Análise – Like a Dragon: Ishin

LANÇAMENTO
21/02/2023
DESENVOLVIDO POR
Ryu Ga Gotoku Studio
PUBLICADO POR
SEGA

Like a Dragon: Ishin! é um beat em up que é produzido pelo estúdio Ryu Ga Gotoku, da Sega, e é ambientado no Japão feudal. Like a Dragon: Ishin! é um remake de um spin off da franquia Yakuza, que atualmente passará a chamar seus jogos de “Like a Dragon”, para ter um nome mais próximo do original japonês “Ryu ga Gotoku” (Como um Dragão). O jogo original, Ryu Ga Gotoku: Ishin!, foi lançado para Playstation 3 em 2014, apenas no Japão e foi um sucesso de vendas, além de ter notas altíssimas na revista Famitsu.

A história é baseada em fatos, onde nomes icônicos da história do Japão são interpretados por personagens de Yakuza. De forma geral, os personagens de Yakuza cumprem praticamente o mesmo papel que na série principal. Então fica fácil saber quem atuará como amigo ou inimigo com uma certa facilidade. Não é totalmente direto, mas dá pra se ter uma ideia básica se você conhece a série toda.

A história se passa no final do período Edo no Japão, onde o país vivia uma ditadura militar, o Bakufu (Xogunato). O personagem principal é Sakamoto Ryoma, um samurai de ranking baixo da província de Tosa que apoiava o movimento monarquista, que desejava acabar com o xogunato e devolver o poder ao Imperador, seus membros eram conhecidos como “Ishin Shishi” (Leões da Revolução).

Goro Majima representando Okita Soji. Claro que um dos personagens mais icônicos não ficaria de fora

Uma noite antes dos monarquistas colocarem em prática seu plano de sequestrar o Imperador, seus planos são arruinados e Ryoma se tornou suspeito de matar um samurai de alto ranking a serviço do xogunato. Forçando Ryoma a fugir e assumir o nome de Saito Hajime, e se infiltrar na “Shinsengumi” (uma tropa especial que servia ao xogunato) a fim de descobrir o verdadeiro assassino verdadeiro.

A história do jogo e seus detalhes tem muita fidelidade com a história do Japão real. Porém, como se trata de um jogo de videogame, contém bastante liberdade criativa, misturando por exemplo duas figuras distintas como Sakamoto Ryoma e Saito Hajime, além de várias outras maluquices que você só encontra em jogos da série Yakuza/Like a Dragon. Então, apesar de aprender bastante com o jogo, não considere exatamente como uma aula de história, mas sim um impulso para pesquisar e conhecer grandes histórias reais.

A jogabilidade lembra bastante a dos Yakuza clássicos, onde era possível trocar de estilos, com a adição de mecânicas de Yakuza 4 e 5, como os golpes carregados por exemplo. Existem ao todo quatro estilos para escolher: Brawler, o estilo clássico onde você derruba seus oponentes com os punhos; Swordsman, o estilo samurai com golpes mais precisos e ataques carregados; Marksman, o estilo de atirador com uma pistola para acabar com inimigos distante; Sword Dancer, um estilo rápido que mistura espada e pistola para lidar com diversos inimigos ao mesmo tempo.
Cada estilo tem sua própria árvore de habilidades, na qual você pode gastar seus pontos que são obtidos passando de nível de estilo ou de personagem.

Quanto mais se utiliza um estilo, mais experiência se ganha para o estilo específico e debloqueia um ponto que serve apenas para a árvore de habilidades daquele estilo. Enquanto usando qualquer estilo, é possível passar de nível de personagem e ganhar pontos de treinamento, que podem ser alocados em qualquer lugar. O que facilita muito a pegar mais habilidades em um estilo favorito, ou melhorar um estilo que você usa menos. Ainda é possível substituir um ponto de treinamento por um ponto de estilo, liberando assim o ponto de treinamento para ser gasto em outro lugar.

