Paixão, do latim Passio, sentimento intenso que possui a capacidade de alterar o comportamento, o pensamento etc; amor, ódio ou desejo demonstrado de maneira extrema. Essa palavra define bem o sentimento ao jogarmos LEGO Star Wars: A Saga Skywalker, afinal de contas o jogo mexe com duas paixões de quem vos escreve, LEGO e Star Wars.
Durante a minha infância tive o privilégio de ter um bom pai que, sempre que possível, me proporcionava alguns mimos, um deles foi ter uma coleção de brinquedos LEGO. Lembro de ficar horas e horas sentado no carpete da sala, assistindo Os Goonies (outra paixão) na Sessão da Tarde e brincando de montar peças LEGO.
Conforme fui crescendo tive a oportunidade de conhecer outras culturas, que fatalmente se transformariam em novas paixões, uma delas foram os filmes da franquia Star Wars. Confesso que não sou fanático, mas tenho um carinho super especial com as incríveis aventuras de Luke Skywalker em uma galáxia muito, muito distante.
Após alguns anos a união destas duas paixões culmina em uma aventura espetacular, onde é possível viver a experiência definitiva da “nonalogia” (por Rodrigo Ferraz) dos filmes, com um mundo aberto jamais visto nos jogos da série LEGO, uma dublagem excelente e um visual rico em detalhes faz você se sentir um verdadeiro(a) Jedi.
Uma galáxia em forma de mundo aberto
O conceito de mundo aberto em LEGO Star Wars: A Saga Skywalker foi um dos principais pilares de divulgação do jogo em seu processo criativo. Assim como em outros jogos de mundo aberto, onde somos apresentados a um imenso mapa e conforme exploramos os pontos vão sendo releveados.
LEGO Star Wars: A Saga Skywalker apresenta uma imensa galáxia com vários planetas a serem explorados, porém ai entra uma particularidade que pode frustrar algumas pessoas, os planetas e seus pontos só podem ser explorados após a conclusão dos capítulos dos filmes. Não chega a ser um ponto negativo na minha opinião, mesmo porque uma das coisas mais legais nesse tipo de jogo é justamente viver as histórias, conhecer os personagens, as localidades etc. Mas para aqueles que gostam de ter tudo liberado pode ser um incoveniente.
Conforme o Mapa da Galáxia vai sendo revelado você pode fazer viagens diretas para uma localidade, seja para completar missões secundárias, desafios, achar blocos especiais e outras coisas mais que os fãs da série LEGO conhecem. Porém o mundo aberto não se restringe apenas em visitar os planetas, enquanto você se desloca pela galáxia é possivel participar de batalhas épicas contra o império, ir atrás de caçadores de recompensa, resgatar comboios da aliança e outras tarefas super divertidas a bordo das suas espaçonaves preferidas.
De tudo que ainda vou escrever, posso afirmar que a exploração é o grande, se não o maior, trunfo de LEGO Star Wars: A Saga Skywalker. Não que isso seja uma novidade em jogos da série LEGO, mas em A Saga Skywalker isso for expandido a um nível muito superior, tornando o fator REPLAY surreal, sendo este, um dos vários pontos positivos.
A experiência definitiva para os fãs de Star Wars
A história entre a série LEGO e a franquia Star Wars começou a ser escrita lá em meados de 2005 com LEGO Star Wars: The Video Game, lançado para Microsoft Windows, OS X, PlayStation 2, Xbox, Game Boy Advance e GameCube. Desde então novas aventuras foram lançadas, até chegarmos em LEGO Star Wars: A Saga Skywalker, ao total são seis jogos lançados até hoje.
Os jogos contavam as histórias dos filmes porém sem uma ordem cronológica, tanto é que o jogo mencionado acima lançado em 2005 coincide com o lançamento de Star Wars Episódio III – A Vingança dos Sith. Em 2006, ainda aproveitando a euforia dos novos filmes, tivemos o jogo que contava as histórias da trilogia original, Star Wars Episódios IV, V e VI (os melhores na minha opinião). Os jogos a seguir (2007) foram a coletânia da trilogia original e da segunda trilogia, sendo eles LEGO Star Wars III: The Clone Wars (2011) inspirado no filme Ataque dos Clones (2002) e LEGO Star Wars: The Force Awakens, baseado no filme de 2015 – Star Wars O Despertar da Força.
