Análise – Greak: Memories of Azur

LANÇAMENTO
17/08/2021
DESENVOLVIDO POR
Navegante Entertainment
PUBLICADO POR
Team17

Impossível ignorarmos o momento em que vivemos, muitas vidas se perderam ao longo desses meses e o sentimento de tristeza tem ocupado um espaço maior em nossas vidas.

Como se livrar desse sentimento? Não existe apenas uma resposta para essa questão, pois a forma como a pandemia nos impactou varia de pessoa para pessoa.

Eu, particularmente, tenho tido bons momentos de descanso ao lado das pessoas que amo e também através do meu hobbie preferido: o videogame.

Nos últimos dias tive a felicidade de jogar o Greak: Memories of Azur. Um game com animações desenhadas à mão e com uma maravilhosa trilha sonora, que me fez esquecer um pouco da realidade que vivemos.

Nas próximas linhas tentarei compartilhar com vocês um pouco da experiência que tive com ele.

Uma das belas cenas em animação do jogo

Um pouco de história

Greak é o personagem principal do game e o mais novo de três irmãos. Ele pertence a raça mágica chamada de Courines, que atualmente está sob ataque de uma facção inimiga conhecida por Urlags.

Essa batalha se arrasta por anos e os Courines não veem outra opção, a não ser abandonar as terras de Azur. Greak acaba se perdendo dos irmãos durante um ataque inimigo.

O objetivo do personagem é de se reunir com seu irmão (Raydel) e sua irmã (Adara), para em seguida escapar rapidamente daquele lugar, antes que a ira dos Urlags caia sobre a cabeça deles.

Greak lutando contra alguns inimigos

Conhecendo os heróis e suas particularidades

Greak é o primeiro personagem que controlamos no jogo. Ele é ágil e habilidoso com sua espada. Por conta do seu tamanho, ele consegue se enfiar em buracos bem pequenos, que seus irmão mais velhos não conseguiriam entrar, tendo acesso a certos lugares.

A pequena criatura consegue executar pulos duplos, permitindo que o pequeno guerreiro alcance lugares mais altos. Já a sua irmã Adara, uma manipuladora de magia arcana, tem a habilidade de disparar bolas de energia, que podem ser direcionadas para qualquer direção.

Além disso, Adara consegue planar por alguns segundos e isso depende da barra de magia dela. Assim que a barra zera, ela despenca. É possível aumentar o tempo de duração, permitindo que a personagem alcance lugares inalcançáveis pelos dois irmãos.

Raydell, o mais velho dos três, é o guerreiro mais experiente. Ele possui uma espada, um escudo e uma espécie de gancho. Graças ao gancho, a dinâmica entre os três irmão muda consideravelmente, tornando os puzzles mais interessantes. O escudo é muito útil nas batalhas, ele consegue proteger o Raydel e os demais irmão. A única fraqueza desse personagem, algo que não curti, é a água. Se o Raydell cair na água, ele sofrerá dano, como se tivesse caído em espinhos.

Raydell usando o seu gancho

Com relação aos controles, eles são precisos e não necessitam de muito tempo para serem dominados. O único problema, na minha opinião, foi no momento que passamos controlar dois ou mais personagens de uma vez.

Às vezes o sincronismo não fica tão legal, principalmente nos momentos que pulamos, onde a diferença do alcance do pulo de cada um pode provocar a queda de um ou mais personagens em abismos ou espinhos.

Para contornar esse problema, eu deixava um ou dois personagens em lugares seguros, realizando a travessia com um por vez. Outro ponto importante que precisa ser mencionado, é que a IA não é 100% assertiva em seus ataques, então cuidado ao deixar um deles próximos de inimigos.

Um dos belos cenários do jogo

Azur e as suas belas paisagens

Greak: Memories of Azur é um belíssimo jogo. Você percebe isso assim que carrega o título pela primeira vez. As animações são incrivelmente bem feitas, com uma fluidez maravilhosa, lembrando em muito um desenho animado.

in game, os gráficos continuam belos e possuem camadas muito bem definidas, que combinados com a trilha sonora, conseguem criar um ambiente tão imersivo, que você esquece do que está acontecendo ao seu redor.

Uma coisa que me chamou a atenção durante a jogatina foram as sombras em movimento enquanto estamos em uma das florestas. Vou tentar explicar: o personagem está em um plano 2D, tendo na parte de trás uma paisagem. Essa parte das sombras fica a frente do plano principal, onde está o personagem.