O sistema de combate e habilidades é um dos melhores da série. E é bom se familiarizar bem com o combate, porque Ishin! tem lutas de chefes que exigem bem mais do que a maioria dos outros jogos da série. Então é bom salvar o jogo com frequência, ou andar com muitos itens de cura no inventário.

Um fator que ajuda bastante no combate, é um novo sistema de tropa, onde você equipa cartas colecionáveis em cada estilo, que representam soldados ao seu comando. Cada soldado tem dois tipos de efeito, um efeito de comandante que só funciona no slot de comandante, e um efeito geral que funciona em qualquer slot. E os efeitos gerados são diversos, como aumentar seu ataque, regenerar vida, eletrocutar inimigos, e etc.

 


Uma coisa que sempre chama atenção a quem joga Yakuza, é que suas cidades são sempre cheias de muitos detalhes e muitas coisas para fazer. Principalmente se tratando não só de side quests, mas também de atividades de entretenimento. Como Ishin! se passa em uma cidade feudal, a ideia que se tem, é que não tem como ter tanta variedade de atividades. Mas o jogo prova o contrário, sendo possível encontrar mini games como karaokê, dança, pôquer, arena, mahjong, corrida de galinhas e até mesmo repelir tiros de canhão, entre outras coisas.

A clássica Baka Mitai do Karaokê está presente em Ishin!

A cidade ainda é repleta de detalhes e tem muitos lugares bonitos para visitar. Ainda é possível encontrar diversas missões secundárias pelo mapa, todas elas bem simples e sem muito texto como as de Yakuza 4 pra frente.

Don Quijote no Japão feudal… por que não?

Tem também muitas lojas para comprar diversos tipos de itens, trazendo de volta o sistema de amizade com os lojistas, que trazem alguns bônus na hora de comprar. Além de ter uma loja de armas, tem também uma loja do ferreiro, onde é possível forjar novas armas e armaduras usando o sistema de forja.
De forma geral o sistema de forja é simples, tendo como problema a disponibilidade de materiais, que são ganhos durante lutas aleatórias ou comprando na lojinha do ferreiro, e também o dinheiro, já que a maioria das armas são caras.


Além dos materiais e dinheiro, é preciso sacrificar uma arma ou armadura no processo para fazer algo mais avançado na arvore de equipamentos. É possível fazer equipamentos de qualidades diversas. Quanto maior a qualidade, melhor o equipamento (claro). E o que define a qualidade, é o martelo que é usado na hora de forjar. O martelo mais básico mantém a qualidade atual do equipamento, enquanto martelos mais avançados sobem mais ainda o nível do equipamento na hora de forjar algo novo usando aquele equipamento como material. É um detalhe que impressiona por ser simples e justo.

Defletir balas de canhão nesse jogo equivale ao mini game de baseball, só que bem mais divertido

O jogo foi adaptado para a Unreal Engine, e apresenta gráficos atualizados, fazendo ele parecer um jogo mais moderno, com luzes e sombras melhoradas, além é claro das texturas e atualização nos modelos de personagens. Apesar do jogo estar bem melhor do que o original e de forma geral ser bem bonito, ele não é impressionante neste aspecto gráfico. Não por não ser comparável a jogos mais modernos que temos hoje em dia, mas sim por ter remakes de jogos de Yakuza que impressionam bem mais, como Yakuza Kiwami 2 por exemplo.

Esta análise só foi possível graças a Agência Masamune que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo em antecipação, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para o Xbox One e Xbox Series X|S, podendo ser adquirido por meio do nosso link afiliado ao final desta análise.

Análise – Like a Dragon: Ishin
CONCLUSÃO
Um excelente jogo da franquia Yakuza, com um combate excelente, história bastante fiel a realidade e muitos minigames divertidos.
Gráficos
7
Jogabilidade
9
Som
8
Diversão
10
PROS
Combate simples e bem feito
Árvore de habilidades amigável
Alta fidelidade na história do Japão
CONTRAS
8.5
BOM
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