Análise – Chicken Police – Paint it RED!

LANÇAMENTO
05/11/2020
DESENVOLVIDO POR
THE WILD GENTLEMEN
PUBLICADO POR
HANDYGAMES

Chicken Police é um jogo que mistura narrativa e interrogatório, em um mundo totalmente peculiar onde os personagens tem corpos de humanos e cabeças de animais.

O jogo foi desenvolvido pela The Wild Gentlemen e publicado pela HandyGames. Confesso que nunca vi e nem imaginei algo parecido…

Como foi nossa experiência com o jogo? os pontos importantes que notamos na jogatina? Você confere agora na nossa análise!

A história da aventura começa com nosso protagonista, Sonny Featherland, que é um detetive fora da ativa já a algum tempo, chegando em seu quarto de hotel e se deparando com uma mulher. Ela passa algumas informações sobre seu passado a Sonny, fazendo relatos misteriosos e desconfortáveis que instigam nosso protagonista cabeça de galo a voltar ao trabalho. Ele então decide ajudá-la, mas para isso teremos que confrontar o passado sombrio de Sonny e ir atrás de seu ex-colega, Marty MacChiken.

Os dois amigos não se falavam a um bom tempo, pelo que parece ter sido uma desavença entre eles no passado. Mas ambos deixam o orgulho de lado e decidem investigar o caso da misteriosa mulher mais a fundo. Assim nossa jornada começará em Chicken Police, nada convencional, estranhamente sombrio e ponto final. Maiores comentários sobre a história serão spoilers, então deixarei para você descobrir os desenrolares do enredo por conta própria caso decida encarar o game.

Um ponto bacana aqui, é que sempre existe um tom de sarcasmo nos acontecimentos do jogo e também nos personagens. Tudo isso misturado a tela em preto e branco e uma boa trilha sonora de Jazz que trazem um clima “noir” para a experiência.

O ponto forte do game!

Já adianto que poucas coisas me agradaram nesse jogo, mas devo admitir que gostei dos momentos de interrogatórios em Chicken Police. Como um fã de filmes e séries policiais e um jogador apaixonado por L.A Noire, posso dizer que as partes de pergunta e resposta no game ao menos cumprem seu papel.

Tudo funciona de forma simples, chegamos a um local e conversamos com as pessoas presentes ali, vamos obtendo informações e com isso liberamos perguntas para fazermos em nosso interrogatório com a pessoa em questão. Existem várias abordagens que vão desde ir direto ao ponto até sermos mais flexíveis. Durante esses momentos aparece uma barra na tela, que mostra o estado emocional do indivíduo sendo entrevistado, essa barra mostra se a pessoa está nervosa, disposta a falar ou se ela se cansou das perguntas. 

Esses momentos não foram nota 10, nada nesse jogo é, mas confesso que foram agradáveis para mim e se você gosta dessas situações de interrogar provavelmente vai ter a mesma opinião.

O que faremos no jogo?

Nossas ações no jogo são bem limitadas, sequer andamos no game e tudo se resume a essas três atividades: Ouvir diálogos, assistir cutscenes e interagir com os objetos de um cenário. Essa é a parte cansativa do jogo, a sensação de estar jogando algo ultrapassado e sem graça o tempo todo.

Temos um cursor que movimentamos pelos cenários que estamos para interagir com os objetos e pessoas naquela área, podemos também acessar nossa maleta, mapa e caderno de anotações que contém detalhes como pessoas, pistas, lugares, códice e estatísticas. Se tratando do mapa, teremos tipos diferentes de lugares para frequentar. São eles:

Main Scenes: São os cenários principais do game, é neles que precisamos ir para progredir na campanha e finalizar o jogo.

Limited Scenes: Esses são locais que ficam abertos para visitar por um tempo específico, servem para aumentar a experiência e é uma boa para quem quiser passar um tempo a mais com o jogo. Mas certifique-se de visitar esses lugares antes de seguir na história principal, caso contrário, você não poderá voltar mais lá.

Closed Scenes: Aqui temos cenários que nem sempre poderão ser visitados, já que eles serão liberados em momentos sazonais do game, podendo ser um acesso temporário ou permanente ao lugar em questão.

Esse será nosso caderno de anotações.

Uma campanha que rapidamente sairá da sua memória…

A duração da jornada é algo em torno das 7 horas, mas se você for um jogador exigente com a qualidade dos jogos, esse tempo vai parecer uma eternidade. Tudo é muito sem graça no jogo, acho válida qualquer proposta de trazer algo novo para o mundo dos games, mas os desenvolvedores se perderam no caminho e trouxeram uma experiência fraca e apenas estranha.

Em 2020 não existe mais espaço para um jogo onde você apenas lê o que está acontecendo na história, as cutscenes tem uma boa dublagem em inglês, mas são fracas visualmente, fica a impressão de estar jogando aqueles RPGs antigos sabe? que apenas líamos o que estava rolando e interagíamos clicando com o cursor, mas é claro, que naquela época isso era inovador, porém, como eu disse, estamos em 2020 e isso não serve mais. 

Nada de tradução em português!

O jogo pode se tornar ainda pior se você não possuir um certo nível de inglês, já que nenhuma tradução em português está presente no jogo. Isso acaba por atrapalhar nos momentos de interrogatório, como era em L.A Noire também, já que não entendemos ao certo o que está sendo falado ali.

Outro fator, é que as vezes não da pra entender bem o que precisamos fazer no local que estamos, o jogo simplesmente te põe lá e você terá que ficar com o cursor entediante de um lado pro outro tentando achar um ponto de interesse para dar continuidade ao capítulo.

O que pode agradar os jogadores e agradou este que vos escreve, é o fato de cada personagem ter um personalidade própria. Isso eu reconheço no jogo, mesmo sendo uma mistura bizarra entre humanos e animais, os seres daquele mundo são interessantes, mas reforço, se você souber apenas o português, vai ficar complicado entender qualquer coisa aqui.

Não é bom, simples assim!

O jogo não me agradou, talvez você tenha uma opinião diferente e tudo bem, mas para mim ele passou anos-luz de distância de um game bom. Eu esperava algo interessante, novo e imersivo, mesmo que simples… mas isso não aconteceu!

Nossos atos no jogo parecem não importar, a jogabilidade é ultrapassada e o único fator que me agradou foi o dos interrogatórios, mas nada marcante também. O jogo parecia ter uma proposta bacana, mas os desenvolvedores não conseguiram aplicar. O que salva aqui são as boas dublagens e trilha sonora que combinam com o tom “noir” do jogo, o restante não passou de uma chata e entediante esquisitice.

Chicken Police – Paint it RED! foi lançado no dia 5 de novembro de 2020 para Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC. Esta análise só foi possível graças a The Wild Gentlemen e HandyGames que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança. O jogo já se encontra disponível e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.
CONCLUSÃO
Chicken Police traz boa trilha sonora, bons dubladores na versão em inglês e tem interrogatórios interessantes. Mas o jogo erra muito mais do que acerta, se torna cansativo e não atrai a curiosidade um minuto sequer. A jogabilidade é ultrapassada e tudo não passa de uma chata esquisitice.
Gráficos
3
Som
6
Jogabilidade
3
Diversão
2
PRÓS
Trilha sonora boa
Interrogatórios interessantes
Boa dublagem em inglês
CONTRAS
Jogabilidade chata
Estranho ao ponto de ser ridículo
Personagens com corpos de humanos e rostos de animais... sério, quem achou isso uma boa ideia?
4
SEM GRAÇA
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