Há muito tempo, os fãs daquela empresa que só sabe contar até dois, aguardam a continuação de um dos jogos mais icônicos e desafiadores de todos os tempos se tratando de quebra cabeças, caso você não saiba estamos falando do clássico Portal.
Desde o lançamento de Portal 2 em meados de 2011, muitos outros jogos que utilizavam mecânicas semelhantes foram lançados, alguns inclusive são muito bons, como por exemplo Q.U.B.E, The Talos Principle, The Turing Test e The Witness. Porém na minha sincera opinião o único que chegou próximo foi o excelente The Stanley Parable, até agora…
Mais do que um simples “clone” de Portal, The Entropy Centre é um jogo com personalidade própria, muito carisma e quebra cabeças extremamente desafiadores, até demais em alguns momentos.
Um quebra cabeça em primeira pessoa
É assim que podemos classificar The Entropy Centre, um grande quebra cabeças em primeira pessoa, porém com uma narrativa deliciosa, interessante e misteriosa. Se você, assim como eu, é uma viúva dos jogos da franquia Portal, e curte uma boa experiência de puzzles, este é o jogo certo para você.
Sejamos sinceros, nos dias atuais, jogos de quebra cabeça em primeira pessoa não são muito populares, e é exatamente por isso que jogos deste estilo podem passar desapercebidos. The Entropy Centre é um destes jogos, que com certeza passará em algum momento na sua timeline porém sem despertar muito interesse, o que é uma pena, porque com certeza você perder uma experiência espetacular e única, assim como foi com Portal.
No início do jogo, os primeiros quebra cabeças são até certo ponto simples e rápidos de solucionar, funcionando como uma espécie de tutorial. Porém conforme o jogador avança na história eles começam a tornar-se cada vez mais difícil. Em alguns momentos seus neurônios vão literalmente fritar, você pode inclusive quitar e retornar posteriormente para resolver. Em determinados momentos a resolução está na ponta do nosso nariz e não conseguimos enxergar a solução, algo perfeitamente normal e altamente recompensador quando solucionado.
Uma nova chance para a Terra em suas mãos
O jogador comanda a personagem Aria, que acorda em uma estação espacial e precisa resolver os quebra cabeças com uma arma no mínimo curiosa. Astra é o nome da arma, que aliás assume o protagonismo da aventura, ajudando Aria na resolução dos quebra cabeças, tudo isso com um tom muito divertido e carismático. Astra tem o “poder” de retroceder o tempo, e graças a este recurso é possível resolver os quebra cabeças. No começo parece simples, mas conforme a história avança tudo fica muito mais desafiador.
Parece complicado? sim, é um pouco complicado, mas eu vou tentar explicar. Em um determinado local existem vários destroços e para que você possa atravessar para uma outra parte dele é preciso voltar no tempo, para isso você aponta a arma para determinado objeto e dispara um raio laser que irá restaurar o caminho até o outro lado, reconstruindo os destroços. Esta é uma explicação bem superficial do que pode ser feito, a partir dai será preciso muita criatividade e inteligência para utilizar todos os recursos que Astra pode oferecer.
Repetitivo, mas sem frustrar
A mecânica de voltar no tempo pode ser complicada no começo, mas depois vai tornar-se algo natural. Alguns ambientes podem parecer parecidos, porém o uso da mecânica aliado a sua criatividade vai tornar o jogo atrativo e desafiador. É claro que em determinados momentos você pode ter um ataque de raiva (eu tive vários) em não conseguir resolver o quebra cabeças, mas não desista, largue o controle, tome uma água e volte, vai valer a pena.
Assim como Portal, The Entropy Centre é um jogo solitário. Por se tratar de um ambiente abandonado, o visual não é de encher os olhos, na verdade é bem simples, mas nada que atrapalhe a experiência. A aventura se resume a exploração, resolução de quebra cabeça e papos aleatórios entre Aria e Astra. É interessante como ambas conseguem criar um vínculo durante a aventura, uma química muito boa, onde o foco é a colaboração mútua para avançar, diferente da Glados que sempre planejava assassinar o jogador em todos os níveis.
É inegável que The Entropy Centre tem fortes inspirações em Portal, aliás eu vou além, o jogo é uma espécie de homenagem a tudo que Portal representa, agradando todos os fãs. Independente das mecânicas serem diferentes, o conceito de modo geral é muito parecido, e é exatamente por isso que The Entropy Centre não é apenas mais um clone de Portal, mas sim um jogo com identidade própria.
Vale a pena?
The Entropy Centre é tudo o que os fãs de Portal aguardam a anos, porém com uma identidade própria e inúmeras melhorias no gameplay. Com certeza não é um jogo que vai agradar qualquer um, mas é indispensável para aqueles que curtem um bom FPS com puzzles desafiadores. Se você achava que a Glados era um “personagem” incrível, aguarde até conhecer Astra, ela é simplesmente genial.
Esta análise só foi possível graças a Playstack que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para o Xbox One e Xbox Series X|S, podendo ser adquirido por meio do nosso link afiliado ao final desta análise.