Análise – Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge

LANÇAMENTO
16/06/2022
DESENVOLVIDO POR
Tribute Games
PUBLICADO POR
Dotemu

Jogos das Tartarugas Ninja na maioria das vezes traziam boas experiências. Principalmente os beat em ups produzidos pela Konami nos anos 90 para arcade e consoles, tendo como jogo mais influente o TMNT: Turtles in time.  E atualmente, um dos jogos mais influentes nessa volta dos jogos de beat em up é Scott Pilgrim vs the World. E o que um tem a ver com o outro?
Esse grande retorno das Tartarugas foi desenvolvido pela Tribute Games, que é um estúdio independente de ex funcionários da Ubisoft, que tem membros chave do desenvolvimento de Scott Pilgrim. E a grande inspiração para a criação de um novo jogo foi justamente o Turtles in Time. Vale dizer que eles fizeram um excelente jogo das Tartarugas enquanto ainda estavam na Ubisoft, o TMNT de Gameboy Advance, mas esse novo título é muito diferente.

A primeira coisa que chama atenção ao abrir o jogo, é a fantástica abertura animada, que é praticamente um padrão em todo jogo produzido pela Dotemu. A abertura lembra muito a série animada de TV dos anos 80, só que com efeitos modernos. A música tema dessa vez é cantada por Mike Patton, vocalista da lendária banda Faith no More. O jogo possui apenas dois modos: História e Arcade. Em ambos é possível acompanhar a história completa do jogo, que remete muito as histórias antigas onde o Clã do Pé tenta roubar a estátua da liberdade. Só que dessa vez, eles anunciam na TV que ao invés de roubar a estátua, eles vão “muda-la”. E essa história vai se desenrolando entre as fases, por meio de pequenas cenas e também dentro das fases, onde os ninjas estão sempre fazendo alguma coisa que se conecta com o objetivo geral do clã.

Ao selecionar personagens, temos seis opções inicialmente: Leonardo, Raphael, Michelangelo, Donatello, April e Splinter. O sétimo personagem, Casey, é desbloqueado ao terminar o jogo. A diferença entre os personagens parece ser bem pequena, por não seguirem estereótipos comuns de beat em ups, porém cada um tem valores diferentes de Alcance, Velocidade e Força. Além desses status que já diferenciam eles, cada um tem animações próprias para cada tipo de ataque, com diferentes cadências, propriedades e números de hits e trazendo uma personalidade única para cada um deles. Além de terem ataques especiais em área que funcionam de formas diferentes. Como por exemplo o especial do Leonardo é um simples golpe rápido em uma única área, enquanto o do Raphael é um giro que pode ser controlado e tem um alcance muito maior, e Donatello atinge uma única área, mas puxa inimigos para dentro da área de efeito.

A jogabilidade trás muitas novidades em comparação com os títulos da Konami, como simplificações de ações e também elementos modernos. Os jogos antigos só tinham dois botões de ação, um para atacar e outro para pular. A corrida era automática, e para fazer uma esquiva era preciso correr pra depois apertar o pulo. A rasteira era mais complexa, precisando correr e apertar o pulo duas vezes. Já em TMNT: Shredder’s Revenge, boa parte dessas ações permaneceram, mas ganharam botões próprios. Temos botões para: atacar, pular, super ataque (especial em área), mortal para trás (esquiva), provocar, reviver e mostrar jogadores. Além disso tem diversos comandos de botões para executar ações diferentes, como apertar duas vezes para frente para correr, dois tipos de ataque de corrida, ataque anti aéreo, entre outras coisas.
Algumas mecânicas de Scott Pilgrim foram implementadas como a de Animar, que é usada para compartilhar um pouco da sua vida com outro jogador que está com menos vida. E também a ação de reviver outros jogadores enquanto o contador de reviver estiver ativo.

Além das ações individuais, é possível também fazer ataques em equipe, como o Ataque Sanduíche, onde dois jogadores de direções opostas de um inimigo atacam simultaneamente. tem também a rebatida de Homerun, que rebate um inimigo atirado por outro jogador, e a Rotação Tubular, que ocorre quando um jogador dá uma voadora no amigo que está atacando ao mesmo tempo. Neste caso o jogador que está no chão pega o outro no meio da voadora e arremessa para frente como um projétil, acertando todos os inimigos no caminho.

As interações de multiplayer ficaram incríveis e é justamente onde o jogo fica mais divertido. É um excelente jogo para jogar sozinho, porém o brilho real dele é no multiplayer. Não só pela bagunça maravilhosa que é poder jogar com 6 players, mas também pelo fato de poder jogar com amigos através do crossplay. Além do jogo ser Play Anywere, é possível vincular sua conta da Epic Games e jogar com amigos de outras plataformas. Além disso é possível que jogadores entrem no jogo em qualquer momento no meio da partida, sem necessidade de esperar uma fase inteira acabar. Ao adicionar mais jogadores, o número de inimigos dobra. E quanto mais amigos e inimigos na tela, mais caos é gerado e ao mesmo tempo mais divertido fica.

