Há jogos que conseguem nos prender nos primeiros minutos de gameplay, outros levam um tempo considerável para capturar a nossa atenção. Eu fui pego pelo Chronos: Before the Ashes assim que iniciei o game.
Eu sinceramente não sei explicar o porquê disso. A única coisa que eu queria, quando ligava o meu Xbox One S, era jogar esse game e explorar o máximo daquele mundo. Existem estudos sobre a teoria do fluxo (flow) que poderiam explicar o que aconteceu comigo, enquanto jogava o Chronos: Before the Ashes. Mas isso é assunto para um outro texto.
Deixando as teorias de lado, tentarei ser o mais objetivo em minha análise sobre esse jogo.
Um pouco de contexto
O jogo foi lançado originalmente para o Oculus Rift no dia 28 de março de 2016. Eu não conheço ninguém que tem ou teve esse aparelho de VR. Por conta disso Chronos, esse é o nome dessa versão, teve um relativo sucesso na época. Mas poucas pessoas tiveram a oportunidade de jogá-lo, por conta do equipamento necessário para jogá-lo.
Em setembro de 2020 a THQ Nordic anunciou que lançaria uma versão do jogo sem o VR, intitulada Chronos: Before the Ashes, e que o game seria um prequel do aclamado Remnant: From the Ashes. O título foi lançado para as todas as plataformas no dia 1 de dezembro de 2020.
A Gunfire Games, estúdio responsável pelo desenvolvimento da primeira versão, trabalhou em conjunto com a THQ Nordic para trazer essa nova versão aqueles que não tiveram a oportunidade de jogar a versão de realidade virtual. Eu mesmo não conhecia o game, a primeira vez que eu ouvi falar dele foi assistindo a um dos vídeos do BrKsEdu.
Um quê de Zelda ou Dark Souls?
No game controlamos um garoto que tem como principal objetivo derrotar um dragão. A grande besta que tem assolado a humanidade ou pelo menos, o que restou dela. Com um escudo e uma espada/machado na mão ele terá a chance de livrar o mundo desse grande mal. Você está entre os mais bravos dentre nós, jovem. Dentre os mais sagazes. Dentre os melhores.
É impossível não fazer a comparação entre o Chronos e os jogos da franquia Zelda/Dark Souls. A própria desenvolvedora o descreve como um Zelda Dark Souls. Embora o game lembre essas duas franquias incríveis, ele possui características próprias que o tornam um excelente jogo.
Os combates lembram um pouco os títulos da From Software, onde o jogador terá que estudar a movimentação dos inimigos, para saber a hora certa de atacar e defender. Além dos equipamentos de combates (armas brancas), temos a disposição algumas esferas mágicas. A primeira é praticamente dada pelo jogo, as demais devem ser encontradas durante a jornada. Não preciso dizer que explorar o ambiente é mais do que imprescindível, preciso?
O jogo tem uma dificuldade bacana e oferece três opções ao player: Casual, Aventura e Herói. A desenvolvedora sugere que o joguemos na dificuldade Herói. Eu escolhi o modo aventura e para mim o jogo foi desafiante, na medida certa. Pretendo jogá-lo novamente na mais difícil, para sentir melhor o passar dos anos. Como assim passar dos anos?
No momento que iniciamos a nossa jornada o herói tem 18 anos de idade. Quando morremos, ele envelhece 1 ano. Por conta do passar dos anos, a forma como usamos os pontos de habilidade mudará. Quando jovem, os atributos de força e agilidade são mais baratos que os de sabedoria e arcano, quando velho, passa ser o contrário. Essa dinâmica é bem interessante, mas como foquei em força e agilidade e fechei o game com 54 anos, não senti o peso da idade durante a minha gameplay.
Outro ponto importante nessa dinâmica é que a partir de 20 anos teremos a oportunidade de escolher alguns traços que concedem ao personagem bônus, que podem dar mais dano ou vitalidade. Esse ciclo de escolhas de traços se repetirá a cada 10 anos.
Vale investir o tempo nele?
A história do jogo é simples e relativamente curta. Para aproveitá-lo ao máximo eu recomendo que explore todos os locais possíveis. Porque há uma grande possibilidade de se deparar com um pergaminho ou um livro com anotações interessantes.
A parte sonora do game não deixa a desejar, porém ela não é memorável como vemos em outros títulos. Os gráficos não são avançados como alguns jogos AAA, mas a sua simplicidade artística me encantou. Durante toda a minha aventura eu não me deparei com nenhum tipo de bug.
Os puzzles são legais, à la Zelda, e não são difíceis. Pode ser que você leve mais tempo em um, enquanto resolve mais rápido outro. A maioria dos quebra cabeças são resolvidos prestando atenção nos itens que coletamos durante a jornada e nos lugares que visitamos. Qualquer coisa que eu dizer, a mais, será considerado spoiler. rs
Os controles são precisos e respondem muito bem aos comandos. Enquanto eu finalizava essa análise dei uma testada no Remnant e realmente há uma diferença enorme de controles entre os dois jogos. No Chronos tudo é mais lento e não há armas de fogo. Mesmo assim, se você é fã do Remnant vai se adaptar ao game tranquilamente.
Agora um ponto que me incomodou bastante no jogo foram os loadings. Eles são muitoooo longos e podem incomodar demais. As vezes eu fazia de tudo para não morrer, com o intuito de dar prosseguimento na história e também para evitar a tela de loading.
Esta análise só foi possível graças a Gunfire Games e a THQ Nordic, que gentilmente nos disponibilizaram uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento pela confiança. O jogo já está disponível para Xbox One e Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.