Análise – Mortal Shell

Release Date
18/08/2020
Desenvolvido por
Cold Symmetry
Publicado por
Playstack

Mortal Shell é o primeiro jogo da novíssima Cold Symmetry, um estúdio independente, que optou por entrar no mercado de games criando um produto único.

Esta análise foi realizada em parceria com o nosso querido Reinaldo Vargas, o ReVargasBR. Participante do Podcast Gamemania e redator no site UniversoNerd.net. Valeu Reinaldo!

A primeira vista nota-se que Mortal Shell bebe da mesma fonte do clássico Dark Souls, a inspiração em muitos pontos é constante, porém Mortal Shell possui ideias próprias que o colocam como uma opção melhor em muitos sentidos ao título da From Software. Em sua fase beta Mortal Shell foi injustamente taxado de um mero clone de Dark Souls.

O principal pilar de um jogo estilo souls é o combate, Mortal Shell utiliza a câmera em terceira pessoa muito semelhante a Bloodborne. O jogo não conta com mecânicas de bloqueio, o que temos aqui é uma técnica diferente chamada Harden. O Harden consiste basicamente em endurecer o personagem como se fosse uma estátua, neste momento o personagem torna-se virtualmente invulnerável e assim que um inimigo nos acerta ele fica atordoado. A ideia é muito boa porém deve ser utilizada com rapidez e maestria já que não dura mais que míseros segundos.

Outro recurso interessante em Mortal Shell que também tem clara inspiração em outro grande jogo é a oportunidade para ressuscitar no local que o personagem morreu, a nível de curiosidade Sekiro: Shadows Die Twice também utiliza este recurso. O personagem é um ser vazio e sem forma, um rabisco humanoide e toda vez que morre retorna a sua shell. O controle da shell é importante, elas são compostas por “corpos” de soldados que já morreram, cada um possuindo suas particularidades. Quando o jogador morre ele é ejetado da shell tornando-se super vulnerável, porém se o mesmo conseguir derrotar o inimigo quando voltar consegue evitar a morte eterna. Explicando assim pode parecer, complicado, mas jogando fica mais simples de entender.

As quatro shells estão disponíveis logo no início do jogo, você pode alternar entre elas de acordo com a situação do jogo ou de acordo com o seu estilo de luta. Como dito anteriormente cada uma tem suas características e estilos, mas o interessante é que elas também possuem níveis de habilidade e progressão própria, tornando o jogo muito mais envolvente e dinâmico.

Detalhando um pouco as shells, a do soldado Tiel por exemplo, tem pouca energia porém ela compensa com uma enorme barra de resistência, tornando-se perfeito para um estilo de jogo ágil e que evite ataques diretos. Já a shell de Edrim é o contrário, ele é o conhecido tanque cheio de energia, porém não consegue encaixar muitos golpes devido a baixa quantidade de resistência.

Assim como qualquer outro jogo que tenha inspiração direta no estilo Souls, Mortal Shell tem seus pontos altos nas épicas batalhas contra os chefes. Um deles, por exemplo, empilha diversos cadáveres em chamas para então arremessar contra o jogador. Outro chefe por exemplo cria blocos de gelo repetidamente em arena com o objetivo de prender o jogador para atacar com maior eficácia.

Porém Mortal Shell não vive apenas de elogios, existem alguns problemas técnicos relacionados aos gráficos que por muitas vezes não carregam de forma satisfatória, principalmente com os inimigos já derrotados pelo caminho. Mas talvez um dos maiores problemas seja o level design, grande parte dos mapas possuem obstáculos que bloqueiam o movimento do jogador. Outro problema que pode comprometer a experiência é a câmera de jogo, que por diversas vezes também fica presa em pontos chave do mapa, ambos não comprometem mas são elementos que podem a longo prazo tornar o jogo frustrante.

Assim como Dark Souls, Mortal Shell é extremamente críptico e misterioso, até demais. Por muitas vezes você vai se sentir completamente perdido no mapa sem ter o que fazer ou como seguir em frente. Muitas vezes a progressão só acontece graças a interação com algum elemento do mapa que na maioria das vezes não está claro.

Esta análise só foi possível graças a Playstack que gentilmente nos disponibilizou uma cópia para avaliação do jogo, fica aqui o nosso agradecimento e confiança.

Análise – Mortal Shell
Conclusão
Por ser o título de estreia da Cold Symmetry não tem como não impressionar com a qualidade de Mortal Shell. A forte inspiração em Dark Souls está presente em cada canto. Porém é notável ver que muitas das ideias presentes são 100% originais, como por exemplo a mecânica de endurecimento e a divisão de classes das Shells. O jogo não é perfeito, mas é bom, muito bom. Por isso fica fácil recomendar Mortal Shell como uma opção alternativa para aqueles que apreciam jogos estilo souls.
Gráficos
9
Som
8
Jogabilidade
8
Diversão
7
Prós
A mecânica de endurecimento acrescenta profundidade ao combate.
O sistema das Shells é uma ótima ideia.
O design dos chefes possui detalhes incríveis.
Contras
Por diversas vezes o jogo é difícil e punitivo.
As batalhas contra inimigos mais comuns tornam-se repetitiva.
8
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