Nesse plano temos criaturas se movimentando e emitindo sons ameaçadores, como se eles fossem nos atacar a qualquer momento em nosso plano. Além de monstros, temos a presença de outros animais nessa camada de sombras, como por exemplo, corujas que teimam em nos assustar na medida que andamos pelo ambiente.

O mundo de Azur é rico em detalhes, tanto em lugares abertos, como em lugares fechados. Com uma diversidade interessante de ambientes, que aliados a EXCELENTE trilha sonora, conseguem passar o peso do momento na medida certa.

O design de personagens é interessante e a movimentação deles é muito bem animada. Eu não senti ou percebi nenhum tipo de travamento/queda de frame durante toda a minha jogatina.

Andando por esses ambientes, localizei diversos monumentos que me deixaram muito curioso com as histórias relacionadas a eles. É possível conhecer um pouco mais analisando livros que encontramos em alguns lugares, mas não são suficientes para esclarecer todas as dúvidas ou curiosidades daquele mundo. Eu ficaria muito feliz se o estúdio disponibilizasse materiais (digitais) relacionados a esse universo. Fica o pedido aqui. rs

A aldeia

A estrutura do jogo e sua dificuldade

O título tem características de um bom metroidvania, mas com uma pegada um pouco diferente. Em jogos desse gênero, o avanço depende muito de certas habilidades, que são conquistadas durante o gameplay.

No caso do Greak, o avanço depende da resolução de pequenos quebra-cabeças, que muita das vezes, só podem ser resolvidos quando estamos controlando um ou dois irmãos.

Uma coisa que percebi durante a minha jogatina foi a pequena quantidade de pontos de salvamento espalhados pelo mapa. Para mim isso não é um problema, na verdade, o encaro como um desafio a mais, pois seria muito fácil colocar vários saves, diminuindo ou matando de vez a dificuldade.

Um dos puzzles que só podem ser resolvidos com dois personagens

A dificuldade do game está bem balanceada e a minha única ressalva está na batalha contra alguns chefes. É muito complicado controlar todos os irmãos ao mesmo tempo durante uma luta.

Em uma das batalhas que travei, tive que deixar a Adara em um lugar seguro, no caso, em uma plataforma. Porque se ela ficasse próxima, seria facilmente golpeada pelo boss. Ao meu ver, seria interessante que houvesse um modo de deixar os aliados em um modo automático de movimentação e ataque.

Nesse ponto da análise quero descrever a minha experiência com o mapa, que na minha opinião, é a parte mais fraca do game. Nossos personagens ficam em um acampamento, uma espécie de hub central e é desse lugar que partimos para as nossas missões.

Os objetivos ficam listados em uma espécie de diário. Nele consta, de uma forma muito simples, as localizações que teremos que visitar e os lugares que possuem uma pedra de viagem rápida. Mas quando visitamos um desses pontos, como por exemplo uma caverna, o jogo não mostra nenhum tipo de mapa daquela região.

Isso me deixou um pouco frustado, porque depois de algumas horas você acaba esquecendo a localização de algo ou alguém. Por exemplo, teve uma missão que eu precisava encontrar uma determinada pessoa. Eu lembro de ter falado com ele em uma outra ocasião. Mas nada me fazia lembrar do maldito lugar. Se houve um mapa que mostrasse os lugares visitados, com uma legenda bacana apontado pontos importantes, como no lugar que esse cara estava, facilitaria muito a nossa vida.

Outro belíssimo cenário do jogo

Vale a pena?

Sim!! Com certeza absoluta vale muito a pena jogar o Greak: Memories of Azur. O game não é bom por conta apenas dos seus gráficos, que é lindo por sinal, mas também pelos seus controles responsivos, pelo ótimo nível de dificuldade, pelo universo criado pelo estúdio, que ao meu ver, tem condições suficientes de ser expandido em outros jogos ou em outros meios (livros, quadrinhos ou animações).

Outra coisa importante, o jogo está TOTALMENTE localizado para o nosso idioma. Nem preciso dizer o quão isso é importante para nós. Por favor, apreciem essa obra de arte.

Esta análise só foi possível graças a Team17, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança.

Análise – Greak: Memories of Azur
Conclusão
Greak: Memories of Azur é um belíssimo jogo. Um jogo com uma arte feita a mão que consegue te prender do início ao fim.
Gráficos
10
Jogabilidade
9
Som
10
Diversão
8
Prós
Desenhos feitos a mão
Jogabilidade fluída
Trilha sonora maravilhosa
Puzzles que só podem ser resolvidos com mais de um personagem
Contras
Estrutura do mapa é muito simples
As vezes pode ser frustrante controlar mais de um personagem
9
Viciante
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