Ao iniciar o jogo no modo História ou Arcade, é mostrado um tutorial com as ações possíveis do jogo, que eu recomendo não pular. Tanto o modo História como o Arcade possuem 16 fases e em média um tempo de 2 horas para concluir. No modo história os personagens possuem um sistema de level, que faz com que sejam desbloqueados novos golpes, mais barras de energia e mais vida. É possível ter no máximo três barras de energia para usar especiais, podendo enche-las combando inimigos ou apertando o botão de provocação, que enche uma barra inteira. A barra de energia enche na medida que se bate no inimigo, mas perde o progresso caso você seja acertado antes de completa-la.
Outra diferença do modo história são os coletáveis e personagens escondidos que lhe dão missões que ajudam a aumentar sua pontuação. Cada personagem pede uma certa quantidade de itens que ficam escondidos em objetos pelas fases, todos eles são aparições de personagens do desenho dos anos 80.
O modo história também tem um mapa listando as missões, onde você pode ir e voltar nas fases que quiser e completar desafios. Os desafios de forma geral não contam para conquistas, mas ficam como algo para satisfação pessoal dos jogadores. E eles vão desde passar de uma fase acertando inimigos com especial, até algo mais hardcore como passar de uma fase inteira sem perder vida.

O modo Arcade é uma forma um pouco mais simples do modo História. Ele ainda possui as animações da história, mas não possui o sistema de level, fazendo com que todos os golpes estejam liberados logo de cara. Com exceção  da melhoria da barra de energia, que só é possível encher uma barra ao invés de três. Ao derrotar inimigos e juntando pontos, é possível ganhar mais vidas. Mas caso perca todas elas, o jogador ainda possui três continues para ajudar. Mas cuidado, ao jogar com amigos, os três continues são compartilhados. A única coisa do modo Arcade que é uma grande decepção é a sua duração. O jogo é tão longo quanto no modo história, o que é bastante desencorajador, mesmo o jogo sendo tão divertido.

Entre as fases temos muitos cenários clássicos e uma quantidade absurda de referências aos jogos antigos, a animação dos anos 80 e aos filmes. Se você é fã de Tartarugas Ninja e já consumiu qualquer um desses conteúdos, vai se sentir em casa com tanta referência. A quantidade de detalhes é absurda, os ninjas do clã do pé estão sempre fazendo algo no cenário quando você chega. Coisas como programa de culinária ou roubar peças de carros, entre outras diversas coisas. Os vilões também aparecem de vez em quando fazendo algo na tela, algumas vezes dando a sensação de uma perseguição real antes da batalha de chefe no final da fase.

Os inimigos do jogo se diferenciam em sua maioria pelas cores diferentes de ninjas, onde cada tipo de ninja possui armas e golpes diferentes, diversificando bastante o modo de enfrenta-los. Além dos ninjas, também tem os robôs e os homens de pedra.
Os chefes são todos reconhecíveis, como Bebop, Rocksteady, Baxter e Cabeça de Metal por exemplo. Boa parte deles é possível aprender seus padrões e fazer uma boa luta, porém alguns em específico foram muito mal balanceados e dão pouca chance de ataque e contra atacam já no primeiro golpe que recebem. Além também de terem uma hitbox enorme, o que é bem frustrante e estraga a experiência de enfrenta-los sozinho, principalmente no Arcade. Por esse motivo, muitas vezes o mais viável é se afastar e usar a provocação para encher o especial ao invés de simplesmente bater no chefe normalmente. O que torna algumas lutas chatas e repetitivas.

A trilha sonora foi composta por Tee Lopes, que também fez a trilha do Sonic Mania e da DLC Mr.X Nightmare de Streets of Rage 4. De forma geral as músicas lembram bastante o Turtles in time e o Hyperstone Heist, além de ter elementos das músicas da série animada também. São músicas novas, mas soam muito como as antigas em seus instrumentos e efeitos utilizados. Todas elas são muito boas e ficam na cabeça, é muito difícil decidir qual delas é a melhor. Entre as músicas com apelo clássico, tem algumas cantadas com pegada de hip-hop, o que lembra bastante o filme. Nessas cantadas temos as participações de Anton Corazza, Jonny Atma, Raekwon, Ghostface Killah e Mega Ran.

TMNT: Shredder’s Revenge foi desenvolvido pela Tribute Games e publicado pela Dotemu. O jogo é do gênero Beat em up e atualmente encontra-se disponível para Xbox Series X|S, Xbox One e PC no catálogo do Xbox Game Pass. Ele também  pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge
CONCLUSÃO
Um grande revival de um clássico dos beat em ups, que trás tanta nostalgia que é uma carta de amor aos fãs.
Gráficos
10
Jogabilidade
10
Som
10
Diversão
8
PROS
Excelente pixel art e direção de arte
Gameplay fluído e divertido
Coop para 6 players local e online
Crossplay
Trilha sonora viciante
CONTRAS
Modo Arcade muito longo
Chefes mal balanceados
9.5
VICIANTE
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