Análise – Assassin´s Creed Odyssey

Assassin’s Creed Odyssey é praticamente uma expansão do modelo de sucesso alcançado pela Ubisoft em seu antecessor, Assassin’s Creed Origins. O jogo entrega o melhor e mais brilhante design de mundo aberto já feito, para criar uma experiência absurdamente maravilhosa. Os detalhes de como as ilhas da Grécia Antiga foram recriadas em uma escala quase autêntica é surpreendente.

Porém nem tudo do mundo de Odyssey vale a pena ser explorado, como por exemplo as mecânicas de diálogos românticos utilizado no clássico Mass Effect. É evidente que a Ubisoft está testando novas idéias para a franquia e lançando ao jogador uma infinidade de coisas a fazer para ver no que vai dar. Algumas destas coisas realmente funcionam, enquanto outras como os diálogos, são tão vazias que nem chegam a empolgar.

Apesar disso, Assassin’s Creed Odyssey ainda consegue se diferenciar ao entregar uma aventura incrível de mundo aberto que estabelece um perfeito equilíbrio entre o “turismo virtual” por lugares históricos e uma história simples e muitas vezes bobinha que raramente é levada a sério.

Desta vez o jogador pode escolher entre dois protagonistas, Alexios ou Kassandra, ambos descendentes do lendário guerreiro espartano Leônidas. Novamente nos vemos lutando contra os templários, um grupo de sicários que continuam a agir como os principais adversários da franquia. Em nossa aventura pré-análise assumimos o papel de Kassandra, que é claramente a mais carismática e interessante dos dois protagonistas.

Você deve se perguntar, “porque ela é claramente a mais carismática e interessante”? simples, quando o diálogo falha, fato que acontece por muitas vezes, a sua beleza e charme roubam a cena e nos fazem esquecer tais falhas. O comportamento de ambos é decidido através das escolhas do jogador, graças a um conjunto de diálogos disponíveis em todas as conversas. Normalmente os diálogos seguem uma escolha estilo Yin-yang (bem ou mal), incumbindo você de matar um inimigo ou mostrar misericórdia e deixá-lo seguir em frente.

Uma das característica mais marcantes do novo jogo é a possibilidade, inédita na franquia até o momento, do protagonista poder se envolver em relacionamentos românticos, independentemente da escolha sexual. É sem sombra de dúvidas uma novidade muito bem-vinda em termos de inovação, embora o modo como é posto em prática seja relativamente infantil. Os relacionamentos não tem importância alguma para a narrativa, não desencadeiam consequências durante a aventura, não passam de apenas uma recompensa para o jogador após completar uma missão secundária.

A narrativa principal é razoável, recheada de momentos que chegam até a esboçar um sorriso no rosto do jogador, mas é visível que o ritmo e as atuações pra lá de inconsistentes impedem que ela seja algo grandioso e diferencial.

Se você jogou Assassin’s Creed Origins, você irá sentir-se praticamente em casa. Em poucos minutos de jogo os controles vão parecer uma extensão do jogo anterior, isso porque praticamente tudo o que foi apresentado na aventura do Egito Antigo encontra-se presente aqui também. A exploração do cenário é sustentada por quase todos os mesmos elementos que a franquia utiliza há anos. Você fatalmente acabará explorando o mundo no lombo de algum animal ou escalando todos os edifícios à sua vista.

Assim como seu antecessor, escalar as estruturas é muito simples, um único comando do botão é o suficiente para tal ação. Não existe um desafio envolvido como antigamente, aqui a satisfação é obtida pelas deslumbrantes paisagens ao sincronizar os pontos de vista do mapa. No entanto, apesar de ter ficado em segundo plano, a navegação está de volta em grande estilo. Seu navio pode ser atualizada coletando espólios de navios inimigos, através de batalhas simples e divertidas.

Explorar as ilhas gregas é um dos pontos fortes de Odyssey, a descoberta de novos locais é incentivado à medida que você ultrapassa o limiar necessário para conquistar até mesmo as áreas mais difíceis. A exploração também é recheada de missões secundárias e pontos de interesse.

O fator combate parece ter atingido o seu ápice, maduro e estratégico suficiente para não entediar o jogador, mesmo depois de 30 horas de jogo. Existem muitas combinações na utilização dos pontos de habilidade, você pode utiliza-los para conseguir uma abordagem mais agressiva e desencadear, por exemplo, uma rajada de flechas incendiárias contra um grupo de inimigos desavisados.

Dividido em três categorias distintasCaçador, Assassino e Guerreiro – em nossa avaliação optamos por uma abordagem mais mental do que física. Até mesmo o mais simples dos pedestres pode ser transformado em uma arma mortal ao atrair os inimigos para a morte através de uma infinidade de habilidades. Ah! e antes que vocês perguntem, ambos protagonista podem executar o épico chute desferido por Leônidas no filme 300, “THIS IS SPARTA!”

Mas não é porque você é um descendente do lendário líder espartano que você pode simplesmente abrir caminho para a vitória só na força, vale lembrar que muitos inimigos têm escudos que só podem ser transpassados com uma arma pesada. A maioria das luta não é particularmente desafiadora, a menos que você lute deliberadamente contra adversários de nível superior ou ainda participando das Batalhas de Conquista – grandes encontros que se tornam disponíveis assim que você derrota o líder de cada ilha.

Embora seja muito legal, as batalhas não causam impacto direto sobre a história ou até mesmo a exploração. Para ser bem sincero, Odyssey sofre com isso em muitos pontos, deixando de fazer com que tal evento tenha uma real importância na narrativa mais ampla do jogo.

Deixando um pouco de lado os ambiciosos recursos que a Ubisoft claramente deseja incluir na série, Assassin´s Creed Odyssey, assim como os outros jogos da série, ainda se destaca no que realmente interessa: fazer o jogador sentir na pele o que é ser um assassino implacável. Até o momento em que escrevemos esta análise a Hidden Blade não deu as caras, dando lugar à ponta da Lança de Leônidas, o recurso stealth ainda funciona de forma significativa no gameplay.

A grande maioria das missões podem ser resolvidas no modo stealth, há apenas alguns alvos importantes da narrativa que forçam o jogador a assassinar, sendo estes muitas vezes construídos com uma sequencia de missões mais complexas, como por exemplo infiltrar-se em um círculo interno ou envolvê-los em um ataque frontal completo.

Bem verdade, Assassin’s Creed criou uma reputação infame com erros cometidos em jogos passados, preenchendo o mapa do jogador com uma bagunça absolutamente incompreensível de ícones e informações. Estes “conteúdos paralelos” tornaram-se nada mais do que tarefas sem sentido para receber peças mais ostensivas da armadura, pontos extras de habilidades etc. Odyssey substitui toda esta parafernália pelo Modo Explorador, assim chamado pela Ubisoft como “o modo como deve ser jogado”.

Este modo remove do mapa os pontos de referência sem mostrar quais são os objetivos da missão, assim o jogador apenas recebe três pistas que inevitavelmente o levarão aonde precisa ir. Esta sim é uma inovação muito inteligente por parte da equipe de desenvolvimento, forçando o jogador a analisar o mapa detalhe por detalhe afim de encontrar os lugares específicos. O Modo Explorador transforma as missões em uma aventura totalmente independente.

httpss://www.youtube.com/watch?v=EIFHVyPdlBw

Agradecemos o pessoal da Ubisoft Brasil que disponibilizaram uma cópia de avaliação para a análise.

Assassin´s Creed Odyssey está disponível para PC (Uplay), Playstation 4 e Xbox One.

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