Análise – The Dark Pictures: Little Hope

Lançamento
30/10/2020
Desenvolvido por
Supermassive Games
Publicado por
Bandai Namco Entertainment

The Dark Pictures: Little Hope traz tudo aquilo que faltou nos jogos anteriores da Supermassive Games e melhora o que já tinha dado certo.

A Supermassive Games já é famosos pelos seus jogos de narrativa com temática sinistra, começou com Until Dawn em 2015, jogo exclusivo do Playstation 4, recentemente ela iniciou a série The Dark Pictures Anthology, uma sequência de jogos de terror com histórias que não são conectadas. O primeiro da série foi The Dark Pictures: Man of Medan, um jogo de temática de horror que tem sua formula mais parecida com Until Dawn, contando uma história macabra nos moldes dos filmes de terror com adolescentes.

Em The Dark Pictures: Little Hope a empresa deu um passo a frente, elevou a qualidade tanto do gameplay quanto da narrativa. O jogo perdeu aquele clima de filme de terror adolescente dos anteriores e passou a lembrar obras mais maduras, tem um ar de Stephen King com Silent Hill e Alan Wake.

Pra quem já é acostumado com esses jogos de narrativa como Heavy Rain, Detroit Become Human e outros mais, sabe o que lhe aguarda. Pra quem é marinheiro de primeira viagem nesse estilo, saiba que você vai ter muita conversa e pouca ação. O jogo funciona mais ou menos como um filme interativo (com direito a muitos jump scare), onde suas escolhas e seus acertos nos Quick Time Events vão definir o rumo que a história vai seguir, então você já pode esperar por múltiplos finais e um fator replay bem alto, fator esse que é aumentado pela grande quantidade de colecionáveis que você encontra pelo jogo e que vão exigir mais exploração.

Os gráficos são sempre muito bonitos, com atores reais interpretando os personagens, dublagem bem feita e cenários muito bem construídos. Os cenários me fizeram lembrar bastante de Alan Wake, principalmente pelo uso constante da lanterna e de Silent Hill pela neblina forte e densa, neblina que como em toda boa história de terror, desempenha um papel importante na trama.

A História

Falando em história, comparando com o antecessor, vemos um amadurecimento na trama e na forma em que é desenvolvida. Tudo começa com uma família (preste muita atenção nos rostos) americana da década de 70 tendo uma noite com brigas e discussões até então normais, até que o pior acontece, um incêndio causado por um brinquedo junto de uma sucessão de pequenos incidentes e más escolhas levam a morte de quase todos. Depois do fatídico acidente a história pula para a década atual e mostra 4 alunos de uma faculdade e seu professor em um ônibus que precisa mudar o curso devido a um desvio na estrada. Durante o desvio o motorista vê uma menininha na estrada e ao tentar não acertá-la causa o capotamento do ônibus, em seguida os alunos e o professor se encontram desorientados e sem sinal do motorista. Vou parar por aqui pra não entregar spoilers, mas se prepare para plot twists no melhor estilo “Sexto Sentido” e “Os Outros“.

Cada personagem tem sua personalidade bem definida e você pode liberar outros traços dela conforme suas escolhas. Temos John; o professor autoritário, Angela; a aluna mais velha arrogante, Daniel; o jovem metido a herói, Taylor; a garota implicante e Andrew; o rapaz desorientado pela batida na cabeça do acidente. Logo no começo da exploração você vai perceber o papel que a neblina faz no jogo, fazendo andar em círculos quem tenta escapar por ela, não deixando você ir livremente pela estrada. Logo no começo você vai ter encontros com outros personagens de épocas distintas, o jogo se passa com 3 linhas do tempo (século XVII, década de 70 e década atual) e suas decisões em todas elas influenciam no desfecho da história (tocaram um foda-se pra todas teorias sobre viagem no tempo aqui), inclusive sobre quem sobrevive e quem morre. Saiba que não tem problema em deixar seus personagens morrerem, inclusive você pode terminar o jogo com todos mortos ou todos vivos, o que leva a finais diferentes e eleva o fator replay.

Os colecionáveis ao longo do jogo te ajudam a entender melhor a historia da cidade Little Hope e dos personagens das diferentes épocas que a história mostra. E como falei no inicio para prestar atenção nos rostos da família, você verá rostos semelhantes em todas as linhas do tempo e os próprios personagens perceberão isso.

Gameplay

Como em todos os jogos desse mesmo gênero, a jogabilidade é simples, se limitando a exploração e Quick Time Events, mas ela flui de uma maneira muito mais natural e realista que nos outros jogos da mesma produtora. Quem jogou Man of Medan vai lembrar do aspecto de estar flutuando que os personagens passavam, além dos passos que pareciam uma marionete caminhando. Tudo isso ficou no jogo anterior, os personagens aqui tem movimentos que aparentam naturais. Os QTE não são tão constantes e caem bem com o momento em que são aplicados, temos uma melhora no QTE dos batimento cardíacos, como também um intervalo de tempo bom nos QTE que usam o recurso de mira. Ser preciso nos QTE salva vidas (fikdik).

A exploração combina com a jogabilidade, com os elementos que você precisa encontrar se destacando no cenário escuro, assim como quem busca todos colecionáveis vai ter que procurar em cada cantinho. Ao encontrar um item você aperta o botão para pega-lo e depois o controla com os analógicos, podendo virar para encontrar outras informações. A velocidade do movimento dos personagens cai bem com o ritmo do jogo, podendo acelerar a caminhada ou ir devagar pra vasculhar melhor a cena.

O jogo não é muito longo, entorno de 5 horas pra terminar na primeira vez com uma boa dose de exploração, já se você quiser fazer todos finais e pegar todos colecionáveis vai levar bem mais tempo. Além disso você tem 2 opções para jogar em co-op, local com até 5 pessoas, cada uma assumindo um personagem, mas com o bom e velho esquema de passar o controle e o co-op online para 2 pessoas.

Conclusão

Com gráficos bem feitos, captura de movimentos realista, uma boa qualidade sonora e uma trama excelente, Little Hope chega para por a saga The Dark Pictures Anthology em seu apogeu, além de já nos deixar ansiosos pelo próximo jogo, The Dark Pictures: House of Ashes que é anunciado no trailer que tem após os créditos finais do jogo.

Esta análise só foi possível graças a BANDAI NAMCO Brasil que gentilmente nos disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança. The Dark Pictures: Little Hope já encontra-se disponível para Xbox One, Xbox Series X|S e pode ser adquirido por meio do nosso link afiliado no final desta análise.

Análise – The Dark Pictures: Little Hope
Conclusão
The Dark Pictures: Little Hope é até aqui a melhor obra da Supermassive Games, corrigindo problemas dos jogos anteriores e melhorando muito a narrativa e qualidade da história.
Gráficos
9.5
Som
8.5
Jogabilidade
9
Diversão
9
Prós
História de terror de altíssimo nível com direito a plot twist e jump scares de qualidade
Gráficos excelentes, com captura de movimentos muito bem feitas e uso de atores reais
Jogabilidade melhorada, dando aspecto mais natural a jogatina e quantidade acertada de QTEs
Contras
Pra quem espera ação e sobrevivência num estilo silent hill ou resident evil vai sair frustrado.
9
Viciante
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[…] parecer confusas e pouco claras. Você não vai encontrar nenhum momento de virar a cabeça como em Little Hope, mas a narrativa segura bem a bronca até o […]