Aragami 2 é um jogo de Stealth em terceira pessoa, desenvolvido e publicado pelo estúdio indie Lince Works, de Barcelona. É um estúdio focado em jogos stealth, tendo sucesso já em seu primeiro jogo, Aragami. Essa sequencia trouxe muitas melhorias e lembra muito o injustiçado Tenchu Z, que trouxe a opção de criar personagens, alterar peças de roupas e uma história diferente e sem ligação com o primeiro jogo. Embora haja essa comparação com Tenchu, Aragami 2 consegue se destacar e ir além, com uma jogabilidade mais fluida e desafiadora.
O primeiro jogo já era um excelente stealth, com mecânicas únicas e uma direção de arte excelente. No primeiro jogo, já ficava claro que a equipe da Lince Works tem talento, mas o jogo apesar de ser excelente, tinha muito a melhorar. E é exatamente o que acontece com o segundo jogo, onde eles mostram do que são capazes.
A história se passa no vale Rashomon, onde o clã dos Aragami, Kurotsuba tenta sobreviver a sua maldição e as investidas do clã Akatsuchi. Aqueles que se tornam Aragami, tem a habilidade de controlar sombras, mas também possuem uma doença espiritual que os corrói e devora suas mentes. Ao longo da história, o clã Kurotsuba tenta recuperar suas almas e sua humanidade. Embora seja uma premissa simples, a história é interessante e tem bons plot twists.
Aragami 2 já começa com excelentes mudanças na jogabilidade, adicionando pulo duplo, simplificando a habilidade de dash das sombras, mudando como as skills funcionam, e adicionando um sistema de combate. Todas essas mudanças são muito bem vindas, pois deixaram o jogo muito mais fluído. Outras grandes mudanças também foram na direção artística e nos cenários. Os gráficos agora não são mais cell shading, dando acabamentos excelentes aos personagens, porém as texturas dos cenários com um tom mais realista parece não combinar muito com o gráfico dos personagens. No Xbox One as texturas parecem de baixa qualidade, o que melhora um pouco no PC, mas ainda é necessário melhorar nesse aspecto. Ainda na parte gráfica, alguns bugs são vistos á distancia. No Background tem modelos com bugs bem aparentes e inimigos fora do alcance de drawn distance não tem animação de andar ativada, o que se torna uma visão bem estranha.
Quanto aos cenários, cada um fica dividido em missões, que se passam quase nos mesmos locais. As primeiras missões tem áreas pequenas para explorar, com poucos inimigos e apenas um ponto de fuga no fim da missão. A medida que o jogo avança, as missões liberam mais partes do cenário, dando muito mais liberdade parar criar seu próprio caminho durante a missão, e com mais itens escondidos para achar, é claro. É possível encontrar colecionáveis pelo cenário, além de diagramas de cosméticos, runas e tinturas para mudar suas cores. Os cenários são muito bem feitos e detalhados, em um ponto ou outro é possível achar caminhos alternativos. Um grande destaque para os ambientes fechados como o palácio no território Akatsuchi com vários andares e civis que caso o avistem, avisarão ao guarda mais próximo.
Os inimigos tem pouca variedade no início, mas ao longo do jogo aparecem outros tipos mais desafiadores. Todos são bem eficientes no combate e conseguem atrapalhar seu avanço. Os inimigos de chapéu e os lançadores de magia, por exemplo, estão sempre posicionados de forma estratégica e nunca deixam seus postos, o que dificulta na hora de elimina-los. Eles não vão ceder a provocações para serem emboscados. Diferente do primeiro jogo, Aragami 2 tem um sistema de combate, o que permite enfrentar os inimigos, caso queira, ao invés de simplesmente morrer com um único hit. Os combates são difíceis e se você não praticar, é melhor evita-los a todo custo.
No final de cada missão aparece uma tabela de pontuação que define a sua classificação. Ser visto pelos inimigos, morrer e deixar inimigos avistarem corpos de outros inimigos assassinados, são coisas que abaixam sua pontuação. Existem também três marcas que aparecem de acordo com sua performance. Uma para quando você faz a missão sem ser visto, outra para quando não mata nenhum inimigo, e a ultima para quando você mata todos os inimigos. No começo do jogo é tranquilo tentar matar todos os inimigos sem ser visto. Já do meio para o fim do jogo começa a ficar cansativo fazer isso sozinho, portanto o mais recomendado é atordoar seus inimigos e tentar não ser visto. Assim a missão não fica tão maçante e passível de erros e repetições.
Como indiquei, não vale muito a pena entrar em missões com 40, 60 ou mais inimigos para mata-los sozinho. É bem fácil cometer um engano e acabar com 60/61 inimigos mortos e acabar tendo que repetir a missão, caso queira cumprir esse objetivo. E é aí que entra a graça do Coop!
Em muitos pontos difíceis de passar despercebido, é bom contar com amigos para criar emboscadas combinadas e não dar tempo dos inimigos reagirem. Uma das melhores coisas é poder se dividir em diferentes direções, ficando mais rápido de coletar ouro e acabar com todos os inimigos. As únicas coisas que devem ser coletadas individualmente são os coletáveis escondidos do cenário.
É possível jogar com até 2 amigos, ou aleatórios caso tenha coragem de arriscar.
O que torna o Coop uma opção mais interessante, é a diversidade de estilos de jogabilidade. Cada um tem seu próprio estilo de jogo e investe em diferentes habilidades, o que trás mais profundidade as jogadas estratégicas.
Um jogador pode focar em habilidades de combate, outro nas passivas e um outro jogador em habilidades ativas. O quanto cada um investe seus pontos em cada habilidade pode mudar as abordagens também. Um exemplo: seu amigo preferiu gastar pontos com a habilidade de usar névoa para atordoar inimigos, enquanto você focou em marcar inimigos e ficar invisível enquanto está encostado na parede. Enquanto ele se foca na execuções, você está focado em furtividade e reconhecimento.
Vale destacar que o coop é crossplay entre plataformas, mas como está em Beta ainda, erros ocorrem com frequência. É frustrante ter esse tipo de problema, mas não é nada que futuros patchs não resolvam.