Este é o jogo de plataforma e aventura 3D que você estava procurando, projetado para encantar e desafiar jogadores de todas as idades e níveis de habilidade.
A frase acima foi retirada da descrição do jogo na loja da Microsoft Store. Geralmente a descrição de um game vem cheia de elogios e frases de efeito para capturar a atenção do jogador, para quem sabe, influenciá-lo a comprar o game. Mas no caso do New Super Lucky’s Tale ela se encaixa como uma luva e pretendo convencer você disso nas próximas linhas.
Duas versões? Por onde começo?
Antes de qualquer coisa, quero explicar para você a diferença entre as versões do game. A primeira versão intitulada Super Lucky’s Tale (sem o New) foi lançada em 2017 para Xbox One, PC e Nintendo Switch. Em seguida saíram dois DLCs pagos:
- Guardian Trials (Provas do Guardião): um mundo onde as habilidades do protagonista serão testadas, para ele se tornar um novo Guardião.
- Greetings from Island (Ilha dos Peixotos): um novo capítulo na história do Lucky, com novos inimigos e um novo chefe.
Em 2019 a Playful Studios lançou a versão New para o Nintendo Switch. Essa nova versão trouxe melhorias na jogabilidade, na história e também no level design das fases. Fora que os DLCs estão inclusos no jogo. Essa versão melhorada chegou ao Xbox One no dia 21 de agosto de 2020.
Portanto, jogue a versão New, você não se arrependerá.
A história
Tudo começou quando Jinx, o antagonista, resolveu se apoderar do Livro das Eras. Um poderoso artefato protegido pelos Guardiões. Em um rompante de raiva o vilão acabou destruindo o lar dos irmãos Lucky e Lyra.
Lyra, que também era uma guardiã, pegou o Livro das Eras e fugiu para um outro mundo. Ela não foi só, Lucky e seus colegas guardiões foram juntos. Infelizmente o feiticeiro conseguiu encontrá-los e junto com a Ninhada planejaram um ataque final.
Quando tudo parecia estar perdido, o livro reagiu de forma violenta a magia de Jinx. Páginas e páginas se soltaram do livro, criando um portal que começou a puxar todos os inimigos, incluindo o protagonista Lucky.
E aqui começa a nossa jornada…
Viajando entre mundos
O objetivo principal do Lucky é encontrar as páginas perdidas do Livro das Eras. Elas se perderam depois que o livro reagiu a magia do maligno Jinx. O livro permite que o portador viaje através de mundos.
Os mundos são uma espécie de HUB no jogo, onde teremos acesso as fases, a batalha contra os chefes e também a possibilidade de conversar com os moradores locais. Só é possível avançar para um novo mundo, se vencermos o chefe do anterior.
O primeiro lugar que visitamos é o Sky Castle (Heavy Heads), o lar dos golems. É nele que aprendemos os comandos básicos. E falando em comandos, eles são extremamente precisos, diferentemente da primeira versão do game, onde a câmera falhava e a diferença de peso do personagem andando e pulando era visivelmente irritante.
Ao todo temos 5 mundos que poderemos visitar, cada um com uma temática diferente. Além da temática, os moradores locais mudam, trazendo uma variedade muito boa de personagens. Alguns solicitam ao protagonista ajuda, para realizar uma determinada tarefa. Claro que o pagamento por tal é uma página perdida.
Outra mudança significativa é o refinamento do level design das fases. Se você jogou a primeira versão, por favor, jogue essa, pois a considero a experiência definitiva. Vários pontos das fases foram refeitos, outros permaneceram do mesmo jeito e a junção do antigo com o novo foi muito bem feita.
Muitos objetivos pela frente
O New Super Lucky’s Tale é muito bom de ser jogado. Quando estou em um game, procuro completar o máximo possível de objetivos. Quando os objetivos começam a ficar chatos ou sem sentido, e pior, quando eles não conseguem oferecer diversão ou complemento a história principal, eu passo a ignorá-los sem cerimônia. MAS não é o caso desse jogo.