Porém todos estes jogos, apesar de serem lançados em épocas distintas, possuiam as limitações dos consoles da época, e mesmo jogado hoje nos consoles da nova geração com todas as melhorias possíveis, não entregavam uma experiência completa. O lançamento de LEGO Star Wars: A Saga Skywalker une tudo o que os fãs de LEGO e Star Wars esperavam, um jogo com a experiência completa dos nove filmes, melhorias técnicas significativas e utilizando alguns recursos dos consoles da nova geração. Observação importante, o jogo também é compatível com os consoles da geração passada.
Um jogo com infinitas possibilidades?
Infinitas possibilidade talvez soe um pouco exagerado (mesmo para um fã de Star Wars), mas posso dizer que o jogo tem muito conteúdo para oferecer. A grande quantidade de conteúdo começa pelo maior destaque do jogo, o mundo aberto. A partir do menu principal é possível interagir com o Mapa da Galáxia, que leva você aos setores liberados e seus planetas, lá você pode viajar para onde quiser.
Os personagens, como você pode imaginar, também são diversos, e aqui temos uma grande novidade, a adição de classes. Ao todo são 380 personagens divididos em classes, que vão desde Jedi e Heróis, passando por Vilões, Caçadores de Recompensas e Andróides, cada um com seus trajes e uma árvore de habilidade que pode ser aprimorada. As classes são importantes para a exploração dos planetas e cenários, alguns locais são acessíveis apenas para algumas classes, bem como a abertura das caixas, missões secundárias, desafios etc.
Aumentando ainda mais as “infinitas possibilidades” temos as naves, que estão divididas em três categorias: Estelares, Capitais e Micro Naves. Conforme você avança na campanha novas naves vão sendo adicionadas à lista para que você possa pilotar onde e quando quiser. Porém algumas você vai precisar compras com as peças as peças LEGO que você coleta durante a aventura. A Nave Estelar do Boba Fett, por exemplo, custa a bagatela de 200.000 peças LEGO, mas isso não chega a ser um problema, porque você consegue as peças facilmente, seja completando missões e objetivos ou simplesmente destruindo as partes do cenário.
Outra parte interessante são as Melhorias, lembra daquela árvore de habilidades que mencionei acima? então, aqui você aprimora seus personagens e classes. Novamente você vai precisar das suas peças LEGO para comprar as melhorias, porém com o adicional dos blocos especiais (cor azul) que podem ser encontrados durante a exploração dos cenários, geralmente em lugares mais escondidos.
O menu principal ainda conta com um Rastreador de Missões, para você organizar sua jogatina. É possível saber em que ponto você parou naquela missão secundária, qual o nível de avanço das campanhas etc. Pintou alguma dúvida? sem problema, você ainda conta com um extenso códice (Extra) onde pode conferir os comandos básicos, dicas de habilidades, colecionáveis e muito mais, tudo legendado em português brasileiro.
Uma aventura gráfica e sonoramente perfeita
Mesmo sendo um jogo crossgen, LEGO Star Wars: A Saga Skywalker é superior aos outros títulos já lançados em praticamente tudo. Começando pelo som, temos a incrível trilha sonora característica da franquia Star Wars, gratidão eterna ao mestre John Williams por esta incrível obra de arte. Se você é novo na franquia Star Wars faça um favor a si mesmo e reserve um tempo da sua louca e corrida rotina para ouvir a trilha sonora, você não vai se decepcionar.
Os efeitos especiais mantém a mesma qualidade da trilha sonora, mesmo não contando com o 3D audio é possível ouvir cada detalhe do jogo. Durante a exploração do Pântano da Cobra-dragão em Dagobah é possível ouvir o barulhos dos animais voando, do andar do seu personagem pisando em poças de lama e muita mais. E o que dizer então dos épicos embates no espaço? o som dos lasers, dos torpedos de prótons ou dos caças Tie-Fighters na sua sua cola, tudo isso com uma qualidade incrível.
