS3 (exceto a barra de vida do personagem que veio do PS Vita), sem o modo missão coop online, se mantendo o coop com IA, que pode ser um grande desafio pois a IA é dos aliados é uma bela porcaria. Não só isto, há elementos de HUD que estão em resolução mais baixa, ficando bem feio e um pouco embaçado. Tal problema ocorre na barra de vida dos personagens e também no menu ao apertarmos o botão start. É muito evidente o trabalho porco que foi feito nesta remasterização em específico, principalmente no HUD.

Na imagem não está muito claro mas ao vivo podemos notar facilmente a baixa resolução em volta das palavras do menu

Não só desagradou muitos por não ter sido o Ninja Gaiden II (o que na opinião do redator não é um ponto negativo) mas a parte gráfica deixou a desejar. Se fizeram um trabalho decente no Sigma, por que não o repetiram em Sigma 2?

Novamente, gráficos vistos no PS3, mas com a barra de vida numa resolução inferior.

Ninja Gaiden 3 Razor’s Edge

O jogo mais recente da remasterização e o menos aclamado, foi o jogo que recebeu o melhor tratamento. O jogo está muito bonito e, por ser o mais recente, os gráficos estão naturalmente melhores e mais nítidos. Os menus estão todos em 4K e é um deslumbre ver toda aquela interface em altíssima resolução. Foi removido o modo online nesta versão também, mas em compensação um modo missão foi incluso, algo que nenhuma versão anterior possui. Resumindo, esta é a melhor versão do jogo já lançada, pois possui um remaster simples, porém digno, um novo modo de jogo e contém toda a beleza do jogo em 4K 60 fps. Pode ser o pior jogo da trilogia mas é sem dúvidas o melhor trabalho feito nessa coleção.

A melhor remasterização dos 3 jogos. Mas será que é por ser o mais recente?
Análise – Ninja Gaiden Master Collection
Conclusão
Com exceção do Ninja Gaiden Sigma 2, as versões remasterizadas de Ninja Gaiden Sigma e Ninja Gaiden 3 Razor’s Edge, apesar de um simples remaster onde apenas a resolução e o fps foram reajustados, ficaram muito boas e é muito bom poder jogar esses jogos desta forma. Ninja Gaiden Sigma 2 não recebeu a mesma atenção dos outros jogos, sendo de longe o pior remaster desta coletânea, porém, permanece um ótimo jogo, mesmo com violência reduzida. A remoção dos modos online é algo que não deveria ter acontecido também, pois traria mais opções de gameplay com os amigos e mais tempo de diversão também. Então, podemos concluir que esta coletânea é mais voltada para antigos fãs da franquia que possuem os jogos antigos e querem poder desfrutar desses games maravilhosos em seus consoles atualizados. Mesmo não acrescentando nada além da resolução e FPS (com exceção do Ninja Gaiden 3), ainda é um compra válida, não é caro (pelo menos no Xbox e PC) e é diversão e desafios garantidos.
Gráficos
6
Som
8
Jogabilidade
10
Diversão
10
Prós
Gameplay fluído a 4K 60 fps sem quedas
Divertido como sempre foi
Desafiador e recompensador
Ninja Gaiden 3 Razor's Edge com modo missão
Contras
Remasters bem simples, sem nenhum toque extra ou melhoria
Descuido com Ninja Gaiden Sigma 2
8.5
BOM
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