Em cada fase temos 6 formas de ganhar uma página do livro:
- Concluindo a fase;
- Coletando 300 moedas de ouro;
- Encontrando a página escondida na fase;
- Encontrando todas as letras que formam o nome Lucky;
- Resolvendo os quebra-cabeças das estátuas;
- Vencendo o desafio da Tess;
O total de páginas que devemos coletar depende do mundo que estamos. Alguns lugares tem 18, outros 21 e o total geral é de 106 páginas. Temos outras 5 que não entram nesta contabilidade, porque só conseguimos elas se vencermos o chefe do lugar. Eu coletei todas com gosto, me divertindo em cada uma das fases e com certeza, você caro leitor, vai amar fazer isso.
Controles precisos, level design refinado e localização
É importante ressaltar como essa nova versão é boa. Se há algo que eu considero importante em um jogo são os comandos, depois vem o level design e em seguida os gráficos, sons, etc. E a Playful Studios conseguiu unir esses elementos de uma forma competente, potencializando aquilo que já estava bom e acrescentando coisas novas que tornaram o jogo mais incrível ainda.
Se você acompanha o podcast do Gamemania, parceiro do site, vai achar interessante o episódio 12, onde foi abordado justamente as características necessárias para um jogo de sucesso. Para ouvir, basta clicar nesse link.
Nossa querida raposa possui poucas habilidades, mas que são suficientes para vencermos todos os desafios. Basicamente ele pode fazer isso:
- Pular: ao pressionarmos o A uma vez, o personagem realizará um pulo, se pressionarmos o mesmo botão com ele no ar, o personagem realizará um segundo pulo. Muito útil em determinados lugares.
- Mergulhar/Deslizar: ao pressionarmos o botão LB, o personagem irá mergulhar no solo, isso se estivermos em um local com terra. Caso contrário ele deslizará por alguns segundos. Essa habilidade de mergulhar nos permitirá passar por baixo de determinados locais ou atingir determinados inimigos, desde que soltemos o botão quando estivermos debaixo dele.
- Golpear: ao pressionarmos o botão X o personagem realizará um golpe com sua calda. Essa habilidade nos permitirá atingir inimigos, placas e objetos.
A maioria das fases são em 3D com possibilidade de girarmos a câmera em 360 graus. Mas há fases com progressão lateral, com um estilo 2.5D de movimentação.
Há dois tipos de fase 2.5D, no primeiro caso teremos o controle total do personagem, podendo se deslocar do jeito que quisermos. No outro caso, o estágio se assemelha a uma corrida, onde controlamos apenas o salto do protagonista.
O level design dos estágios é bem feito e intuitivo. Diferentemente da primeira versão, onde a limitação da câmera deixava a desejar. Aqui a câmera está livre para ser movimentada do jeito que quisermos. Um BAITA avanço para o jogo.
Os personagens são bem feitos e carismáticos. O meu único porém com relação a eles é a tradução de alguns nomes (personagens/lugares). No primeiro jogo eles foram traduzidos para o português, nessa versão mantiveram os nomes em inglês. Acredito que a primeira opção era melhor, principalmente para a criançada, falo por experiência própria. rs Com relação ao idioma, o jogo está com legendas em português, algo imprescindível nos dias de hoje.
Vale a pena jogá-lo?
Eis a pergunta de um milhão. Sim, vale muito a pena. A Playful Studios refez o game e o resultado é incrível. Jogabilidade gostosa, diversão na dose certa e dificuldade dentro dos padrões dignos de um excelente jogo de plataforma. A minha única reclamação do jogo está relacionada ao loading. Mais especificamente no quebra-cabeças das estátuas. As vezes é necessário reiniciar o puzzle e é nessa hora que o loading incomoda.
Atualmente o jogo está disponível no Xbox Game Pass. E a versão New foi lançada para o Xbox One, PS4 e Nintendo Switch.