Outro ponto importante, ainda dentro do som, é a dublagem em português brasileiro, não que isso seja novidade nos jogos da série LEGO, mas a qualidade está excelente. A dublagem em conjunto com as legendas, também em português brasileiro, agregam valor ao jogo de muitas maneiras, a principal é a acessibilidade, principalmente para aqueles que não tem muita intimidade com o inglês.
A parte visual também recebeu melhorias significativas, apesar de as versões para Xbox Series X|S e PlayStation 5 não receberem suporte ao ray-tracing, o jogo está muito bonito, rodando em resolução 4K e 60fps no Xbox Series X. Infelizmente não tive a oportunidade de testar no Xbox Series S, mas assim como outros jogos a resolução deve ter um downscale para 1080p rodando em 30fps, porém não posso confirmar, é apenas minha intuição.
Os desenvolvedores não confirmaram uma data, mas foi falado que nas próximas atualizações, tanto o Ray-Tracing quanto o 3D Audio serão adicionados para as versões dos consoles da nova geração, deixando a aventura ainda mais bonita e imersiva.
Diversão garantida para todas as idades
Muito além do fantástico mundo aberto, das customizações, acessibilidade ou da qualidade gráfica, os jogos da série LEGO são marcados por um fator muito importante, diversão. Com exceção de alguns jogos, a grande maioria é sinônimo de lazer e muita curtição, seja jogando sozinho ou com um amigo e LEGO Star Wars: A Saga Skywalker não é diferente.
Durante minha jogatina para escrever esta análise pude experimentar os dois modos, joguei algumas fases sozinho, rushando aquele capítulo daquele filme que não me agrada muito. Mas também explorei ao máximo outros que eu tenho um carinho especial, tudo ao lado do Miguel, meu filho e Player 2 favorito.
Não preciso dizer que a diversão foi muito maior nas partidas cooperativas, mesmo ele sendo teimoso (qual criança não é) em querer resolver alguns desafios do jeito dele e me deixando revoltado, a experiência é muito mais recompensadora. A premissa de LEGO sempre foi a diversão, principalmente com os amigos, seja nos videogames ou com as peças reais.
Meus melhores momentos jogando LEGO foram com o meu filho, então meu caro, tira esse preconceito de que LEGO é jogo apenas para crianças! videogame é para todas as idades, inclusive os velhos como nós. Apenas escolha um, de preferência LEGO Star Wars: A Saga Skywalker e seja feliz, como uma criança.
Mas vale a pena?
Eu não podia encerrar sem falar dos pontos negativos do jogo, afinal de contas ele não é perfeito. O primeiro é com relação a liberação do Mapa da Galáxia, no modo jogo livre. Para algumas pessoas que já conhecem a franquia de filmes e querem ir direto para a exploração pode ser frustrante ter que passar por todos os filmes até liberar o mapa por completo. Apesar que quem é fã de Star Wars (como eu) nunca se cansa de rever as aventuras, ou melhor ainda, viver elas no controle das suas mãos.
O outro ponto negativo é com relação a câmera, que em determinados momentos e/ou situações, principalmente no modo cooperativo em que o espaço de tela fica menor, pode se perder ou ficar em uma posição desfavorável, limitando a visão do jogador. Durante toda minha jogatina eu tive este “problema” umas três vezes, mas de forma alguma atrapalhou a diversão e principalmente o avanço do jogo.
LEGO Star Wars: A Saga Skywalker é a experiência definitiva dos jogos da franquia Star Wars no universo LEGO. Com um mundo aberto incrível, uma dublagem excelente e um visual acima da média é impossível não recomendar o jogo, seja jogando sozinho ou com um amigo(a).
Esta análise só foi possível graças a Warner Bros. Games e a Weber Shandwick que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia antecipada para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.